Segundo o delegado de Polícia de Itaiópolis Lauro Langer Júnior, o efetivo local vai cumprir o acordo estipulado em assembleia com os Sindicatos que representam a categoria e a paralisação deveria seguir até o dia 18, sexta-feira (ontem). Segundo Langer, os policiais pedem também equipamentos de trabalho como coletes balísticos, e viaturas novas, pois as existentes no município já estão obsoletas e com tempo de uso expressivo.

Quem precisou registrar um boletim de ocorrência (BO), depois do feriadão da Proclamação da República em Itaiópolis teve que se arranjar com a Internet. Quem foi até a Delegacia deu com as “portas fechadas” e todos os servidores reunidos, apenas prestando orientações a sociedade.
A Delegacia de Policia da Comarca aderiu a uma paralisação a nível estadual. O movimento se expandiu por todos os municípios catarinenses, onde o efetivo civil reivindica melhores salários e equipamentos de trabalho. Em Itaiópolis, na manhã da última quarta-feira, 16 de novembro, todos os policiais civis estavam reunidos no interior da Delegacia, apenas orientando a população.
No entanto, as orientações passadas na assembleia, foram para os policiais permanecerem nas Delegacias e manterem os serviços essenciais como, por exemplo, lavratura de prisão em flagrante delito; cumprimento de ordens judiciais e medidas protetivas de urgência. Somente estavam sendo feitos, durante a paralisação, registros nos seguintes crimes: homicídio, latrocínio, roubo, extorsão mediante seqüestro, estupro e pedofilia.
Os policiais trajavam uma camiseta preta padrão do movimento e do lado externo da Delegacia foram colados nas paredes e janelas cartazes que retratam a situação lastimável do salário dos policiais, que atualmente ocupa o misero patamar de R$ 781, 82, para o nível superior. Além do salário, hoje, o policial civil recebe R$ 132,00 de auxilio alimentação. O salário base da polícia civil de Santa Catarina não é reajustado há 13 anos.
Segundo o Delegado de Polícia de Itaiópolis Lauro Langer Júnior, o efetivo local vai cumprir o acordo estipulado em assembleia com os Sindicatos que representam a categoria e a paralisação deveria seguir até o dia 18, sexta-feira (ontem). Segundo Langer, os policiais pedem também equipamentos de trabalho como coletes balísticos, e viaturas novas, pois as existentes no município já estão obsoletas e com tempo de uso expressivo.
Os policiais civis, segundo Langer, não concordam com a intenção do governador Raimundo Colombo, que é promover uma nova política salarial geral ao funcionalismo público. A polícia civil aspira imediatamente à compactação dos níveis de carreira dos oito atuais para apenas quatro. Ainda, a polícia civil pleiteia através dos sindicatos da categoria a remuneração salarial em forma de subsídios; incorporação dos vencimentos e atualização monetária dos anos sem reajuste.
De acordo com o Delegado de Itaiópolis, a adesão a paralisação tem por objetivo maximizar a força nas negociações e também mostrar ao governo o descontentamento dos policiais civis. Em Itaiópolis, na Delegacia, trabalham dez servidores, sendo um delegado, seis agentes, dois escrivães e um responsável pela CITRAN. O Delegado disse que a PC de Itaiópolis está seguindo exatamente o que foi deliberado em assembleia e adotado também por outras cidades. A PC de Itaiópolis pediu apoio ao Legislativo local, para somar forçar nas reivindicações da categoria. A média em Itaiópolis é de um policial para cada 2 mil habitantes. Itaiópolis está dentro da média, no que diz respeito ao numero de policiais civis pelo número de habitantes.
O delegado Langer espera que, com a paralisação estadual, o governo Catarinense ao menos ouça os pleitos da categoria e estabeleça abertura para um diálogo de negociações. Durante os três dias de paralisação, não foi realizado atendimento ao público e serviços como vistorias em veículos, exames em processos de habilitação, emissão de documentos de veículos e habilitação.
A decisão da policia civil em iniciar a greve foi tomada em assembleia geral, após o governador Colombo não dar retorno quanto às reivindicações da categoria no prazo definido: a última quarta-feira, 9 de novembro. Estão à frente da paralisação o Sinpol (Sindicato da Polícia de Santa Catarina), Adepol (Associação dos Delegados de Polícia de Santa Catarina e Sintrasp (Sindicato dos Trabalhadores em Segurança Pública de Santa Catarina).
Além das reivindicações de melhores salários e trabalhistas em geral, a PC pede aumento de efetivos. De acordo com o Sinpol, em 1986 o Estado reunia 3.300 policiais para uma população de dois milhões de habitantes. Hoje, o numero diminuiu para 3.198 e os catarinenses somam seis milhões. A criminalidade no Estado aumentou 300% nesse período.
A cada mês, cinco policiais pedem exoneração da polícia para ingressarem em outros concursos – uma média de 60 por ano. O Estado perde 240 profissionais a cada quatro anos e soma um prejuízo de R$ 2,4 milhões, valor gasto com os cursos de formação.
Policiais Civis de Itaiópolis participaram da Assembleia em Florinópolis
Mesmo com o reajuste de 8% anunciado pelo governo do Estado de Santa Catarina, os policiais civis decidiram manter a paralisação nas Delegacias até sexta-feira. Segundo o delegado de Polícia de Itaiópolis, Lauro Langer Júnior, policiais de Itaiópolis formariam uma comitiva para integrar a assembleia geral da Categoria, que foi realizada ontem, no bairro Serrarria, em São José, região metropolitana de Florianópolis. Na assembleia os policiais tinham por objetivo discutir o reajuste de 8% e decidir pela manutenção ou cessação da greve. Em principio, o anuncio de reajuste de 8% feito pelo governo não agradou a polícia civil. As perdas salariais, segundo os sindicatos das categorias, ultrapassam 100%. O atendimento nas Delegacias, inclusive em Itaiópolis, até ontem era parcial.
