Representante da instituição usou a tribuna para explicar problemas enfrentados pela classe no estado

Policiais lotam Plenário da Câmara

Aproximadamente 65 policiais civis, entre delegados, escrivães e agentes de Mafra e região ocuparam parte do plenário da Câmara para pedir apoio à luta que travam com o Governo do Estado para reaparelhamento da instituição e melhoria salarial dos servidores.

Cléia Maria Andrzejevski Furukita utilizou do espaço no Legislativo para explicar que a mobilização da polícia não é apenas por salário, mas para que a entidade como um todo seja recuperada. “A Polícia Civil é uma instituição que agoniza e só se mantém pela força dos seus componentes, mas o Governo não nos dá ouvidos. Esperamos que com a ajuda das Câmaras possamos ser escutados. Se a Polícia não se recuperar quem sofre é a população”, disse.

Segundo a servidora, os principais problemas dizem respeito à falta de equipamento com viaturas sucateadas e coletes vencidos, além do déficit de policiais acumulado ao longo dos anos. Nos dados apresentados, em 1986 havia um corpo de 3.300 policiais para uma população estimada em dois milhões de habitantes. Hoje são apenas 3.198 para uma sociedade três vezes maior. “Os índices de criminalidade crescem em progressão geométrica e nós somos cada vez menos porque o Estado demora muito para contratar. Em média um concurso é aberto a cada quatro anos e leva pelo menos mais dois para treinamento e contratação. Isso causa discrepância nos números”, apontou Cléia.

Sobre a questão salarial a policial comparou a remuneração base dos agentes, que é de R$ 781,82, com o auxílio-reclusão pago pelo Estado aos presidiários, que é de R$ 862,60. “Para complementar o vencimento o policial civil tem que fazer 40 horas extras e 90 noturnas que representam 40% do que ele recebe. O Estado paga ainda o que chamamos de penduricalhos, a título de abono, sobre os quais nada incide, nem férias ou 13º salário, e que também não compõem a remuneração dos que vão se aposentar”.