Prefeitura e Secretaria da Educação ignoram manifestação de professores em frente ao prédio e fecham as portas para a comissão de negociações

Nem mesmo o frio da manhã de quarta-feira, 11 de maio, dissolveu a união dos professores da rede municipal de ensino de Itaiópolis em reivindicar melhores salários. Empunhando faixas com frases de reconhecimento e pedindo a valorização da classe, um grande grupo de profissionais, acompanhado de carro de som com canções de Geraldo Sodré seguiu para as imediações do prédio da Prefeitura do Município. Os professores aderiram à paralisação dos profissionais da educação em nível nacional, que pede cumprimento do piso salarial para a categoria. Com objetivo de reivindicar atualização e implementação do plano de cargos e salários, pelo menos 60 professores de várias escolas municipais se reuniram em frente ao prédio da Prefeitura Municipal, na manhã do dia 11 de maio. Os professores do município se organizaram através de comissão de negociação e contam com apoio integral do Sindicato dos Servidores Públicos do Município.

A paralisação acontece em nível nacional. Professores de escolas estaduais estão seguindo o cronograma reivindicatório da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Em Itaiópolis, os professores das escolas estaduais se juntaram aos das municipais para somar força na atualização do plano de cargos e salários. Os professores municipais de Itaiópolis  reivindicam a revisão do plano de cargos e salários do magistério, para que seja amplamente discutido com toda a categoria, incluindo a entidade representativa dos professores nas comissões de discussão; cumprimento de horas – atividade conforme a Lei 11.738, que destina ⅓ no mínimo da carga semanal de trabalho do magistério (Atividades extraclasse art. 2°, 54° da lei 11.738); Licença maternidade de seis meses conforme a lei federal; implantação do vale alimentação para os trabalhadores na educação, além de outras. Para a professora e vereadora Marlete Arbigaus, que participou do ato em frente ao prédio do Executivo, há falta de consideração do governo perante a categoria, pois desde a implantação da lei federal, em 2009, os municípios tiveram tempo suficiente para adequar seus orçamentos e melhorar os investimentos em recursos humanos na área de educação.

Foi assim que a Prefeitura recebeu os professores

Segundo o presidente do Sindicato, Semião Pedro Pereira, a proposta é esgotar todas as possibilidades de negociações através da política de boa vizinhança. Conforme o presidente, caso não haja manifestação do Executivo local para atender as reivindicações da categoria, o Sindicato vai impetrar via legislativo projeto de lei para o cumprimento da lei federal 11.738. Em última instância, disse o presidente, será elaborado via Sindicato Ação Civil pública para discutir juridicamente os pleitos. Durante a manifestação, o prefeito e a secretária da educação do município foram convocados a se pronunciar. Ninguém apareceu. Segundo informações a secretária de educação Maria Aparecida Wielewski, estava de atestado médico e o prefeito Helio Wendt (PMDB) participava da marcha dos prefeitos em Brasília- DF. No período da tarde, o ato de protesto prossegui em frente à Prefeitura. Os professores permaneceram unidos, na expectativa de um representante do Executivo ou da Secretaria da Educação sair e receber a comissão de negociação. As cortinas das janelas do prédio estavam fechadas. A Secretaria de Educação, que funciona anexo ao prédio, estava de portas fechadas. Somente por volta das 16 horas, um assessor do prefeito recebeu a representante da comissão professora Emiliana Andrezjevski. Um documento contendo as reivindicações foi protocolado na Prefeitura. Segundo os professores, houve necessidade de muita insistência para que a Prefeitura, ao menos, recebesse o documento.