Mãe que perdeu o filho após ter nascido na maternidade do Hospital Santo Antônio de Itaiópolis concede entrevista exclusiva a Gazeta
A Gazeta de Itaiópolis visitou na quinta-feira, 10 de fevereiro, Sonia Naidek (30), que vive da agricultura na localidade de Rio do Tigre, interior do municÃpio. Seu filho morreu no último dia 01 de fevereiro na maternidade do Hospital Santo Antônio de Itaiópolis, depois de duas horas fora do ventre da mãe. A causa da morte ainda é um fato intrigante para a famÃlia.
Pálida, muito abalada, e movimentando as mãos, Sonia não consegue esconder o nervosismo e a angustia de ter gerado um bebê, e hoje saber que ele está morto. Mas, o que revolta a famÃlia também, não é somente a dor, mas o descaso e o tratamento de alguns profissionais que atuam no Hospital. Na última edição da Gazeta de Itaiópolis a administradora do Hospital, Maria Salete Levandovski, foi interrogada sobre o caso e ela disse que a famÃlia consentiu a morte do recém nascido e que em locais onde se realizam partos esse tipo de situação é normal.
Segundo a famÃlia Naidek, em momento algum a administradora conversou e, sequer, deu atenção ao caso. “Ela inclusive se recusou em fornecer a cópia do prontuário médico para nósâ€, disse Elcio, marido de Sonia. “Como mãe, será que ela aceitaria a morte do seu próprio filhoâ€, interroga Sonia, se reportando a ex-administradora do hospital. Segundo a famÃlia, o médico responsável pelo parto cirúrgico (cesariana) disse que os procedimentos seriam tranquilos, e que a famÃlia poderia ficar despreocupada. Ele garantiu a presença de anestesista e pediatra no momento da cesariana. Sonia disse que ao ser levada para a sala de cirurgia o local ainda não estava preparado e teve que aguardar mais de 30 minutos sobre a maca no corredor.
“Isso me deixou nervosaâ€, disse a mulher. Segundo a mulher, no centro cirúrgico estavam apenas uma técnica em enfermagem e o médico responsável. E o que é mais grave. De acordo com Sonia, foi o próprio médico do centro cirúrgico quem aplicou a anestesia. “No momento da cirurgia sentia muita dor e conseguia movimentar as minhas pernasâ€, enfatiza Sonia. O atestado de óbito do bebê, emitido no dia 02 de fevereiro, foi assinado pelo médico Eduardo P.C. Perraro e acusou parada cardiorrespiratória. Foram realizados procedimentos de RCP, mas depois de duas horas o recém nascido evoluiu para óbito, segundo o atestado.
A famÃlia está inconformada com os fatos e na expectativa do resultado do inquérito que vai apurar as causas da morte do bebê. “Agradeço ao promotor de justiça por ter pedido a investigação e nos acompanhar neste caso. Isso não vai trazer meu filho de volta, mas serve com um conforto para toda a nossa famÃliaâ€, disse Sonia Naidek.
