A principal reclamação dos moradores de Linha Cerqueira é a precariedade da estrada geral. Vários alunos estão perdendo aula porque o ônibus não consegue circular e acaba atolado. A produção de tabaco está armazenada nos paióis e o caminhão que recolhe o produto está impossibilidade de chegar aos produtores, devido às más condições da via

A lida na agricultura por natureza já é sofrida. O setor é responsável pela maior fatia de receitas no município de Itaiópolis, mas padece de infraestrutura primária. O maior entrave é dar manutenção periódica nos mais de 2,6 mil quilômetros de malha viária rural, que é de responsabilidade da Prefeitura. Depois de pelo menos duas semanas de intensas chuvas no município as estradas se transformaram num caos. A estrada geral de linha Cerqueira, um trecho de pelo menos 14 quilômetros está praticamente intransitável. São 50 famílias que vivem na comunidade.

Todas trabalham na agricultura, especialmente no cultivo do tabaco. Essas famílias dependem da estrada zelada para poder escoar a produção e receber insumos para o plantio da nova safra. Pelo menos 50 crianças também dependem de ônibus de transporte escolar para freqüentar a escola Antônio Blazkozki, no Distrito de Itaió. São três horários de ônibus: de manhã, à tarde e a noite, mas segundo algumas mães de estudantes na semana passada o transporte foi feito apenas em três dias.

Nessa semana, segundo os moradores, o transporte passou um dia, e ainda teve de ser rebocado por trator agrícola, devido a atoleiros no cerne da via. As famílias reclamam e alegam que não houve nenhuma melhora do ano de 2010 para 2011. Os alunos iniciam o ano perdendo as aulas. Boa parte da safra do tabaco, que já foi colhida está armazenada em paióis, pois o caminhão que recolhe o produto também não consegue chegar aos produtores, devido às más condições da estrada.

A comunidade também produz madeira exótica, e algumas cargas de torra tiveram de ser rebocadas com trator agrícola. Segundo os moradores, a Prefeitura pede calma e justifica que está impossibilitada de recuperar a estrada devido ao excesso de chuva. As mães até concordam com a desculpa, mas dizem que não choveu durante todo o ano de 2010 e a estrada já poderia ter sido recuperada, evitando esses transtornos. Pelo menos seis mulheres, que precisam encaminhar os filhos para a escola reivindicam melhoria imediata na estrada geral de Linha Cerqueira.

A vereadora Marlete Arbigaus (PP), acompanha o descaso que vive as famílias de Linha Cerqueira. Ela prometeu as mães dos alunos levar o caso para conhecimento da Câmara de Vereadores. Segundo Silvane Bodnar (35), mãe de três crianças, a patrola da Prefeitura não conserta a estrada geral há pelo menos quatro anos. “Eles usam a patrola para espalhar cascalho somente nos pontos mais críticos e esquecem o restante da estrada”, aponta a mulher. As donas de casa, que também são mães, são solidárias ao pleito de Silvane, dentre elas, Elisse Schostack (39) mãe de dois filhos, Carmem Caluzni (33) mãe de três filhos, Geronilda Gasparetto (39) mãe de dois filhos e Jurandir Zimba (36) mãe de seis filhos. As mulheres aguardam com urgência uma providência da Secretaria de Obras da Prefeitura.