A população vem reclamando do atendimento no PA, falta de médicos nos postos de Saúde e até mesmo no SUS, que também não vem viabilizando alguns exames

Formado em Ciências Matemáticas, com pós-graduação em Administração Hospitalar e Clínicas, o secretário Municipal de Saúde de Mafra, Cidemar José Ratochinski, atendeu nossa reportagem para explanar sobre as diversas reclamações que vêm chegando à Imprensa.

Uma das reclamações é de pacientes que vinham sendo internados junto ao Hospital São Vicente de Paulo e que restavam enviados para casa a cada sinal de melhora, além de pacientes que chegam no Pronto Atendimento e já estão sendo encaminhados para atendimento no Hospital Bom Jesus, em Rio Negro – a maioria com problemas de gripe.

O diretor do Hospital de Mafra, Dario Clair Staczuk, confirmou que houve superlotação do nosocômio no último final de semana, e que realmente pacientes acabaram orientados a procurar o serviço de emergência em Rio Negro. Ele explica que com as mudanças climáticas, a demanda de pacientes aumentou muito no Município, motivo pelo qual os leitos acabaram sendo poucos.

Com relação a cobrança de diferenças de internamentos junto ao Executivo Municipal, Dario garante que não há veracidade. “O que temos solicitado é que haja uma complementação da tabela do SUS, já que hoje as verbas liberadas por internação, cobrem no máximo 40% dos custos do Hospital”, enfatiza.

O secretário de Saúde, por sua vez, destacou que atualmente o Executivo investe cerca de R$ 310 mil somente para custear o Pronto Atendimento Municipal, além dos recursos destinados ao Hospital São Vicente e, ainda, suplementação financeira para os médicos quando dos procedimentos de cirurgias. Os valores – conta Ratochinski, variam conforme os procedimentos realizados, mas em casos de cirurgias gerais, são investidos em média R$ 350. “O Município tem arcado com todas as contas, inclusive atendendo pacientes de toda a região, sem respaldo financeiro de outras cidades ou da Auto Pista”, diz ele.

Diz o secretário que a solução definitiva virá com a chegada da UPA, que está sendo construída no bairro Jardim América e que terá um novo modelo de gestão com a inclusão do PA. Conforme relato da equipe do secretário Cidemar, a grande maioria dos atendimentos não é de urgência e que deveriam ser atendidos na rede básica do município, ou seja, nos postos de saúde, pois a missão do PA é atender as urgências, também em função de que o acesso para as urgência/emergências do hospital, os acidentados das Brs 116 e 280 acolhidos pelo autopista, encaminhamentos de outros municípios passam pelo PA, acarretando esta sobrecarga.

“Hoje são três médicos plantonista durante o dia e 02 à noite, equipe de enfermagem sobrecarregada, precisamos urgentemente fazer com que as unidades básicas os ESFs (Estratégias da Saúde da Família) tenham profissionais para atender a população com autonomia e resolutividade, mais próximo do cidadão”, afirma o chefe da Saúde em Mafra, destacando que é intenção do Executivo solicitar apoio financeiro às cidades vizinhas.

O prefeito de Rio Negro, Alceu Ricardo Swarowski, e a secretária de Saúde, Neusa Swarowski, destacam que o Município vem investindo no setor de Saúde e atualmente está inclusive melhor que Mafra, conforme índices oficiais. Destacam que sempre que os mafrenses precisarem de atendimento em Rio Negro, serão bem vindos por parte tanto do Hospital Bom Jesus – que não é Municipal, como pela Prefeitura. “Hoje somos referência em atendimentos de baixa complexidade, mas pacientes da região de Rio Negro e de Mafra são encaminhados para a Alta Complexidade em Curitiba ou outros Municípios”, diz a secretária rionegrense.

Diagnósticos iguais, sem exames

Uma moradora de Mafra procurou a redação da Gazeta nesta semana, relatando que em um mês, levou sua filha de pouco mais de um ano ao Pronto Atendimento de Mafra e, nas duas vezes, sem ao menos examinar a criança, o mesmo médico teria dado diagnósticos iguais, receitando um remédio que a pediatra da criança, mais tarde, disse não ser o indicado para o quadro de saúde que a mesma apresentava.

Outro caso foi registrado no domingo, quando uma paciente deu entrada no PA com suspeita de Ataque Cardíaco, e ficou durante a tarde e início da noite em uma mesma maca, aguardando a chegada de profissional de cardiologia de plantão, bem como depois ainda tendo que aguardar por um exame de Raio-X, isso sendo atendida por um convênio médico afamado.

Para o secretário de Saúde, a responsabilidade do Município se encerra quando o paciente é internado no Hospital, afirmando também que houve acordo para que a cidade vizinha recebesse pacientes de Mafra, em caso de necessidade, com estes sendo atendidos pelos plantonistas de Santa Catarina.

Falta de profissionais

Quando se utilizou da Tribuna da Câmara na última semana, o prefeito Paulo Dutra citou que dois médicos que atuavam junto ao PA haviam pedido demissão, em virtude da grande demanda de pacientes atendidos.

Hoje, segundo o secretário Cidemar, há carência de profissionais médicos em Mafra, tais como oftalmologista e até clínicos gerais.

Exames como de tomografia também não são disponibilizados no Município, com os pacientes precisando se deslocar até Canoinhas, e já há falta de médicos nos postos de Saúde da Restinga, São Lourenço e no próprio “Caic Beija Flor”. “Um novo processo seletivo deve ser homologado pelo prefeito nos próximos dias, e vamos resolver também esta questão”, diz Ratochinski.