A sessão ordinária da última segunda-feira (13), da Câmara de Vereadores de Mafra foi palco de mais um episódio de baixo nível, novamente, protagonizados pelos vereadores Abel Bicheski (Bello) e Hebert Werka, que no final da sessão, após fazerem a oração final, começaram uma discussão, onde quase foram para as “vias de fato”. Só não entraram em luta corporal por que foram contidos pelos demais presentes.

Segundo informação nos repassada, o clima já estava tenso antes mesmo da sessão iniciar, durante a pré-reunião na ante sala do plenário, devido ao processo interno em que Werka responde com pedido de impeachment, devido ao episódio das enchentes, quando autorizou o motorista da Câmara levar um casal para Florianópolis onde sua filha  precisou ser levada urgentemente a um hospital em Florianópolis, sendo que seus pais foram conduzidos a capital em seguida com o carro da Câmara.

Já na sessão, no momento da presidência Werka se disse indignado, pois queria que seu próprio julgamento fosse marcado o quando antes, queria que o mesmo fosse julgado na terça-feira 14/10. Segundo Werka não iria admitir que seu processo fosse prescrito. “Eu estou cansado e aborrecido, não aguento mais ficar aguentando isto”. “Quero deixar claro para esta comissão: que não enrolem para arquivar este processo, ele terá de ir a votação, seja para me condenar ou para me absolver, porque dia 18 ele prescreve. Se eu dever quero ser condenado e se eu não dever quero ser inocentando. Espero que esta comissão coloque em votação antes que o prazo acabe” – desafiou a comissão Werka. Ele deu a entender que a comissão está fazendo “corpo mole” e com medo de julgá-lo.

O vereador Vicente Saliba, membro da comissão processante pediu a palavra e rebateu o vereador Werka, argumentando que o mesmo não foi concluído pelo relator e colocado na pauta de julgamento, porque as alegações finais dele (Werka) foram entregues pela sua procurada somente naquele dia (segunda-feira 13). Sendo assim, segundo Saliba, não houve tempo para concluir o relatório e coloca-lo em julgamento nas sessões de segunda-feira e terça feira desta semana. “Um dos itens da sua defesa, pede que todas as atas das sessões sejam degravadas e colocadas no processo, para que não haja cerceamento da defesa” – respondeu Saliba. Que afirmou também que assim que tudo esteja em conformidade o processo será concluído pelo relator e colocado em votação. Werka novamente fez questão de frisar que seu direito de defesa já foi cerceado por várias vezes no caso.

Após o término da sessão o vereador Nader se aproximou rapidamente da mesa, onde Werka ainda se encontrava em pé e ambos começaram a discutir até então amistosamente sobre os trabalhos da comissão processante no caso. Quanto o vereador Bello se aproximou e ambos começaram a discutir em voz alta começando a se “xingar” mutuamente.

O vereador presidente Werka alega que o vereador Bello, se aproximou enquanto discutia com o vereador Nader e lhe xingou de sem vergonha e lhe provocou a sessão inteira. Na sua versão, Weka explica que “no momento em que estava discutindo com o vereador Nader, Bello entrou na discussão e disse: “bem que faz Nader ele é um sem vergonha”… não de bola para este sem vergonha, em não posso aguentar isto…” revoltado, justificou Werka, que foi para cima dele onde Bello recuou para trás da bancada do plenário e Werka lhe tentava cercar, e lhe chamava para briga. Neste momento presentes interviram e um dos assessores de campanha de Werka lhe retirou do recinto.

Conseguimos ouvir o vereador Bello, no final da tarde de terça-feira (13), para contar sua versão dos fatos. Porém Abel disse a nossa reportagem que neste momento prefere não dar nenhuma declaração sobre o episódio. Disse que irá esperar as imagens (vídeos) do fato para depois se pronunciar e também processar o vereador Werka. Bello diz lamentar o ocorrido, dizendo que: “…a Câmara de Mafra estava em paz durante 30 dias, sem brigas, o presidente ultrapassou a linha da ética e do bom costume. Imagine se ele estivesse se elegido como deputado estadual, como iria ser então suas ações…” – concluiu Bello.

Lamentavelmente os presentes que foram assistir a mais uma sessão ordinária da Câmara de Mafra, tiveram que presenciar mais uma baixaria entre alguns dos legisladores.

A Câmara que transmite todas as sessões on line aos internautas, possivelmente cortou a cena, porém alguns internautas conseguiram baixar o vídeo completo, inclusive a reportagem da Gazeta que em breve estará disponibilizando as imagens no Facebook e no site Click Riomafra.

Animosidades começaram na eleição da mesa diretora

Não é de hoje que os vereadores Bello Werka são desafetos. A animosidade de ambos se manifestou publicamente, durante a disputa para mesa diretora em dezembro do ano passado, quando Werka foi atrás de Bello para pedir seu apoio à presidência da Câmara, onde Bello gravou o possível acordo que seria pactuando entre ambos e utilizou como um dos meios para tentar cassa-lo numa CPI, onde Werka acabou sendo absolvido.

Do mesmo partido (PR), porém cada vez mais inimigos declarados publicamente, suas diferenças só aumentaram, até a última sessão de segunda-feira (13), onde ambos quase foram para “vias de fato”, protagonizando mais um episódio lamentável em plena sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Mafra, manchando em muito a atual legislatura perante a opinião pública.

Werka diz que desmontará “falcatruas” na Câmara

Documentos falsificados, nepotismo, entre outras revelações, seria a tônica do discurso durante o uso da tribuna na Câmara de Mafra, pelo presidente Hebert Gilso Werka, durante a sessão desta terça-feira (14/10). Afirmou que tem tudo documentando. Em contato com Werka na noite da última segunda-feira, onde nossa reportagem quis ouvir sua versão dos fatos, em relação a sua discussão com Bello, Werka avisou: “Tem uma bomba relógio para estourar na Câmara Mafra”, se referindo ao seu pronunciamento programado para sessão de terça-feira (14). Werka também disse que quer ser julgado no caso do carro da Câmara, entende que existe muitas irregularidades cometidas pela comissão processante no caso. No final disse: “Werka vai pro o tudo ou nada… tenho tudo documentado” – concluiu.

Com a falta de 6 vereadores, na sessão de terça-feiraterça-feira, Bello, Erlon Veiga, Luiz Nader, Marize, Vicente Saliba, o presidente Werka desistiu de fazer as denúncias, por falta de quórum, alegando que os vereadores faltantes fizeram isto propositadamente, ficando com medo das denuncias que seriam feitas, talvez poderiam atingi-los. “Fizeram um boicote, só que os verdadeiros homens não fogem dos problemas e sim os enfrentam” – disparou Werka.

Finalizou dizendo que iria fazer muitas denúncias e que irá fazê-las na próxima sessão, apontou que: “teve vereadores que deram um rombo aqui nesta casa em mais de R$ 600 mil por descumprimento de lei e que hoje não comparecem de medo de mostrar suas caras” – Finalizando a sessão logo em seguida, que durou cerca de 15 minutos apenas.