Patrolamento, encascalhamento e tubulação de águas pluviais. Moradores reclamam das promessas políticas, que até hoje não trouxeram soluções aos problemas

Um bairro que faz parte do centro de Itaiópolis, com grande dimensão populacional parece também estar esquecido pelo governo. Apesar de ser o berço onde moram importantes políticos como, por exemplo, a ex-vice-prefeita Rose Dresseno, a Vila Gaúcha carece de infraestrutura básica como empedramento, patrolamento e tubulação de águas pluviais. Há pouco tempo, a nomenclatura do bairro foi alterada de Vila Gaúcha para Vila José Dresseno, em homenagem a um importante líder comunitário já falecido.

A Gazeta de Itaiópolis visitou a Vila Gaúcha, bairro onde vivem várias famílias de trabalhadores. O cenário é de abandono. Esgotos correndo a céu aberto, tubulação de água tratada em obras por mais de 15 dias, ruas esburacadas, e falta de patrolamento. Para o trabalhador José Roberto Bodnar, de 26 anos, a situação da Rua Alan Kardec, principal acesso ao bairro é vergonhoso. José tem uma irmã de 36 anos, que freqüenta a escola de educação especial diariamente e para apanhar o veículo escolar a família enfrenta uma verdadeira odisséia. “O ônibus para nas valetas no meio da Rua e sofremos para ajudar a nossa irmã a desembarcar”, disse José.

A família vive na Rua Alan Kardec, na Vila José Dresseno há 18 anos. Segundo a mãe de José, a reclamação dos moradores foi levada ao conhecimento do secretário de obras, que até o momento não demonstrou atitude para resolver os problemas. Assim como a família de José outros moradores também adquiriram manilhas por conta própria, para tubular o esgoto em frente das residências, para ter acesso.

Alguns moradores reclamam da desconsideração dos outros, que liberam fossa doméstica na Rua Alan Kardec, causando mau cheiro e instigando a propagação de doenças. Boa parte dos bueiros de acesso às residências são improvisados. Construídos com tubos adquiridos por cada morador, os bueiros são calçados com pedaços de madeira e cacos de tijolos. Segundo José, um rompimento na rede de água ficou por mais de 15 dias sem ser consertado pela companhia de água na rua.

Os moradores reclamam que a patrola da Prefeitura não completa todo o percurso da Rua, realizando melhorias apenas na metade do trecho da Alan Kardec. “Faz mais de um ano que a patrola não passa por aqui”, disse José. Existem pelo menos 30 moradias na rua. Os moradores reclamam do mau cheiro do esgoto, principalmente no verão. O bairro se localiza numa região de declive geográfico e boa parte de dejetos residenciais e lançada in natura, chegando a pequenos córregos que desembocam na represa da companhia de água, que abastece o município. Alguns bueiros na Vila José Dresseno chegam a atingir um metro de profundidade.