Pai da nova ministra da Casa Civil mora em Itaiópolis

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 11/06/2011 - 11h39

Bem humorado, Júlio Hoffmann, aposentado de 72 anos mora numa escola municipal na localidade de São Roque, Itaiópolis, e disse estar feliz com nomeação da filha para o cargo de ministra da Casa Civil

JÚLIO HOFFMANN

Quem poderia imaginar, ou pensar que o cargo de ministro da Casa Civil, um dos mais importantes Ministérios do Governo Federal seria ocupado por Gleisi Helena Hoffmann? E ainda, o que é mais curioso, que seu pai é Júlio Hoffmann, morador de um sítio na localidade de São Roque, interior de Itaiópolis? A “Gazeta de Itaiópolis†de Itaiópolis percorreu as estradas enlameadas da localidade de São Roque, interior do município, para conhecer Júlio Hoffmann, pai de Gleisi. De cabelos grisalhos e bem humorado, o aposentado vive nas dependências da “escolinha São Roqueâ€. Prontamente ele entendeu nossa reportagem e disse que Gleisi já nasceu com a política no sangue. Júlio é natural do Butiá, municipio de Itaiópolis, e ainda solteiro foi morar em Curitiba, onde conheceu sua esposa, que também morava na localidade do Butiá, Itaiópolis. Casaram-se e tiveram quatro filhos. Todos nasceram em Curitiba. Gleisi é a filha mais velha do casal. “Estive há duas semanas com ela em Curitiba e fiquei surpreso com a notícia. Já havíamos conversado entre a família sobre a possibilidade de Gleisi assumir o Ministério, mas era algo imprevisívelâ€, disse Júlio. Gleisi trabalhava de dia e estudava a noite na capital paranaense. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Júlio conheceu melhor o trabalho da filha quando trabalhou na campanha, elegendo-a a uma vaga no Senado, nas eleições do ano passado. “O meu filho mais novo tem interesse em seguir carreira na políticaâ€, disse Hoffmann. O aposentado não esconde a felicidade do sucesso da filha, que também está contente com o cargo. Uma outra filha do casal mora no município de Papanduva e é formada em Administração de Empresas. “O meu pai não gostava muito de política. Acho que Gleisi puxou o avô materno, que gostava da política. A Gleisi tinha bastante ligação com a família do Pedro Kuss de Mafra. Ele já foi prefeito daquele municípioâ€, disse seu Júlio. O aposentado serviu a nossa reportagem uma taça de vinho colonial, que ganhou de presente do casal Gleisi e Paulo Bernardo. O prefeito de Itaiópolis também visitou seu Júlio, na tarde da última quinta. O prefeito disse estar orgulhoso pelo pai da Ministra morar em Itaiópolis. Na visita ao aposentado, o prefeito pediu a Júlio que intervenha junto a Gleisi a destinação de recursos para Itaiópolis. O prefeito convidou Júlio para acompanhá-lo até Brasília para fazer uma visita a nova ministra da Casa Civil. No entanto, seu Júlio reclamou ao prefeito das condições da sua estrada. A Casa Civil já foi ocupada por Dilma Roussef, hoje presidente da república. Até então, que detinha o cargo era Antonio Palocci, mas depois de duas crises, uma delas acusando o ministro de enriquecimento ilícito, a saída foi pedir a exoneração do cargo à presidente da república. Hoje, novamente, a Casa Civil tem uma mulher a sua frente, Gleisi Hoffmann. A imprensa nacional e estadual centra os holofotes na nova Ministra. Tudo é motivo de noticiaria, nada mais do que justo. Aos 45 anos de idade e senadora em primeiro mandato, a curitibana chega a Casa Civil tendo como um dos desafios recompor a articulação política do governo Dilma, “manchada†pela crise envolvendo Palocci. Gleisi é casada com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ela estreou no Senado em 2011 causando inveja na base do governo pela proximidade com a presidente e pela forma aguerrida com que defende os interesses do Planalto.

Gleisi Hoffmann

Formação e trajetória política de Gleisi

Formada em direito e com especialização em gestão de organizações públicas e administração financeira, Gleisi Hoffmann se filiou ao PT em 1989. Antes de chegar ao Senado, foi secretária de Estado no Mato Grosso do Sul e secretária de Gestão Pública na Prefeitura de Londrina (PR). Em Brasília, trabalhou como assessora do PT na Comissão de Orçamento da Câmara. Em 2002, foi diretora financeira da Itaipu Binacional e integrou a equipe de transição do governo Lula. Em 2006, concorreu a senadora, mas, mesmo com 2,2 milhões de votos, não se elegeu. Em 2008, sofreu novo revés ao perder a eleição a Prefeitura de Curitiba. No ano passado, chegou ao Senado com o voto de 3,1 milhões de paranaenses.

Júlio mora numa antiga escola, no município de Itaiópolis

Júlio Hoffmann, aposentado de 72 anos, ficou surpreso quando soube através da TV que sua filha seria empossada ministra da Casa Civil. O aposentado, de poucas palavras e cabelo bem penteado mora na localidade de São Roque, distante a cerca de dez quilômetros do centro urbano de Itaiópolis. Se Júlio mora sozinho numa casa simples onde já funcionou uma escola. Habituado novamente ao bucolismo do campo, o aposentado confessa que não é muito fã da política. Hoje ele cuida da propriedade, cultiva plantas e cuida de poucas cabeças de gado. Pelo menos 30 anos de sua vida seu Júlio morou em Curitiba. Em entrevista exclusiva concedida ao jornal A Notícia, na edição da última quinta-feira, 09, Júlio disse que não foi dele, ex-representante comercial, que partiu o incentivo para a escolha de vida da filha. “É coisa do avô materno. Não entendo nada e nunca gostei. Só agora, por causa dela, que presto mais atençãoâ€, disse o aposentado à reportagem de AN. Júlio Hoffmann é natural de Mafra. Está separado da mãe de Gleisi, Getúlia Adga, há vinte e poucos anos. Vez ou outra, Júlio vai para Curitiba almoçar com os três filhos. No último domingo, foi uma dessas ocasiões. “Até brinquei, falando que ela ainda pegaria o lugar do Sarney. Mas não imaginava que viraria ministra tão breveâ€, disse o aposentado para AN. Acompanhe a entrevista na íntegra, concedida por Júlio ao Jornal A Notícia na última quinta-feira.

O senhor imaginou que um dia teria uma filha ministra? E como presidente da república? Afinal, Dilma já passou pelo mesmo ministério.

Júlio Hoffmann – Esperava que um dia ela pudesse ocupar a cadeira do Sarney, na presidência do Senado. De ministra, nunca tinha pensado não. Agora, quem sabe um dia ela também pode virar presidente. Já falam até em governadora do Paraná.

Como o senhor reagiu a notícia de que sua filha foi indicada para assumir o ministério mais importante do governo? E como soube da informação?

Júlio – Fiquei surpreso até porque foi de repente. Mas ela sempre se preparou muito e sabia que ela ia alcançar grandes objetivos. Soube da notícia pela TV. Estava assistindo ao noticiário e ouvi o nome da minha filha. Fui conferir e vi que ela seria a nova Ministra da Casa Civil.

Ela sempre teve interesse pela política? O senhor se lembra de momentos em que ela manifestou essa vontade?

Júlio – Eu não gosto muito de política. Isso foi coisa do avô materno, que vivia contando coisas, explicando os fatos para ela. Com o tempo, ela foi aprendendo, estudando e se aprimorando. Foi presidente da União Brasileira dos Estudantes, trabalhou na Camara de Vereadores de Curitiba e foi só crescendo a partir daí.

Como era a infância?

Júlio – Gleisi sempre foi muito astuta, esperta e obediente.

Como o senhor acha que sua filha vai executar esse novo papel político? E resistir às pressões do cargo?

Júlio – Ela é competente e integra. Está mais que qualificada para fazer tudo certinho e ajudar o País. E pressões sempre existem. Espero que ela agüente.

Com que freqüência sua filha visita o senhor?

Júlio – Ela vinha bastante quando era criança. Nós trazíamos ela para passar férias. Agora, vem bem menos. De vez em quando, aparece no sítio dela em Mafra. Sempre que podemos, falamos pelo telefone ou eu vou até Curitiba.

Por que o senhor não foi assistir a posse dela?

Júlio – Só assisti a posse no Senado. Agora, a gente nem esperava que ela ocuparia esse cargo.

Como o senhor acompanha o trabalho da sua filha? Costuma opinar?

Júlio – Acompanho pelos jornais e quando a gente fala por telefone. Mas é só isso. Opinar, não. Ela sabe bem o que faz. Só dou conselho para ela cuidar com quem se mete. Para não bater de frente com certos políticos.

Fonte: Entrevista “A Notíciaâ€.

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2 comentários publicados
  1. IVO HOFFMANN

    GOSTARIA DE SABER SE O SEU JULIO HOFFMANN É DESCENDENTE DOS ALEMÃES VINDO DA BUCONIVA (AUSTRIA).
    SE TEM PARENTESCO COM WENCEL HOFFMANN (EMIGRANTE DO ANO DE 1876.)

  2. Ramses

    Brinca conois, e nois mostra quem somo,Brincadeira. todos temos oportunidades mas se ficarmos esperando o tempo passa lute, dispute, batalhe, corra, atraz,faça como á Gleisi Hoffmann parabéns pra ela é merecedora!

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