Fumageiras garantem a compra da produção contratada
A Comissão Interestadual dos Produtores de Tabaco esteve reunida nesta terça-feira (22), com quatro empresas a fim de buscar alternativas para os agricultores catarinenses que querem comercializar a sua produção.
As fumageiras Philip Morris, JTI Kannenberg, Universal Leaf e Alliance One atenderam prontamente a convocação da Comissão por reconhecer a sua legitimidade como representante dos produtores de tabaco da Região Sul do PaÃs.
A maioria das empresas assinou o protocolo que estabelece um reajuste de 10% a ser aplicado sobre a tabela safra 2008/2009, última resultante de acordo. A Universal Leaf e Alliance One justificaram a não assinatura do protocolo por questão de sustentabilidade financeira, alegaram não poder seguir esse percentual de reajuste, mas garantiram a manutenção da tabela de preços praticada na safra 2009/2010. Além disso, todas as empresas se comprometeram em cumprir os demais itens do protocolo firmado com a comissão: compra de toda a safra contratada; pagamento em quatro dias úteis; pagamento do frete e do seguro da carga; aval dos financiamentos; fornecimento de insumos e assistência técnica e fiscalização da classificação por órgãos oficiais e o acompanhamento da classificação das entidades que assinaram o acordo.
As empresas fumageiras se comprometeram em receber toda a produção contratada dos agricultores interessados em comercializar, inclusive com respaldo judicial, se necessário. Também informaram que estão atendendo a reivindicação da Comissão Interestadual dos Produtores da revisão da estimativa de produção, tendo em vista o aumento significativo da produtividade nesta safra. Sinalizaram que podem rever o processo de classificação, mas que nesse ano deverão obedecer, criteriosamente, a Instrução Normativa nº 10 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que trata da classificação do tabaco.
No Litoral Sul de Santa Catarina, em torno de 25% da safra já foi comercializada. A Comissão permanecerá atenta ao processo, ouvindo os agricultores, acompanhando a venda da produção e buscando soluções para o impasse criado na região.
Crise no setor fumageiro
A Gazeta de Itaiópolis entrevistou o presidente do STR Acir Veiga, para saber o que esta acontecendo no setor fumageiro e a preocupação dos produtores de tabaco. Veiga que participou na reunião de terça-feira em Florianópolis disse que estamos no meio de uma crise do setor fumageiro por vários motivos: Excesso de produção, sobra de 140.000 toneladas da safra anterior, câmbio desfavorável e pouca procura de indústrias cigarreiras internacionais.
Diante dos fatos fumicultores do Sul de SC iniciaram piquetes em frente de empresas e que nesta última sexta-feira foram desfeitos até por orientação da representação dos produtores. Estamos em contato direto com as empresas para garantir a compra pela estimativa e melhoria na classificação. Foi plantado muito tabaco sem registro (por conta do produtor) e o excesso de oferta derruba o preço. Está na hora de o produtor e indústria encontrar soluções pra enfrentar esta crise e manter o sistema integrado que até agora garantiu boa renda aos produtores disse o sindicalista. A maioria é pequenos proprietários rurais e tem na atividade sua principal fonte renda. Em Itaiópolis o comercio já esta sentindo a crise nas vendas. O faturamento de tabaco no ano passado foi de aproximadamente oitenta milhões de reais no municÃpio, que conta com 2.100 produtores.
