Casal de deficientes visuais é um exemplo de superação em Riomafra

Publicado por Gazeta de Riomafra - 11/11/2012 - 10h57

Perder a visão não é fácil para ninguém, que experimente alguém que tente passar apenas um dia com os olhos vendados, fazer o serviço de casa ou sair à rua.

O casal Cirineu e Marlene Lourenço, pais das crianças Marielly e Jorge Henrique, são um exemplo de superação. Sem a visão, eles conseguem limpar a casa, lavar roupas e cozinhar, além de descerem dois degraus íngremes da residência e andarem pelas ruas de Mafra e Rio Negro, além de, mesmo sem acessibilidade, fazerem uso dos ônibus coletivos. De acordo com Cirineu, apenas de não precisar pagar pelo transporte, já enviou ofício à empresa solicitando o direito de entrar pela porta traseira dos coletivos, para não precisar, ao menos, passar pelas “catracas”.

Eles relatam, também, que em algumas ocasiões já chegaram a pegar o ônibus com trajeto contrário ao que necessitavam e, mesmo sem enxergar, tiveram que andar por quilômetros para alcançar/achar o rumo certo.

Nossa reportagem esteve na casa de Cirineu e Marlene, e constatou que conseguem mesmo manter a mesma perfeitamente limpa e que, mesmo com a dificuldade visual, conseguem cozinhar e cuidar dos filhos de 11 anos e 01 ano e 07 meses, com total esmero e se demonstrando uma família totalmente unida e feliz, apesar das dificuldades, “para nós, aparentes, mas para eles já superadas”.

Eles moram na mesma casa, no bairro Restinga, já há sete anos e relatam que conhecem cada canto da mesma, destacando que em seus deslocamentos pela cidade, sempre contam com o apoio e generosidade da população, em sua grande maioria. “Precisamos de maior acessibilidade e o município de Rio Negro para nós é melhor nesse sentido, mas é bom saber que podemos contar com a ajuda de amigos que nem conhecemos”, diz Marlene Lourenço, citando, por exemplo, que uma agência bancária no centro de Mafra diz possuir acessibilidade mais o trajeto é cheio de curvas, o que dificulta o acesso de deficientes visuais.

Cirineu já foi presidente da Associação Mafrense de Deficientes Visuais – AMADEVI e, juntamente com Marlene, frequenta a mesma semanalmente. A Associação, aliás, recentemente elegeu a nova diretoria, tendo como presidente Márcia Lídia Fritz.

Marlene perdeu o visão por deslocamento de retina e Cirineu teve atrofia do nervo ótico, ambos atualmente podendo passar por cirurgia – através de células tronco, para poder recuperar ao menos parte da visão. O único empecilho é a falta de recursos financeiros e a não disponibilização, através da Secretaria de Saúde de Mafra, para que os mesmos sejam encaminhados a Curitiba.

Procuramos pelo secretário Municipal de Saúde de Mafra, para verificar a viabilidade de encaminhar o casal para a capital paranaense, mas o mesmo encontrava-se em viagem a Florianópolis. Igualmente, o prefeito mafrense não se encontrava no município até o encerramento desta matéria, porque havia viajado – este a Brasília, junto com secretários.

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01 comentário publicado
  1. alexandra

    Exemplo de vida para a população Riomafrense!!!!

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