Uma capacitação promovida pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc) em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itaiópolis (STR) e o Senar reuniu 120 agricultores do município e do Planalto Norte, além de sindicalistas de Mafra, Irineópolis, Canoinhas, Papanduva e Porto União. O encontro aconteceu na manhã de terça, 26 de julho, no prédio do STR. O evento terminou por volta das 12 horas, com almoço.
Segundo Adriano Gelsleuchter, coordenador de jovens da Fetaesc, o objetivo do encontro é esclarecer aos agricultores as mudanças das regras que aconteceram a partir de 01 de julho de 2010 onde o teto para o crédito fundiário passou de R$ 40 para até R$ 80 mil. “Esse trabalho é justamente para que os agricultores entrem no programa mais ciente, ou seja, não repassem esse valor de acréscimo para o vendedor e possam ter parâmetro de negociação”, explica Adriano.
De acordo com Adriano, foi verificado em contratos anteriores que muitos agricultores não aproveitaram do fato de pagar em dia, para a obtenção de descontos nas parcelas. “Isso é um fato importante para os agricultores que acessaram o programa, para que possa estar pagando em dia e obtendo desconto de 18% no valor da parcela e no valor dos juros decorrentes do período”, esclarece Gelsleuchter. De acordo com o coordenador, aos agricultores que tem interesse de ingressar no programa que a capacitação é obrigatória.
O papel da Fetaesc é repassar todas as regras e para quem tiver interesse e renda líquida anual de até R$ 15 mil, patrimônio de até R$ 30 mil são os principais fatores para entrar no programa do Crédito Fundiário, porém tem de ter experiências nos últimos 15 anos de pelo menos cinco anos de trabalho na agricultura. “Se enquadrando nesses três critérios o interessado deve procurar o STR para encaminhar e obter mais informações se pode ou não encaminhar projeto de crédito fundiário”, completa Adriano. Hoje, segundo o coordenador, existe mais de seis mil acessos ao programa que viabiliza especialmente jovens a permanecerem nas atividades do campo, gerando renda para a família.
Os interessados no programa devem primeiramente ter o terreno em vista, saber o que vai produzir, valor do terreno já acertado e buscar orientação no STR, que vai verificar todos os critérios e a partir daí inicia a elaboração da proposta. Segundo Adriano, três pessoas sendo uma do STR, uma da Epagri e uma do Conselho Municipal vão verificar as terras e emitir uma pré-vistoria. Se estiver tudo em conformidade o projeto será encaminhado, autorizado e liberado para a contratação via Banco do Brasil ou Caixa Econômica. “O beneficiário pode escolher a agência bancária.
O projeto pode solicitar financiamento de até R$ 80 mil. Se o interessado financiar R$ 65 mil para o terreno o restante (R$ 15 mil) pode usar para investimentos (cerca, estrada, galpão). Para Ives Luiz Lopes, assessor de política agrária da Fetaesc, é uma satisfação de estar novamente em Itaiópolis e a surpresa do grande número de pessoas interessadas em acessar o crédito fundiário, inclusive, a grande demanda de jovens, que somaram cerca de 80% do total de participantes. Segundo Ives, o trabalho vem sendo discutido pelo movimento sindical há anos e caminha na direção de dar acesso a terra a quem nela deseja criar raízes. “Hoje foram capacitadas 120 pessoas.
Prestamos todas as informações, as condições, os direitos e os deveres para aqueles que vão acessar o programa”, disse Ives. Também na oportunidade foi apresentado aos agricultores a importância da sindicalização. O STR é a entidade que vai dar o suporte e as informações necessárias para o beneficio com o crédito. Essa foi a terceira capacitação realizada no Planalto Norte. A primeira contou com 180 pessoas; a segunda com 150 e a do dia 26 de julho com 120 Itaiopolenses. Segundo Ives, isso demonstra que tem muita gente pretendendo acessar o programa. As capacitações estão acontecendo em todo o estado e já foram realizadas cerca de duas mil.
As mudanças nas regras vão beneficiar especialmente jovens que poderão sair com recursos a fundo perdido sem precisar devolver ao Governo Federal. O beneficio pode chegar a R$ 29 mil por individuo da associação e ainda com direito de acessar o PRONAF – A.