Estrada geral municipal arruinada, queda de uma ponte e de um bueiro deixa a comunidade completamente isolada. Do São Lourenço dos Hening os moradores só conseguem sair a pé ou de motocicleta

Se você pensa que já viu estradas do interior de Itaiópolis em más condições de tráfego, você ainda não viu nada. Motoristas, motociclistas e até pedestres vivem um verdadeiro pandemônio, um escancarado tormento ao transitarem pela estrada municipal de São Lourenço dos Hening. Cerca de 25 famÃlias povoam a comunidade, distante apenas três quilômetros da sede do municÃpio. Os moradores sobrevivem das atividades agrÃcolas, principalmente do cultivo do tabaco, mas alguns trabalham na iniciativa privada, no centro urbano de Itaiópolis. Pela comunidade circula transporte escolar, mas, segundo Ariane Martins, 35 anos, na última semana o ônibus escolar passou somente na quarta-feira, apanhando os estudantes.
Pelo menos 28 crianças dependem do transporte para frequentar as escolas do Bom Jesus, Belmont e Virgilio Várzea. A estrada geral do São Lourenço dos Hening faz a ligação da estrada do São Lourenço com a capela dos Virmonde (BR-116) e estância do Solano Ribas, também as margens da BR-116. Duas pontes foram destruÃdas pela erosão da água, depois das últimas chuvas. A comunidade do São Lourenço dos Hening ficou completamente isolada. Até hoje, a ponte e o bueiro ainda não foram recuperados. Segundo Ariane, a situação da ponte que caiu se arrasta por mais de um mês. A moradora informou que um veÃculo acabou caindo na ponte e ficou dependurado. Foi necessário um trator agrÃcola para retirar o carro.
Alguns moradores fizeram uma gambiarra improvisada, para poder passar sobre o Rio São Lourenço. Duas pranchas de madeiras foram colocadas como trilho sobre o rio. A travessia é muito perigosa, mas pedestres, motoristas de carros e motos se arriscam. Segundo a moradora, a prefeitura disse que vai consertar a ponte e o bueiro, mas não deu previsão de tempo para inÃcio das obras. Mas, não somente a ponte e o bueiro que são o problema da comunidade. A estrada geral, com extensão de cerca de nove quilômetros está completamente arruinada. Buracos, valas e atoleiros em vários pontos. A Gazeta de Itaiópolis, por segurança, não conseguiu fazer o percurso de nove quilômetros. Os moradores, que vivem do outro lado da ponte, se arriscam em passar com veÃculos sobre os pranchões, para deixar os carros no pátio dos vizinhos, caso necessitem em situação de emergência. A comunidade enfrenta o problema da queda da ponte há vários anos.
Durante os perÃodos de chuva o volume de água do Rio São Lourenço aumenta muito e destrói a ponte. Os moradores têm de improvisar sempre a passagem. Materiais de construção, insumos agrÃcolas e alimentos são transportados em “zorras†tracionadas por animais. “Prometi que não vou mais pedir favor na Prefeituraâ€, disse Miguel Hening, agricultor de 57 anos. A patrola da Prefeitura não passa na estrada geral do São Lourenço há pelo menos quatro anos, segundo os moradores. As famÃlias têm carro próprio, mas são obrigadas a fretar taxi para ir ao centro, pois não conseguem atravessar a ponte quebrada.
