Mafra 96 anos: um povo com histórias de conquistas e realizações

Publicado por Gazeta de Riomafra - 08/09/2013 - 11h02

Mafra tem sua história unida à de Rio Negro, no Paraná, pois antes da mudança dos limites entre os dois estados, as duas cidades faziam parte de um único município. Até o século XVIII existiam na região índios botocudos. Tornou-se após caminho e parada para tropeiros, principalmente depois da abertura da Estrada da Mata. Desbravamento, colonização e costumes, são originais dos europeus. A partir de 1894, a questão dos limites com o estado do Paraná esteve em litígio, tendo sido feito acordo entre os estados, em 28 de outubro de 1916. Em 25 de agosto de 1917, depois de sentença do Supremo Tribunal Federal, o estado de Santa Catarina tomou posse do território contestado, então, restaurando o município e demarcando seus limites. A instalação deu-se a 08 de setembro do mesmo ano, ficando Mafra à margem esquerda do rio Negro. O nome do município é em homenagem ao jurista catarinense, Conselheiro Mafra, que defendeu Santa Catarina contra o Paraná.

Mafra e o tempo

Imagens de ontem e hoje de nossa cidade

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A passagem do tempo, em tudo, ou quase tudo que possamos imaginar, pode ser verificada visualmente, seja no envelhecimento do corpo dos seres vivos ou no desgaste de objetos e materiais, como um livro  e uma casa.

É claro que notar a passagem do tempo visualmente não é algo tão simples, pois afinal, esse processo é lento, ocorre de maneira gradual, de forma que se convivemos com algo, dificilmente somos capazes de realmente notar esse processo. Para isso geralmente precisamos de um comparativo,  como por exemplo, uma pessoa ou um objeto e um fotografia antiga do mesmo.

Devemos também lembrar que a passagem dos anos também pode representar desenvolvimento e não somente um mero “envelhecimento no sentido negativo” que o mesmo possa assumir, seja ele o crescimento de uma pessoa, um animal, uma planta, a construção de uma casa ou o povoamento de um bairro.

Assim imagens antigas da rua onde moramos, tornam-se sempre coisas no mínimo curiosas, pois possibilitam a comparação entre passado e presente e, da mesma forma, trazem à lembrança histórias familiares e fatos da nossa própria vida.

Seguindo essa idéia, em dia de aniversário de 96 anos de criação do Município de Mafra, é interessante observar algumas paisagens da nossa cidade bem conhecidas, em seu cenário antigo e atual, onde se encontram urbanizadas.

Ver a rua Felipe Schmidt, tomada praticamente vazia, lá na década de 1920, quando ainda se chamava “Rua Itayópolis”, que mesmo já urbanizada, com construções que ainda podem parecer conhecidas, é contrastante com a imagem atual, de veículos, prédios e trânsito intenso de pessoas.

Observar o local onde viria a ser construída a praça Hercílio Luz, a ponte Rodrigo Ajace, a ferrovia, onde seria organizado um comércio alimentado por ruas altamente movimentadas, por vezes congestionadas hoje em dia e, identificar apenas o rio Negro, umas poucas casas e ver, realmente ver, o morro onde se acha o Batalhão Especial de Polícia Militar, sem prédios, numa vista “quase pura” do relevo daquele local, ainda como parte de Rio Negro e que nos passa praticamente despercebido no dia-a-dia.

Compará-lo com a imagem praticamente da mesma área, anos depois da criação de Mafra e ainda com um panorama atual, revela o aspecto de mudanças, alterações contínuas da nossa paisagem.

Ainda, a própria praça Hercílio Luz, em três momentos, no centenário da Independência, em obras, com o coreto em construção e com a ponte Metálica ao fundo; alguns anos mais tarde, já reformada, bem arborizada, com cercas ao redor dos canteiros e as oficinas da ferrovia e a Avenida Coronel José Severiano Maia ao longe; e, a configuração de 2013, revelam o mesmo aspecto mutável ao longo do tempo .

Contemplar a calma que, lá na década de 1930, reinava na região da avenida Marechal Floriano Peixoto, um ar bucólico estendido à atual rua Coronel José Severiano Maia, que aparece ao fundo e que chega a despertar um sentimento de incredulidade, quando tentamos compará-la à situação de agitação e extremo movimento que lhe é característica em nossos dias.

Também, recordar de algumas cenas típicas e episódios marcantes de nossa história, cujas imagens são uma verdadeira viagem ao passado, à lembrança de “realidades passadas” que já não fazem parte da “nossa realidade atual” ou, cujo contraste com o que nos é contemporâneo é até engraçado:

Como a grande movimentação de pessoas na estação ferroviária, a fim embarcar, se despedir ou recepcionar amigos, parentes e colegas, nos trens das diferentes linhas de passageiros que diariamente passavam por ali; Como o primeiro avião que pousou em Mafra, no Campo São Lourenço (ainda em construção) em 1934 ou, o desembarque do Presidente da República Juscelino Kubitschek no aeroporto municipal na década de 1950, a fim de inaugurar obras do 2° Batalhão Ferroviário, o Batalhão Mauá; Como ver os andaimes de madeira empregados na montagem da ponte metálica Dr. Diniz Assis Henning, no final do Século 19; Como observar os trajes dos alunos da Deutsche Schule – Vila Nova ou o desfile de alunos do Grupo Escolar Barão de Antonina, na rua Felipe Schmidt, no aniversário de 50 anos de Mafra;

Cenas, cenários que, se não tivemos o prazer de contemplar “in loco”, temos a satisfação de hoje podermos comparar com a nossa realidade de 2013 e, assim, não só identificarmos as mudanças ocorridas ao longo do tempo, como, num correto uso da história, não ficarmos retidos ao saudosismo, mas a utilizarmos (a história) como importante instrumento para a análise e reflexão do nosso próprio presente e planejamento do nosso futuro.

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01 comentário publicado
  1. luis carlos fermino

    Parabéns Mafra pelo seu aniversário. Abraços a todos e em especial aos amigos que aí deixei.

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