Professora exibe na Câmara cartilha com promessas de campanha do atual governo e diz que lei municipal do plano de carreira não está sendo cumprida

O vereador Alcides Nieckarz (PSB) presidiu interinamente a reunião ordinária da Câmara de vereadores de Itaiópolis na última segunda-feira, 04, em decorrência do atestado médico apresentado pelo titular do cargo. Durante os trabalhos da sessão, o presidente concedeu espaço de tempo para oratória da professora Emiliana Andrezjewski, que havia protocolado requerimento solicitando espaço de tempo na Casa Legislativa. Na tribuna da Casa Legislativa a professora disse que não estava fazendo politicagem e que não pertence a siglas partidárias. Emiliana disse aos vereadores e assistentes que está indignada em relação ao sistema e o comodismo e indiferença das pessoas. O discurso da professora está atrelado ao término da greve dos servidores públicos de Itaiópolis. Segundo a professora, que se pronunciou de maneira particular, e não representando classe, o professor não é valorizado, remunerado dignamente e sequer respeitado. A professora disse que existem muitas promessas por parte de governos que ocuparam ou estão no poder, mas que geralmente são esquecidas e não cumpridas. Emiliana explicou que quando aderiu à greve não tomou a atitude para brincar, ficar de folga ou prejudicar seus alunos. “Naquele momento estava reivindicando direitos e respeito ao servidor público, e quando falo de servidor público, estou incluindo todas as categorias, pois como servidores prestamos serviços a uma só empresa, que é a Prefeitura de Itaiópolis”, contextualizou a professora. Emiliana também fez menção em relação ao percentual reivindicado pela categoria dos professores, que é um caso isolado das demais categorias, por razão da lei n° 3 de 21 de outubro de 2003, aprovada pela Câmara de Itaiópolis, que trata do plano de carreira do magistério público. Segundo a professora, na lei existe uma tabela que trata dos diferentes percentuais pagos aos professores conforme sua graduação. “A tabela é clara quando diz que o professor que não é graduado deve ganhar 40% do que ganha o professor com graduação, então com a aprovação da lei federal 11.738|08, que estabelece o valor pago ao magistério de R$ 1.187,00, e que já está sendo cumprido em nosso município, como fica os 40% da tabela salarial do nosso plano de carreira?” interrogou a professora Emiliana. Ainda, no discurso, a professora disse que a lei municipal não serve para nada. Conforme a professora, se a Prefeitura aplicar o piso nacional ao plano de cargos do magistério de Itaiópolis cada professor graduado (licenciatura plena) deveria receber R$ 2.913,12 de salário por mês. Hoje o professor graduado recebe do município R$ 1.460,00, por quarenta horas semanais. Ela lembrou também que o professor não é pago com impostos recolhidos pela Prefeitura, mas sim com valores repassados pelo FUNDEB. “Ressalto que a pauta de reivindicação para todos os servidores era o percentual de 15%, que resulta em valores de R$ 81,75, calculado de um salário mínimo federal”, explicou a professora. Emiliana encerrou sua fala dizendo que recebeu formação em escolas públicas, que tem como filosofia, formar cidadãos comprometidos, participativos, críticos e que exercitem a democracia. O vereador Alcides Nieckarz (PSB) participou do aparte da oradora e disse que infelizmente foi mal interpretado por pessoas da Prefeitura, principalmente da Secretaria da Educação, quando cobrou a aplicação das promessas de governo. Segundo Alcides, houve comentários de alguns funcionários dizendo que os vereadores só servem para fazer politicagem. “Digo a essas pessoas que nós servimos também para aprovar leis, para aprovar seus salários e aprovar leis de interesse do poder público municipal”, disse o parlamentar.