Dedicação e muita força de vontade são o que podem resumir o trabalho das agentes comunitárias, que em silêncio atuam colhendo informações importantes para o Ministério da Saúde.

Mensalmente as agentes visitam cerca de 200 residências, um trabalho que começa às 8 horas da manha e só termina quando a cota de visitas foi cumprida. No final do dia os relatórios de visitas são entregues à enfermeira chefe do bairro, que se responsabiliza de dar prosseguimento às informações.

Trabalho na rua

Acompanhamos um dia de trabalho da agente comunitária Alaides Taborda, moradora do bairro Vila Solidariedade, 55 anos de idade, há 10 anos na profissão. Segundo ela, se dedica em tempo integral à profissão que exerce com muito carinho. “Meu trabalho é minha alegria, trabalho com amor e dedicação aqui agente faz de tudo um pouco, somos conselheiras, ombro amigo, às vezes confidente, mas sempre sem perder a essência de agente comunitária”, disse.

O trabalho é feito na rua, faça sol, chuva ou frio. Em uma das visitas que acompanhamos Taborda, visitou a família de dona Ana Marta Soares, 39 anos. Marta é moradora da Vila Solidariedade, é mãe de cinco filhos e está grávida de seis meses de gêmeos. “Já morei no bairro antes, e há dois meses retornei. Para mim a Alaides é uma amiga, uma profissional de respeito é importante aqui na vila”, observou Ana Marta.

Outra residência da Vila que acompanhamos foi da viúva dona Aparecida Teixeira, 68 anos. Alaides é tida como um anjo de Deus na vida de dona Aparecida. Aposentada, não alfabetizada e sem filhos, freqüentemente recebe a vista da agente comunitária que cuida dos remédios, verificando a data de validade dando instruções de uso. “Considero Alaides mais do que minha filha, na verdade ela é um anjo de Deus”, afirma a aposentada.

Planos em escrever um livro

A agente comunitária também é a presidente da associação de moradores da Vila Solidariedade. Católica fervorosa é ministra da eucaristia, além de tocar violão nas missas. Disse que nunca se candidatou a cargos legislativos. “Não pretendo concorrer à eleição como vereadora ou algo do gênero, não sou política, sou agente comunitária” afirma.

Alaides deve se aposentar em cinco anos e deverá lançar um livro com as historias que presenciou ao longo dos anos trabalhado como agente comunitária. “Nosso trabalho nos proporciona vivenciar muitas situações, fazemos parte da vida de muitas pessoas nos mais diferentes situações, na alegria, na dificuldade em fim em vários aspectos isso fica guardado no consciente da gente, quando me aposentar pretendo escrever um livro”, finalizou.