Descaso do Poder Público aumenta sofrimento de famílias atingidas pela enchente

Publicado por Gazeta de Riomafra - 12/08/2014 - 01h10

Moradores dos mais diversos bairros do município que sofreram com a enchente, ainda sentem os reflexos daquela calamidade.

Pode parecer piegas, mas diariamente recebemos emails e telefonemas de mafrenses reclamando do descaso do poder público para com a população em geral. Na manhã desta sexta-feira visitamos dois bairros, distantes, mas que enfrentam o mesmo problema, a falta de atenção, o Faxinal e a Vila Argentina.

Dona Márcia, moradora da Vila Argentina já protagonizou várias matérias na Gazeta e pelo jeito seu dilema ainda vai demorar a acabar. Em entrevista à nossa reportagem, Márcia disse que sua realidade em nada mudou, dois meses se passaram e ela ainda espera o benefício que seria concedido na água e na luz para os moradores atingidos pela enchente, como aconteceu no município vizinho, Rio Negro.

As ruas continuam cheias de buracos e as casas à espera de uma solução definitiva, “tive que demolir parte da minha casa que era de madeira por causa da umidade. Mas você acha que ganhei algo da Prefeitura? Não, foi o padre Marcos de Rio Negro que me ajudou com 1.000 tijolos e sacos de cimentoâ€, desabafou Dona Márcia, dizendo que o pároco de lá, não levou em conta a divisão dos municípios e ajudou vários mafrenses. Fez um agradecimento também à equipe do padre Fernando, que não mediu esforços para ajudar os desabrigados.

Indignada Dona Márcia cobra do poder público um auxílio, e com tristeza no olhar segura um santinho do prefeito Eto Scholze, que até então ela guardava com muito carinho, “eu acreditei nesse piá, votei nele porque tinha esperança neleâ€.

Ela lamenta quando lembra que é pagadora de impostos e mesmo assim não tem cumprido seu direito de cidadã. “Falo em nome de toda comunidade do meu bairro, não peço só por mim, nossa vida está um caos, a Saúde está um caos, cadê nossos representantes?†questionou Dona Márcia. “Tudo é feito pela metade, até quando valos sofrer, e nossos colonos que também sofrem e são homenageados com as repartições públicas fechadas no seu dia, isso é um absurdoâ€.

Mesmo em meio a tantas tristezas, Dona Márcia pôde contar com tantas pessoas solidárias, amigos e parentes que a ajudaram sem querer nada em troca. Agradeceu seus professores do Cenaic de Rio Negro e também da loja Afubra, por toda colaboração que recebeu.

Faxinal

O drama enfrentado por moradores do Faxinal é diário. Isso porque uma importante ponte que era usada por adultos para irem ao trabalho, crianças para chegarem até a escola, foi levada pela enchente, e hoje tudo que eles têm é uma tora de madeira, por onde precisam se equilibrar para passar.

Conversamos com uma moradora daquele local que disse ter enfrentado dias muito tristes após a enchente. Devido à passagem ter sido rompida, ela tinha que fazer um desvio de cerca de dois quilômetros todos os dias, a pé, para poder chegar até seu trabalho.

Munícipes que moram nos arredores desta passagem todos os dias passagem apreensivos pelo local onde antes tinha uma ponte. “Crianças se equilibram e correm o risco de cair, carros são obrigados a desviar quilômetros e enfrentam filas nos locais aglomeradosâ€, disse um morador do Faxinal.

Eles cobram por seus direitos como cidadãos, direito de ir e vir como previsto na Constituição, “hoje não conseguimos atravessar e até agora ninguém nos disse quando a obra da ponte será feita.

Lembrando que recentemente o município foi contemplado por um, apenas um kit de transposição, recebido pelo Governo do Estado, com o qual a localidade de São Lourenço que recebeu a ponte de concreto.

FGTS

Os atingidos pela enchente respiraram aliviados com a liberação do Fundo de Garantia após o desastre pelo qual passaram. Essa seria a notícia boa, se não fosse pelo critério que a Caixa tem usado para tal. Informações que chegaram até nossa reportagem de que a Defesa Civil não mencionou todos os pontos de alagamento e por esta razão alguns munícipes não terão direito de resgatar o benefício.

Moradores da rua Santa Cruz, entre a Vila Ivete e Amola Flecha contam que passaram horas durante a madrugada carregando pessoas e mudanças em um bote, ajudando as pessoas, e hoje não foram enquadrados como área de alagamento, e não terão seu FGTS. Eles questionam a maneira como foi feito o mapeamento destas áreas.

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2 comentários publicados
  1. Mafrense

    Fico indignada, onde permitiram que as famílias que reciclam o lixo na vila argentina, continuem com este serviço ao lado do rio, cadê a saúde, vigilância sanitária, equipes de prefeitura, tomando providência nesta realidade.
    Depois dos problemas ocorridos fica mais complicado, deveria ter sido tomado as providências, antes das família voltarem as suas casas.
    Descaso total.

  2. cidadão riomafrense

    Sou morador do Bairro Faxinal e como muitos outros tenho que conviver com este descaso do poder público, em um mes a INFRASUL empresa responsável pelas laterais da BR 116 colocou enormes manilhas e fechou um buraco próximo a tecenil onde até um veículo havia caído, pq a prefeitura ñ se mexeu e fez uma parceria com essa empresa ao menos para fazer uma nova ponte aki no bairro???

    É apenas uma idéia, mais por quanto tempo teremos que desviar por outra estrada?
    Quantas crianças prescisarão cair e se machucar ali para que a prefeitura venha e arrume?

    Olha, como me arrependo de ter votado em vc Eto Scholze, nem seu pai em seu tumultuado mandato a anos atrás deixou Mafra tão abandonada, peguem etes 20.000,00 que vcs comprarão em tablets para estes… que estão na camara e arrumem ao menos um pouco desta cidade.

    Obs: meu voto e de minha família vc ñ ganha mais.

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