Assinada ordem de serviço para início dos estudos de viabilidade da Ferrovia do Frango

Publicado por Gazeta de Riomafra - 24/10/2014 - 20h43

O governador Raimundo Colombo, a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, e o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, assinaram a ordem de serviço para a elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e o projeto básico de engenharia do Corredor Ferroviário de Santa Catarina – Ferrovia do Frango. O evento foi realizado na manhã desta quarta-feira, 15, no Centro de Cultura e Eventos de Chapecó, no oeste do estado.

“É um grande momento para o estado. A construção da ferrovia vai garantir o desenvolvimento, tornar a logística mais eficiente, reduzir o custo da produção e aumentar competitividade. Também irá permitir mais proteção ao produtor e viabilizar o seu trabalho. É um transporte econômico e seguro. É a integração e ampliação do desenvolvimento econômico de Santa Catarinaâ€, disse Colombo.

O vencedor da licitação é o Consórcio Prosul/Setepla/Urbaniza/Hansa, e o investimento será de R$ 46,5 milhões. O estudo e o projeto básico devem ser entregues em 22 meses (sendo 10 meses para conclusão da pesquisa e o restante para o projeto). A Ferrovia do Frango é um empreendimento com 862 km que deve atravessar o estado de Santa Catarina. Um traçado prévio iria interligar o município de Dionísio Cerqueira, no extremo oeste, com o Porto de Itajaí, no litoral. Porém, só com o final dos estudos será possível ter informações sobre a viabilidade e sobre o trajeto ideal.

A ferrovia facilitará o escoamento da produção para outros estados brasileiros e para a zona portuária. “Serão quilômetros de ferrovias que vão dinamizar ainda mais a economia desse estadoâ€, destacou a ministra Miriam.

O ministro dos Transportes salientou que o objetivo é fazer com que o modal ferroviário seja uma realidade na economia brasileira. “Essa região é um grande centro agroindustrial do Brasil. Precisamos valorizar e dar todo apoio para que continue no ritmo de desenvolvimento, melhorando as condições de acesso aos mercados nacional e internacional, contribuindo ainda mais para o aumento da produção.â€

Participaram do ato a ministra de direitos humanos, Ideli Salvatti, e diversas autoridades estaduais e locais.

Redução de custos com transporte

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, informou que estudos de 2011 da Fiesc mostraram que mais de 10 mil caminhões passam por dia pela BR-282, sendo que cada veículo leva uma carga de cerca de 30 toneladas. Ainda segundo ele, um dos principais entraves do desenvolvimento do estado está relacionado com a deficiência na infraestrutura. Santa Catarina já teve mais de 1,3 mil quilômetros de ferrovias. Hoje, no entanto, utiliza cerca de 350 quilômetros e apenas 5% das cargas são transportadas por trem.

“Nós temos poucos quilômetros de ferrovia. Precisamos melhorar nossa economia. Para ter uma ideia dos gastos com transporte, a saca de milho custa em torno de R$ 12 e chega em Santa Catarina por R$ 24,00. É o dobroâ€, diz Côrte.

O presidente da Coopercentral Aurora, Mario Lanznaster, explicou que mais de 2,5 milhões de toneladas de milho são trazidas por ano, geralmente do Mato Grosso para Santa Catarina, o que gera muitos custos de frete e prejudica a competitividade. “Por dia, a Aurora, por exemplo, precisa de 106 carretas de milho, já que a cooperativa tem 30 milhões de aves no campo e 1 milhão de suínos. Se viesse por ferrovia seria muito mais barato. A construção dessa ferrovia é um passo decisivo para o desenvolvimento.â€

Mafra chegou a suspender o edital

Em setembro do ano passado, Mafra e algumas cidades do planalto norte, conseguiram a suspenção do edital junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que se mobilizaram contra o traçado da ferrovia pela área central do estado até o porto de Itajaí. Alegaram que um trajeto partindo do oeste, passando por Caçador, Porto União e Mafra, até o Porto de São Francisco do Sul seria mais barato e teria melhores condições para navios graneleiros. Na época, a decisão do TCU questiona a indicação do traçado até a cidade de Itajaí, além de valores e técnicas apontados no edital.

Na ocasião, presidente da Frente Parlamentar das Ferrovias, o deputado federal Pedro Uczai (PT), foi contra a iniciativa de Mafra dizendo que o Tribunal de Contas foi muito rígido no caso e está fugindo de sua função primordial de fiscalizar obras.

O petista Pedro Uczai, se reelegeu deputado federal. Em Mafra ele ainda conseguiu 357 votos.

Foto: James Tavares/Secom

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