Transporte coletivo: Sindicato, Viação Santa Clara e vereadores não entraram em consenso

Publicado por Gazeta de Riomafra - 04/05/2013 - 17h52

Ézio João Rodrigues

O presidente do Sindicato dos Motoristas de Canoinhas e região, Ézio João Rodrigues utilizou a Tribuna do Legislativo mafrense na última terça-feira para pedir apoio na recontratação de cobradores pela concessionária do transporte coletivo urbano, a Viação Santa Clara Ltda, já que vários problemas vêm sendo enfrentados pelos motoristas com o acúmulo de função o que, nas palavras do presidente sindical, coloca em risco os próprios passageiros, “pois os motoristas precisam dar atenção à entrada e saída, fazer cobranças e dar trocos muitas vezes ocasionando atrasos e, com isso, perdendo até mesmo a atenção junto ao trânsito, podendo causar acidentes”.

Ao final de sua explanação Ézio solicitou que os vereadores, legítimos representantes do povo, encabecem um projeto de Lei que obrigue em edital para concessão do transporte público que a empresa só poderá ser contratada se garantir a vaga do cobrador ou cargo similar, sendo aplaudido por um grande público presente.

Rodrigo Corleto, diretor da Viação Santa Clara

Na mesma oportunidade o diretor da Viação Santa Clara Ltda, Rodrigo Corleto fez uso da Tribuna para apresentação de dados sobre custos e já anunciando a impossibilidade de contratar cobradores sem aumentar o preço da passagem em R$ 0,60. Ele apresentou aos edis gráficos de custos (somente óleo diesel tendo subido 10% em quatro meses); apresentando também o controle de viagem de cada ônibus, número de passageiros pagantes e não pagantes e outros dados.

O assunto começou a ficar ‘encalorado’ já quando o vereador Eder questionou, por diversas vezes, se o diretor teria recebido ele e a vereadora Marise solicitando o aumento da passagem de ônibus. Desconsertado Rodrigo Corleto afirmava não entender a pergunta e nem mesmo o motivo, citando que só tinha conhecido o edil minutos antes da reunião e não entendia nem mesmo o tom utilizado pelo legislador, que ao final disse que queria apenas consignar que nunca solicitou e nem a vereadora, aumento como foram acusados através de outdoors.

Depois o vereador Werka passou a ler as perguntas feitas pela plateia e mais discussões tiveram início. Iniciou falando que o diretor da empresa não havia apresentado planilha de custos da linha Faxinal que teria sido solicitada, obtendo como resposta que a empresa compareceu espontaneamente na Casa e não tinha recebido qualquer solicitação, mas que poderia encaminhar o mesmo posteriormente. Aí veio a pergunta sobre atrasos nos ônibus e Corleto disse ser um acontecimento normal, especialmente em horários de pico quando o trânsito fica congestionado em Riomafra. Werka rebateu indagando se a variação de três minutos apresentada em gráfico não era real. O diretor respondeu que é real sim, explicando que é um número de média, pois são contabilizados dias com condições climáticas diferentes, movimento, finais de semana e outros para então se chegar a uma média.

Outra pergunta lida pelo vereador foi o motivo de a empresa estar pagando impostos em Campo Largo e os ônibus estarem emplacados naquela cidade. Rodrigo respondeu que há ônibus com placas de outras cidades assim como ocorre com pessoas que trabalham em Mafra, mas moram em outros locais, citando ainda que para atendimento da demanda do município a empresa possui alguns ônibus em regime de comodato/aluguel, motivo pelo qual são emplacados na sua cidade de origem.

A questão de resolução de problemas e recargas dos cartões serem apenas em horário comercial também foi motivo de indagação. O diretor da Santa Clara salientou entender a pergunta como uma sugestão e destacou que já está em estudo a comercialização de cartões em vários estabelecimentos da cidade, afirmando que isso leva certo tempo.

O vice-presidente da Casa voltou a falar do caso dos outdoors que acusam dois edis de querer aumento de sessenta centavos na passagem e afirmou que tais afirmativas são mentirosas, solicitando que se apure quem fez os outdoors e que se puna os mesmos dentro da Justiça.

Indagou o vereador ainda quando será o vencimento do contrato de concessão da Santa Clara e a resposta é que o mesmo é de competência do Município, pedindo que os vereadores acompanhem processo judicial que tramita desde 2010 com relação a defasagem dos valores nas linhas de Mafra. “Se os senhores procurarem nos autos vão ter várias respostas”, afirmou, ao tempo que Werka o acusou de evitar responder as perguntas solicitando que Rodrigo deixasse de prestar respostas técnicas e sim as fornecesse mais objetivamente.

A situação entre o edil e o diretor da empresa ficou mais grave quando Werka falou sobre o gasto dos ônibus e, quando Corleto foi responder foi acusado de estar indo contra os próprios números que havia apresentado. “O senhor traz os números e depois foge deles”, disse, afirmando que nem mais queria discutir o assunto.

O presidente do Sindicato também fez uso de microfone para seus comentários, oportunidade em que citou que a Viação Santa Clara ficou dois anos sem dar aumento aos seus funcionários, salientou ter certeza de que quando se instalou em Mafra o diretor efetuou pesquisas/estudos e que neles constava a vaga do cobrador, computada no preço da passagem. “Agora o senhor quer transferir a responsabilidade para os funcionários”, discorreu.

Ézio voltou a falar que os motoristas estão cansados e que com o auxílio do cobrador até mesmo assaltos poderiam ser evitados com maior facilidade, afirmando igualmente que irá na Viação para discutir os salários já que tem informações de que a empresa não está pagando o que foi estipulado em convenção e concluiu sua fala citando que “o Sindicato está à disposição de todos os funcionários e se tiverem direitos, nós vamos brigar por eles”, sendo aplaudido pela plateia.

O presidente Vicente Saliba deu prosseguimento normal à reunião e não se chegou a nenhum consenso. Nenhum vereador se manifestou sobre a solicitação do sindicalista e em momento algum se tentou um acordo com o diretor da empresa ou foi apresentada alguma solução ou ideia. Sobre esse importante fato, nem mesmo release à imprensa foi autorizado pela Presidência, conforme nos afirmou a assessora de Comunicação.

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01 comentário publicado
  1. Alexandra

    é uma falta de consideração com o povo riomafrense, que utiliza o transporte para trabalho, ganhando um salario minimo, tendo que acarcar com o custo de R$11,20( inda e vinda e horarios de almoço) por dia, totalizando R$268,80 aproximadamente por mes. Isto é um absurdo, sem contar o risco de vida que corremos andando com motoristas com atenção em trocos e separar cedulas. cade o prefeito que esta do lado do povo MAFRENCE?????????????? sera que vai precisar de uma tragedia para mudar esta situação???

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