Sumiço das abelhas causa preocupação em apicultores de Itaiópolis e de SC

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 10/09/2011 - 10h09

Durante os meses de julho e agosto de 2011, os apicultores do Planalto Norte observaram mais de 80 % de perdas de colméias em seus apiários. Gregório Lozovei apicultor há mais de 20 anos morador da comunidade de Costa Carvalho (Itaiópolis) disse que nunca viu nada igual, pois de suas 60 colméias restaram apenas cinco. O presidente da Associação de Apicultores de Itaiópolis comenta que se nada for feito os apicultores terão que desistir da atividade e terão que começar do zero, ele informa que das mais de 600 colméias que possuía há dois anos hoje tem menos de 100. Nelso Stopa apicultor de Residência Fuck (Monte Castelo) que com 1600 colméias produziu 42.000 Kg de mel hoje está apenas com pouco mais de 400 colméias.

O quadro se repete nos municípios de Mafra, Rio Negrinho, Papanduva e Santa Terezinha.  O presidente da FAASC Nésio Fernandes de Medeiros tem buscado junto ao Secretário de Estado da Agricultura, o apoio técnico para a identificação das causas. Ele propôs medidas através da pesquisa e Extensão rural e da defesa sanitária animal; fazer os encaminhamentos necessários para a solução do problema antes que seja tarde e não se tenha mais abelhas.  Convém dizer que as abelhas são importantes, não só na produção de mel, mas principalmente na polinização de frutíferas e lavouras em geral. E sem abelhas haverá grandes prejuízos com a redução da quantidade produzida e da qualidade das frutas.

Assim por determinação do secretário de estado e da agricultura nesta semana nos dias 5 e 6 de setembro técnicos da Epagri, da Cidasc e Ministério da agricultura realizaram um esforço conjunto no Planalto Norte Catarinense com o objetivo de coletar amostras de abelhas na região para o envio a laboratórios para a identificação das causas da mortalidade  ou sumiço das abelhas. Participaram desse trabalho a médica veterinária da Cidasc Ana Maria de Andrade Mitidiero, responsável pelo programa estadual de sanidade Apícola, acompanhada pelo veterinário da Cidasc José Rui Almeida Leite Filho, responsável pelo programa a nível regional e também o médico veterinário Marcio Pinto Ferreira, responsável pelo PNSAp do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Enio Frederico Cesconeto, técnico da Epagri. Segundo os especialistas o problema é grave e merece toda a atenção das instituições governamentais para a busca de respostas a ameaça.

Suspeita-se que o que vem causando a mortalidade seja uma doença chamada Nosemosem, porém,  não há sinais clássicos da doença, e, portanto, freqüentemente não é detectada.  Abelhas altamente infectadas vivem apenas metade do tempo que as não infectadas.   A Nosema está presente provavelmente em todas as colônias o tempo todo, e só é susceptível de causar perdas de abelhas quando as condições climáticas favorecem a disseminação do microrganismo.

Nosema apis, que causa a doença nosema, é encontrado em todo o mundo.  Nosema ceranae, um parasita semelhante, foi encontrado em abelhas asiáticas (Apis cerana) em 1996.  Em 2005, foi encontrado em Apis mellifera, em Taiwan, e uma vez que na Europa, América do Norte e Austrália.

O organismo nosema pertence a um grupo exclusivo de formadoras de esporos organismos conhecido como Microspora, muitos dos quais são parasitas de insetos.  Nosema apis é a causa mais comum de infecção de abelhas adultas, e é amplamente considerada como sendo (em termos econômicos) a doença mais grave de abelhas na Austrália.  Nosema ceranae e Nosema apis têm ciclos de vida semelhantes.
Abelhas adultas ingerem os esporos da nosema via água ou alimentos contaminados, por troca de alimentos com outras abelhas ou em suas funções de limpeza.  Os esporos germinam, em seguida, nas células epiteliais do intestino médio.  Aqui eles se multiplicam, produzindo mais esporos até o ponto em que os números são tão grandes que estouram as células epiteliais e são excretados nas fezes.  Abelhas operárias, rainhas e os zangões são todos suscetíveis à infecção por esporos, que podem permanecer viáveis por períodos consideráveis de tempo em partes de colméia.  A diferença visual entre Nosema apis e Nosema ceranea é apenas ligeira.   Somente  Testes de DNA podem diferenciar as duas espécies.

Efeitos da Nosema Apis na colônia

Abelhas mais velhas (Campeiras) morrem rapidamente quando expostas a altas taxas de infecção – a expectativa de vida dos indivíduos pode ser reduzida em mais da metade.

Abelhas jovens assumem as tarefas das campeiras em uma tentativa de manter a ingestão de néctar e pólen.

Com poucas abelhas na colmeia e com a dificuldade em manter a temperatura do ninho as crias morrem e as abelhas morrem ou abandonam as colméias.

Nosema ceranae pode matar as abelhas em oito dias, o que é mais rápido que as abelhas expostas a Nosema apis; despovoamento gradual, mais mortes outono / inverno  ou baixa produção de mel podem ocorrer. Em análises feitas em outras regiões de Santa Catarina constatou-se a presença de nosema ceranae, acaro Varroa destructor e pelo menos três tipos de vírus e suspeita-se que a mortandade acontece com maior intensidade quando os fatores aparecem associados.

Foram feitas visitas a apiários nos municípios de rio Negrinho, Mafra e Itaiopolis e as amostras encaminhadas para laboratórios em São Paulo. Segundo informações, no próximo dia 12 de setembro, um grupo de técnicos da Epagri envolvidos na questão da apicultura vai estar reunido com o secretário da Agricultura e Pesca do Estado. De Itaiópolis vai participar Enio Cesconeto, da Epagri. O objetivo do encontro é encontrar soluções aos problemas relativos à mortandade das abelhas no Estado.

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8 comentários publicados
  1. Juca

    Não sou apicultor, mas todo dia vejo inumeras abelhas mortas no chão (cançada). Na cidade. Até comentei, isso não é bom sinal.

    • Juca

      calçada e não cançada, apesar que até poderia ser.

  2. Paulo Marcelo Adamek SUMIÇO DAS ABELHAS

    SUMIÇO DAS ABELHAS EM 2012, PAULO MARCELO ADAMEK…NOSEMA APIS, VARROA, INSETICIDAS, RADIAÇÂO DE CELULARES, DESMATAMENTOS,FALTA DE ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL, ATAQUE DE PREDADORES NATURAIS,EUCALIPTOS PRECOCES, TRANGENIA, FIM DO MUNDO, VIRUS CAUSADO POR PARASITAS,VESPAS E MOSCAS QUE MATAM ABELHAS, FRIO INTENSO….TUDO ISSO É VERDADE OU AS ABELHAS APIS MELLIFERAS AFRICANIZADAS ESTAO PASSANDO POR UM PROCESSO DE MUTAÇAO E ADAPTAÇÃO FICANDO ALTAMENTE MIGRATORIAS MUDANDO ENTRE REGIOES MUITO PROXIMAS APENAS PARA ALCANÇAR FLORADAS COMO A DA BRACATINGA E DO EUCALIPTO EM ÉPOCAS QUE A OFERTA DE MEL E POLEN È ZERO, ISSO ACONTECE DA SEGUINTE FORMA, NAO HA OFERTA DE ALIMENTO NA NATUREZA AS ABELHAS COM O FORTE FRIO FICANDO” INVERNANDO”NAS COLMÉIAS APOS O APICULTOR COLOCAR ALIMENTO ELAS REAGEM AO FRIO E ACABAM ABANDONADO AS COLMÉIAS AS VEZES DEIXANDO PARA TRAZ A PROPRIA RAINHA QUE NAO CONSEGUE VOAR COM O FRIO OU ACABA RETORNANDO PARA A COLMÉIA APOS ALGUMAS TENTATIVAS DE SEGUIR COM O ENXAME,COMO PODEMOS ESPLICAR O SUMIÇO DO ENXAMECOM A AUSENCIA DE ABELHAS MORTAS NA COLMÉIA? E APRESENÇA APENAS DA RAINHA EM ALGUNS CASOS? E A GRANDE CAPTURA DE ENXAMES NOS MESES DE OUTUBRO E NOVEMBRO?………ÉSSA IPOTESE VEM DE ONTEM EU TER IDO NO APIARIO E VER AS ABELHAS PRATICAMENTE CONGELADAS POR CAUZA DO FRIO E APOS ANDAR ALGUNS METROS VOLTANDO PARA CASA VER PASSAR 1 ENXAME Aà PELAS 10:00 DA MANHA E NA SQUENCIA +1 ENXAME AÃŒ PELAS 10:20, MAS COMO COM AQUELE FRIO?

  3. Paulo Marcelo Adamek SUMIÇO DAS ABELHAS

    SUMIÇO DAS ABELHAS, O MISTÉRIO CONTINUA….ONTEM MESMO ACABEI DE CONSTATAR O INICIO DO FENOMENO DO SUMIÇO DAS ABELHAS, FAZENDO O MANEJO NAS COLMÉIAS PUDE NOTAR VISIVELMENTE A DIMINUIÇÃO DRASTICA DO VOLUME DE ABELHAS DOS ENXAMES, APEZAR DE O FRIO AINDA NAO TER CHEGADO COM FORÇA AQUI E DE TER GRANDE QUANTIDADE DE MEL E POLEN NAS COLMEIAS…. E AGORA?????????? JA TEMOS AS RESPOSTAS??????

  4. Paulo Marcelo Adamek

    PAULO MARCELO ADAMEK ITAIOPOLIS SC-SUMIÇO DAS ABELHAS EM SC.
    POIS É PESSOAL DA APICULTURA, O OUTONO ESTA Aà DE NOVO E SERA QUE O CASO DO SUMIÇO ADS NOSSAS ABELHAS JA FOI SOLUCIONADO? SERA QUE OS CIENTISTAS JA TEM UMA RESPOSTA? OU VAMOS SOFRER NOVAMENTE COM O DESAPARECIMENTO DE ATÉ 80% DOS NOSSOS ENXAMES…???

  5. mario rui oribka

    uma observação cientifica deve ser atenta,exata,completa…Voce procedeu como cientista,suas informações são muito úteis.Nos mes de agosto a macieira aqui de casa floresceu juntamente com cerca de mais 10 frutiferas…Percorri o quintal observando abelhas encontrei nestes meses(agosto/set/out…)cerca de 20 abelhas.Muita flor,rarissimos frutos(3/4 maçãs,algumas citricas,jabuticabas….algo esta realmente acontecendo,talvez ou certeza de que tem a ver com agrotoxicos,ondas eletromagneticas,aquecimento global ou desmatamento.Resumindo estamos colhendo os frutos do nosso descaso com o ambiente.Deus esta olhando e matutando:Salvo o bicho homem ou salvo o planeta?

  6. paulo marcelo adamek

    PAULO MARCELO ADAMEK,SUMIÇO DAS ABELHAS EM ITAIÓPOLIS-SC. Eu sou apicultor do municipio de itaiopolis e também acabei de passar por esta esperiênçia de perder 80% das colméias. Devido a uma longa observação e didicaçao a apicultura eu pude verificar algumas “coisas diferentesâ€
    nas colméias além do comentado atualmente:
    1ºAntes de acontecer o sumiço das abelhas dentro dos ninhos apareceram duas ou tres baratas que continuaram la até a limpeza das colméias e o derretimento dos favos(talves também transmitam algum tipo de virus para as abelhas);
    2ºNo fundos dos ninhos haviam muitas varoas caidas, mortas.
    3º Dentro da maioria dos ninhos havia um tipo de formiga estranha pouco conhecida entre os apicultores que coloca ovos dentro dos opèrculos e até em cima do mel;
    4º Nos apiarios que houve este sumiço das abelhas ha reflorestamento de eucaliptos que florecem precocimente e lembrando que os mesmos também estao nos E.U.A e Canada onde aconteceram os primeiros casos de sumiço de abelhas.
    5º Apos alimentar as abelhas no inverno, em dias muito frios ou de garroa e também na boca da noite, as abelhas saem da colméia, estimuladas a procurar alimento e acabam se perdendo e congelando antes de voltarem para a colméia.
    †NOS APICULTORES ESTAMOS ESPERANDO QUE OS REPRESENTANTES DA APICULTURA BRASILEIRA DESCUBRAM A CAUSA E A SOLUÇAO DESTE PROBLEMA E POSSAM AJUDAR-NOS ATRAVÉS DE UM SEGURO ASSIM COMO ACONTECE AOS PESCADORES BRASILEIROS
    OBRIGADO!!!

  7. Paulo Marcelo Adamek

    Eu sou apicultor do municipio de itaiopolis e também acabei de passar por esta esperiênçia de perder 80% das colméias. Devido a uma longa observação e didicaçao a apicultura eu pude verificar algumas “coisas diferentes”
    nas colméias além do comentado atualmente:
    1ºAntes de acontecer o sumiço das abelhas dentro dos ninhos apareceram duas ou tres baratas que continuaram la até a limpeza das colméias e o derretimento dos favos(talves também transmitam algum tipo de virus para as abelhas);
    2ºNo fundos dos ninhos haviam muitas varoas caidas, mortas.
    3º Dentro da maioria dos ninhos havia um tipo de formiga estranha pouco conhecida entre os apicultores que coloca ovos dentro dos opèrculos e até em cima do mel;
    4º Nos apiarios que houve este sumiço das abelhas ha reflorestamento de eucaliptos que florecem precocimente e lembrando que os mesmos também estao nos E.U.A e Canada onde aconteceram os primeiros casos de sumiço de abelhas.
    5º Apos alimentar as abelhas no inverno, em dias muito frios ou de garroa e também na boca da noite, as abelhas saem da colméia, estimuladas a procurar alimento e acabam se perdendo e congelando antes de voltarem para a colméia.
    ” NOS APICULTORES ESTAMOS ESPERANDO QUE OS REPRESENTANTES DA APICULTURA BRASILEIRA DESCUBRAM A CAUSA E A SOLUÇAO DESTE PROBLEMA E POSSAM AJUDAR-NOS ATRAVÉS DE UM SEGURO ASSIM COMO ACONTECE AOS PESCADORES BRASILEIROS
    OBRIGADO!!!

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