“O tráfico de drogas é o câncer da sociedade”
A juíza Jussara Schittler dos Santos Wandscheer que responde pela nova vara, concedeu entrevista à Gazeta e além das atribuições da 3ª Vara, falou sobre o Presídio e tráfico de drogas.
Apesar de não ter acompanhado as tratativas para instalação da Vara Criminal na Comarca de Mafra, a juíza afirmou que havia a necessidade da criação desta Vara, visto que nos últimos 10 anos o número de entrada de processos dobrou, nesse período não teve aumento de estrutura operacional, continuou dois Cartórios e o mesmo número de técnicos. “Na verdade hoje deveria ser instalada a 4ª Vara de Mafra, pelo volume de processos que está entrando, claro que a nova Vara é um avanço, porque vem minimizar o excesso de trabalho, é algo que a Comarca há muitos anos necessita, ela já nasce com 2.349 processos ativos”, disse a juíza.
Segundo a magistrada hoje não existem processos atrasados. A expectativa é dar uma maior agilidade aos processos criminais, já que a Segurança Pública é um problema que cresce em todo país, principalmente em razão do tráfico de drogas. Com isso o Tribunal espera dar uma resposta rápida para a sociedade.
“É impressionante, é algo que se disseminou de tal maneira, e junto com o tráfico vem uma série de crimes, principalmente o furto, pois o usuário passa a furtar para conseguir trocar o objeto subtraído pela droga”, ressaltou a juíza quando falava sobre o tráfico na região. Segundo ela o usuário do crack tem uma característica diferente do usuário de maconha, em razão da droga é um indivíduo mais violento, do furto ele passa para o roubo e uma questão de tempo para passar ao latrocínio.
“O tráfico de crack traz junto de si um aumento dos crimes violentos na região e com essa droga nova, o Oxi a tendência é piorar ainda mais, já que o acesso é mais facilitado, por isso a necessidade de repressão mais efetiva”.
Presídio
A juíza, que agora responde pela corregedoria do Presídio, disse que já visitou o local juntamente com um juiz do CNJ – Conselho Nacional de Justiça, e em razão do mutirão carcerário que estava sendo feito na capital, foi feita uma inspeção no Presídio. “É claro que o Presídio tem problemas estruturais, é um local que não foi construído para ser um Presídio, é para atender 72 vagas e hoje tem uma portaria limitando em 150, ainda assim é um número expressivo”.
Nos próximos meses a juíza deve ver os atos necessários para dar continuidade nos trabalhos. Terminou dizendo que espera que o Estado cumpra a lei de execução penal e mantenha no Presídio de Mafra somente os presos provisórios, e que hoje são minoria lá dentro, a maior parte dos que estão lá deveriam estar em uma Penitenciária.
