Falta de atenção na direção é causa de 80% dos acidentes de trânsito. Dirigir falando ao celular diminui a concentração dos motoristas
Um estudo realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, indicou que o risco de acidentes quadriplica quando o motorista fala ao aparelho. A distração vai além de procurar o telefone ou discar, mesmo utilizando a discagem por voz ou o fone de ouvido o motorista perde a atenção no trânsito. Os pesquisadores foram motivados pelo surgimento de inovações tecnológicas que deixam as mãos do condutor livres como os fones de ouvido e o viva-voz, dando a ele uma falsa noção de segurança. Outro dado da pesquisa é que dos acidentes registrados por causa do celular, 42% foram ligações recebidas. O simples tocar do aparelho com o carro em movimento é suficiente para desconcentrar o motorista.
Outra pesquisa, realizada na Inglaterra, concluiu que o motorista que recebe ou envia torpedos no trânsito tem reações até 35% mais lentas. O controle do carro piora 91%. Um motorista distraÃdo ao escrever um torpedo não consegue manter uma distância segura em relação ao carro que vai à frente, e tem dificuldade em seguir em linha reta. E isso pode ser tão perigoso quanto dirigir embriagado.
Na Inglaterra uma jovem foi condenada a 04 anos de detenção e suspensão da habilitação por 05 anos por provocar um acidente com vÃtima fatal porque estava mandando uma mensagem enquanto dirigia. Desde dezembro de 2007, dirigir usando telefone celular dá cadeia na Inglaterra.
Ao atender o celular em quanto dirige, o motorista está usando a audição e não a atenção dirigida para guiar o carro. Dizer que é fácil fazer as duas coisas ao mesmo tempo não é verdade: o cérebro precisa fazer contas, calcular ações e desviar a atenção do controle visual e motor para o auditivo. As reações ficam mais lentas e isso propicia a ocorrência de acidentes.
A audição é decodificada em uma área no cérebro e a visão, em outra. Ou seja, ele faz duas coisas quando deveria fazer uma só. O celular tocando desvia a atenção de quem está guiando e dá inÃcio ao procedimento de risco: a primeira ação do motorista quando o aparelho toca é procurá-lo. Para atender, será necessário o uso de uma das mãos. Se for colocado no ouvido, haverá restrição do campo visual.
Se telefone e direções já formam uma combinação de risco, digitar uma mensagem ao celular potencializa o perigo. Quem tenta fazer isso tem que tirar as mãos do volante, se concentrar em um teclado minúsculo e ainda pensar na elaboração dos textos.
Está sendo analisado pela Câmara o projeto de lei 7471/2010 que visa à alteração do Código de Trânsito Brasileiro em seu art. 252 inc. VI, reclassificando a infração cometida pelo motorista que dirige utilizando aparelho celular de média para gravÃssima. Com a mudança, o valor da multa passaria de R$ 85,13 para R$ 191,54 e de quatro pontos irá para sete. A proposta também pune com multa o uso, ao dirigir, de outros aparelhos de comunicação, computação ou entretenimento, não citados hoje no Código de Trânsito. Nesses casos, as infrações também serão consideradas gravÃssimas.
Idéias como esta são muito válidas para melhorar o trânsito e a segurança nas cidades. O motorista que utiliza o aparelho celular coloca em risco a própria vida, a dos demais motoristas e pedestres, pois reage de forma mais lenta. Dificilmente olha para o retrovisor, assume uma trajetória imprevisÃvel na via, reduz ou ultrapassa a velocidade compatÃvel com o tráfego. Avança o sinal, tem dificuldade para trocar marchas e simplesmente não vê as placas de sinalização no trânsito.
Cada uma dessas situações já poderia desencadear um acidente. Agora imagine o potencial de estrago da combinação delas. Mesmo sabendo que se trata de uma infração, os motoristas insistem em atender ao telefone por acreditarem que isso não é nada de mais e vão desligar logo. A atitude pode mudar quando as pessoas reconhecerem que o que está em jogo é a própria vida e as de outras pessoas. Só a maior fiscalização pode modificar um mau hábito social, mas no âmbito individual, impõe-se uma mudança cultural para que a ansiedade em se comunicar não se sobreponha à própria sobrevivência e à segurança de terceiros. O Agente de Trânsito, para este tipo de infração, não é obrigado a parar e autuar o condutor.
Então, não atenda o celular durante a direção do veÃculo. Desligue o celular ao assumir o volante. Se não for possÃvel manter o telefone desligado, estacione em local seguro pra telefonar ou mandar uma mensagem. . Dirija com atenção e segurança!
De acordo com o Art. 252. Dirigir o veÃculo inc. VI – utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular; é infração média e tem como penalidade multa de R$ 85,13.

muito bom………
E se o fone de ouvido estiver conectado via tecnologia bluetooth só em um ouvido sem fio, que na situação de uma ligação não é necessário usar o celular. Obrigado pela atenção..