Alguns médicos estiveram na Câmara de Vereadores no último dia 12 em representação a uma parte da classe em Mafra.
Felipe Y. Castro, conceituado neurocirurgião fez uso da tribuna para prestar esclarecimentos à população e aos vereadores sobre a questão da dispensa dos profissionais que prestavam atendimento médico em regime de sobreaviso no Hospital São Vicente de Paulo.
Primeiramente Felipe explicou como funciona o sobreaviso, que é a atividade do médico quando permanece à disposição do hospital, de forma não presencial, para ser requisitado quando necessário, devendo ter condições de atendimento presencial quando solicitado em tempo hábil.
Segundo ele, como o Hospital São Vicente de Paulo passou a receber pacientes de Itaiópolis, Papanduva e Monte Castelo, houve um aumento muito grande na quantidade de atendimentos do sobreaviso, que praticamente dobraram, sendo que para isto o hospital também passou a receber mais recursos financeiros, os quais não foram repassados aos médicos, explicou.
Insatisfeitos com a situação, os médicos buscaram melhorias salariais e contratuais junto à administração do hospital, e também junto a representantes do Poder Executivo, não obtendo resposta para as reivindicações, relatou Dr. Felipe. Desta forma, a classe médica estabeleceu uma data limite de um mês para possíveis negociações, notificando o CRM e a Promotoria sobre a paralisação nos atendimentos de sobreaviso caso não se chegasse a um consenso.
“Passados estes trinta dias, sem que recebêssemos qualquer resposta, apenas fomos notificados sobre a nossa demissão. Estamos aqui hoje para expor nos meios públicos a versão dos médicos, que foram dados como desnecessários à saúde do município”, afirmou Dr. Felipe, que também colocou a classe médica à disposição para prestar mais esclarecimentos, bem como para buscar uma solução amigável para este impasse.
O neurocirurgião relatou ainda que as especialidades de neurocirurgia, neurologia clínica e cardiologia encontram-se atualmente suspensas, sendo que casos como os de politraumatismos, AVCs e infartos terão que ser atendidos aqui por clínicos e/ou cirurgiões gerais, ou então transferidos para outros municípios, com maior risco de sequelas e até morte aos pacientes.
Já os atendimentos relacionados às especialidades de anestesiologia, ortopedia, cirurgia geral, pediatria e clínica geral, segundo Dr. Felipe, estão sendo feitos por médicos de fora contratados pelo hospital, sendo que os pacientes serão atendidos cada vez por um médico, prejudicando a continuidade dos tratamentos, destacou.
Posição da Câmara
Os vereadores agradeceram a disponibilidade dos médicos em prestar esclarecimentos e apresentarem sua versão dos fatos, e também destacaram a importância dos renomados e competentes profissionais para a saúde da população de Mafra e região.
Foi unânime o comprometimento e disponibilidade dos vereadores no sentido de tentar encontrar uma solução amigável para esta questão, buscando através do diálogo um consenso entre a classe médica, o hospital e a prefeitura.
A Comissão de Saúde da Câmara – formada pelos vereadores Marise Valério Bráz de Oliveira, Vicente Saliba e Abel Bicheski – comprometeu-se a retomar seus trabalhos objetivando promover e mediar às tentativas de diálogo entre as partes envolvidas nesta questão, para que se possa chegar a uma solução que beneficie primeiramente a população mafrense.
Neste sentido, foi elaborado um requerimento onde todos os vereadores solicitam ao Executivo e ao Hospital São Vicente de Paulo informações referentes ao grupo de médicos do sobreaviso que atuaram desde janeiro deste ano até a presente data, contendo planilha dos valores pagos mês a mês por profissional, relação dos médicos substituídos e suas especialidades, relação dos novos médicos e suas especialidades com comprovante de residência médica ou especialização, e também o valor que será pago por médico à nova equipe do sobreaviso (hora/plantão).
Isso é questão de saúde pública: e saúde, senhores, não interessa muito à politicos. Não aparece. E coisa que não aparece, não é lembrado. E o que não é lembrado ou visto não traz votos.
E o Secretário de Saúde, não tem uma versão ou desculpa?
Está com a palavra…
E viva nóis…