População reclama de falta de água constante

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 02/12/2011 - 22h31

Casan disse que está realizando melhorias e ampliação da rede. Novos poços artesianos estão autorizados pela empresa para perfuração. Segundo o chefe da Agência de Itaiópolis, o principal ladrão de água tratada são vazamentos ocultos, que desviam cerca de 40% da produção tratada destinada ao consumo.

A população urbana de Itaiópolis continua sofrendo e reclamando com a falta de abastecimento de água tratada constante. A companhia responsável pelo abastecimento é a Casan. No último sábado, 26 de novembro, moradores do bairro Priscila e adjacências do Residencial Jardim das Hortênsias sentiram a falta de água. O problema de interrompimento do abastecimento iniciou na tarde da última sexta, 25, sendo que a falta de água atingiu parte do centro, segundo moradores.

Itaiópolis está localizado sobre um “divisor de águas” e as fontes naturais, nas proximidades do centro, praticamente não existem. A Casan trabalha com a captação de água bruta no Rio São Lourenço, que a cada dia parece ter curso menor de água. Ainda, para deixar a Casan e a população em alerta, recentemente a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou relatório, onde aponta o município como um dos possíveis a ficar sem água de mananciais nos próximos seis anos. No entanto, segundo o chefe da Agencia de Itaiópolis, Joacir Meister, o relatório não é preocupante, pois a companhia está investindo na perfuração de poços artesianos para abastecimento. O relatório trata, de acordo com Meister, apenas da captação de mananciais.

No tocante a falta de água em parte de Ruas do Centro, o gerente disse que desconhece. Quanto à falta de água no bairro Priscila, parte do bairro Bom Jesus e Jardim das Hortênsias, a Casan disse que está ampliando a rede de distribuição e teve que suspender o abastecimento. A Casan já executou obras de anel de reforço na rede, que é a instalação de tubos de 100 milímetros em paralelo a rede atual, geralmente de 50 milímetros. Para Meister, essas obras vão levar mais água e a rede vai ficar sempre pressurizada, aumentando a pressão de 50 MCA para até 80 MCA, em determinados pontos.

O chefe da agência de Itaiópolis reconhece que ainda existem problemas quanto à falta de água e que um dos maiores vilões são vazamentos ocultos na rede, que são difíceis de serem localizados. Em média a agência de Itaiópolis registra dois vazamentos por dia.

Com as obras do anel de reforço e a interligação da rede, o problema de falta de água em pontos altos da cidade será resolvido por alguns anos. O gerente explica que as partes mais altas são as que mais sofrem, pois a água é levada por processo gravitacional abastecendo primeiramente as partes baixas ou por pressão mecânica. No entanto, segundo o gerente, se houver estouro de rede ou falta de luz, a população vai sentir a falta de água. A recomendação da Casan é de que os moradores adquiram reservatório de água com capacidade de suprir o consumo residencial por um dia.

O consumo de água diário para uma pessoa gira em torno de 135 litros por dia. Uma família com três pessoas vai consumir por dia mais de 400 litros de água. O ideal, segundo Meister, é que os moradores adquiram reservatório de compatível com o consumo de um dia.

A Casan tem hoje em Itaiópolis 3.300 ligações de água em moradias. O público urbano abastecido é de 10.750 pessoas. Para suprir essa demanda a Casan tem de tratar e distribuir em média, por dia, mais de 1,6 milhões de litros de água. A companhia está produzindo cerca de 1,7 milhões de litros por dia, atualmente.

Mas, o lamentável, segundo Meister é de que 40% do total da produção de água tratada diária são desperdiçadas. O gerente atribuiu à precariedade da rede de distribuição, que esconde inúmeros vazamentos. A empresa está tendo dificuldades em localizar os pontos com vazamento.

Além da ampliação de rede para melhorar o abastecimento, a Casan já estudou preliminarmente a possibilidade de importar água bruta do KM 25, pedreira de José Gelbcke. Segundo Meister, a idéia, se necessário, é levar água bruta do KM 25 até a ETA, para ser tratada. Da ETA, já para 2012, será executada obra de instalação de nova adutora de 200 milímetros, para trazer água tratada para a cidade. A rede virá pelas margens da estrada do São Lourenço. Para trazer água do KM 25, serão necessários pelo menos sete quilômetros de rede.

Ainda, conforme Meister, a empresa já autorizou a perfuração de dois novos poços artesianos. Um no pátio da própria ETA e outro na Rua João Koppe, no bairro do baixo Paraguaçu. Isso vai reforçar a produção de água para abastecer a cidade. Por outro lado, a Casan já perfurou poços na cidade que não trouxeram resultados. Em um deles foi constatado manganês, que é um metal pesado impróprio para o consumo humano.

A Gazeta de Itaiópolis entrevistou um profissional da área, que preferiu não se identificar, sendo que apontou três alternativas para aumentar a qualidade e a produção de água bruta e tratada para distribuir para a cidade. Uma dos apontamentos diz respeito à ampliação da rede. O profissional explicou que não adianta ampliar rede se não existe água suficiente para distribuir na nova rede.

A outra solução em médio prazo é a perfuração de poços artesianos profundos no perímetro urbano. Essas são algumas alternativas para amenizar os problemas de falta de água, mas tudo vai depender do crescimento populacional da cidade. Em 2003, segundo o profissional a Casan tinha em Itaiópolis 1,4 mil ligações e hoje o número saltou para mais de 3 mil.

Outra alternativa seria a construção de mais uma barragem no próprio Rio São Lourenço a cerca de 4 quilômetros da barragem existente, seguindo o mesmo curso de água e captando novas nascentes. Isso vai propiciar aumento na produção de água bruta, que também seria uma saída em médio prazo.

Hoje a Casan de Itaiópolis já tem bombas auto-suficientes, mas os filtros ainda são obsoletos. Com o recalque de água bruta de novas fontes é fundamental a substituição de filtros, ampliação e melhorias urgentes na ETA. O que precisa ser melhorado com urgência é a capacidade de tratamento de água bruta na ETA. Em média, a ETA manda para a cidade cerca de 198 mil litros de água tratada por hora. Com a população atual abastecida, levando em consideração o número de ligações existentes a Casan precisa mandar cerca de 1,3 milhão de litros de água tratada por dia para a cidade. Se o crescimento urbano continuar em ritmo acelerado a companhia terá que aumentar consideravelmente o volume captado e tratado de água para consumo.

A solução mais viável e definitiva para resolver o problema de abastecimento de água em Itaiópolis é desenterrar o projeto de captação de água do Rio Negrinho. Segundo informações, o projeto já existe desde 1998, mas até hoje não há expectativa de ser executado. A obra gira em torno de R$ 8 milhões. O projeto contempla bombas, estações de tratamento, adutora, entre outros. A distância do Centro da Cidade até o Rio Negrinho é de aproximadamente 14 quilômetros.

A Casan arrecada com a venda de água em Itaiópolis, em média, R$ 80 mil por mês e os investimentos são mais altos. A receita corresponde a menos de 30% do que é investido na cidade. Para se ter uma idéia, uma barra de cano de 6 metros de 50 milímetros custa R$ 50,00 aproximadamente.

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2 comentários publicados
  1. Carlos

    O grande problema da casan de itaiópolis esta em seu responsavel que é incompetente, e quando procurado para solicionar o problema diz que esta tudo bem , “o pior cego é aquele que não quer ver”. onde esta os politicos para trocar estas pessoas por pessoas competentes. já que é um cargo politico.

  2. Joaquim

    Aqui no Bairro Bom Jesus, ninguém aguenta mais tanta falta de água, desde sexta-feira não tem água. Não tinha sexta de manhã e quando voltou estava suja igual barro , ontem o dia todo, voltou era quase meia noite e agora, domingo não tem água de novo. Isso é horrível. Os moradores do bairro pagam suas contas igual aos demais moradores, e porquê somos obrigados a ficar tanto tempo sem água????

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