
A manifestação contra a corrupção no Brasil teve mais um capÃtulo no último domingo (16), em todo o Brasil. Em Mafra, segundo os organizadores do evento mais de dois mil cidadãos riomafrenses indignados com a atual situação do paÃs compareceram no ato de protesto que teve inÃcio por volta das 15hs na praça Lauro Muller e a caminhada segui pela rua Felipe Schmidt terminou na praça HercÃlio Luz por volta das 17:15hs, onde foi montado um palco pela organização do manifesto, onde cidadãos e lideres do movimento fizeram discursos inflamados contra a corrupção, Dilma e o PT. Durante a caminhada, crianças, adolescentes e idosos usavam verde e amarelo e carregavam cartazes e bandeiras do Brasil, um carro de som estava no meio da multidão e tocava músicas contra a corrupção. Os manifestantes caminhavam e pediam o fim da impunidade dos polÃticos com coros como “PolÃtico ladrão, seu lugar é na prisão†e apesar do manifesto ser apartidário, alguns exigiam a renúncia da presidente Dilma Rousseff e o fim do Partido dos Trabalhadores (PT), gritando “Fora, Dilma†e “Fora PTâ€. Também houve manifestos contra o ex-presidente Lula, onde os manifestantes gritavam: “Lula cachaceiro devolva o meu dinheiroâ€. Houve muitas manifestações em apoio ao trabalho do juiz federal Sérgio Moro que está coordenando a operação “Lava Jato†e já prendeu e condenou vários envolvidos no esquema de corrupção.
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No palanque montado na em frente a praça HercÃlio Luz, vários manifestantes pediram a palavra e desabafaram sobre a crise pela qual o paÃs tem passado. Uma moradora que está há oito anos em Mafra disse que andava acomodada, mas que após ver tantos erros e lamentar sem fazer nada, resolveu sair da “zona de conforto†e ir as ruas protestar. A moradora citou também um vÃdeo no qual o ex-presidente LuÃs Inácio da Silva diz que o povo não sabe o poder que tem porque é acomodado. “Lula tem razão, pois nós temos que tornar as manifestações parte da nossa vida, da nossa rotina na esfera estadual, na esfera municipal e na união tambémâ€, enfatizou.

Insatisfeito com a atual situação do asfalto, um mafrense gritou “chega de buraco em Mafra†em meio à multidão que riu. No palanque o mesmo pedido foi feito, mas destacando que existem muitos buracos na região e no paÃs. “Nós concordamos. Chega de buraco em Santa Catarina. Chega de buraco em Rio Negro, no Paraná, mas o pior buraco que existe é o do coração brasileiro, que está envergonhado com essa polÃtica e não aguenta maisâ€, clamou a manifestante ao microfone.
Também foi lembrada a data do impeachment do ex-presidente Collor há 23 anos, em 15 de agosto 92, quando o Brasil inteiro pintou o rosto de verde e amarelo e também saiu as ruas protestando contra a corrupção e pediu o impeachment de Collor de Melo.
Os lÃderes do movimento Vem pra rua Riomafra, também criticaram duramente o presidente da CUT Vagner Freitas que sugeria aos movimentos sociais a ida à “rua entrincheirados, com armas na mão, se tentarem derrubar a presidente†Dilma Rousseff (PT). Freitas afirmou ainda que se houvesse “qualquer tentativa de atentado à democracia, à senhora, ou ao presidente Lula nós seremos um exércitoâ€. Ameaçou o presidente da CUT.
Ao final foi cantado o hino nacional e como da primeira vez em 15 de março novamente caminhões e vans enfeitadas de verde e amarelo passaram em desfile pelo palanque buzinando em forma de apoio ao manifesto.
Os organizadores do movimento em Riomafra avaliaram como positivo e acreditam que teve um bom público, onde para eles foi mais de 1.500 pessoas, muito maior que o último realizado em 12 de abril em Rio Negro, onde não tiveram apoio do poder público local.
ASSINATURAS
Ainda durante a manifestação, a cidadã Norma Maria do Valle recolhia assinatura dos presentes para enviar ao Ministério Público apoiando a implantação das 10 medidas contra a corrupção propostas pelo MP, que são elas: criminalização do enriquecimento ilÃcito de agentes públicos, prevenção à corrupção, transparência e proteção a fonte de informação, responsabilização dos partidos polÃticos e criminalização do caixa 2, aumento das penas e crimes hediondos para corrupção de altos valores, reforma do sistema de prescrição penal, celeridade nas ações de improbabilidade administrativa, eficiência dos recursos no processo penal e ajustes nas nulidades penais.

Norma conseguiu recolher mais de cem assinaturas durante a manifestação e justificou o número por conta de que para assinar é preciso estar com o tÃtulo de eleitor. “As pessoas não andam com o tÃtuloâ€, lamenta. Porém apesar do número não tão elevado de assinaturas – é preciso um milhão de assinaturas entregues ao Ministério Público. Norma acredita que as pessoas presentes estavam convictas que era uma ação importante e que refletiu bastante a indignação dos riomafrenses.
PELO BRASIL
As manifestações levaram mais pessoas à s ruas do que as de 12 abril, mas menos do que as de 15 março, segundo a polÃcia e os organizadores. A PM estimou em 879 mil o total de manifestantes deste domingo. Em abril, foram 701 mil e em março, 2,4 milhões.
Considerando os números dos organizadores, participaram 2 milhões neste domingo, 1,5 milhão em abril e 3 milhões em março.
Grande parte dos manifestantes pedia a renúncia ou o impeachment da presidente e cobrava o fim da corrupção. Pela primeira vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi fortemente criticado. Muitos participantes vestiam verde amarelo e levavam bandeiras do Brasil. Também foram vistas faixas com referência à Operação Lava Jato e elogiando o juiz Sérgio Moro.
Algumas manifestações isoladas defendiam a intervenção militar no Brasil (o pedido de intervenção militar é uma atitude ilegal e frontalmente contrária à Constituição; em seu artigo 5º, a Constituição diz que “constitui crime inafiançável e imprescritÃvel a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o estado Democrático”).
PROTESTOS MENORES QUE NAS EDIÇÕES ANTERIORES
Apesar da pressão contra o governo continuar, o protesto de 16 de agosto foi menor que os dois protestos anteriores, ocorridos em 15 de março e 12 de abril, porém expressivos. Ainda assim, muitos brasileiros se mobilizaram e foram as ruas. Segundo a BBC Brasil, 25 estados brasileiros aderiram à manifestação, um protesto em Miami também foi registrado. Em São Paulo foram 135 mil participantes e em todo o paÃs havia que pedisse a intervenção militar, a qual não era maioria entre os participantes que tinham como objetivo principal pedir o fim da corrupção. O protesto em Mafra foi encerrado após ser tocado o hino nacional, que foi cantado com muito orgulho pelos participantes.
