Mafrenses buscam garantir a continuidade do Cine-Teatro Emacite

Publicado por Gazeta de Riomafra - 23/03/2013 - 23h21

Nessa semana um grupo de mafrenses, entre empresários, comerciantes, representantes de entidades, Poderes Executivo e Legislativo, entre outros, reuniram-se pela segunda vez, desta feita na Câmara de Vereadores, para buscar uma alternativa que viabilize a continuidade do Cine-Teatro Emacite como um espaço cultural de Mafra.

Na primeira reunião uma das alternativas encontradas, levando-se em consideração informações de que uma Igreja Evangélica está interessada em adquirir o Cine-Teatro, foi a que empresários se reunissem para adquirir o mesmo, o que restou demonstrado inviável ante o alto valor que o Banco Fibra vem pedindo, que chega a até R$ 2 milhões.

De início o empresário Valdir Della Giustina Junior – proprietário do Hotel Emacite e pertencendo ao condomínio Emacite, que engloba o Cine-Teatro, falou que são três os proprietários do complexo todo. Segundo o empresário, João Alfredo Herbst teria passado, pelo mesmo valor que adquiriu o cinema (R$ 450 mil), para a Agropecuária Jomares que, por sua vez, o entregou em pagamento de dívida, por R$ 1,5 milhão, ao Banco Fibra, que em conformidade com normas do Banco Central, tem o prazo de um ano para vender o Cine-Teatro, fechando as portas do mesmo até que se encontre um comprador.

Ocorre que a Igreja Evangélica já demonstrou interesse na aquisição do Cine-Teatro Emacite e os mafrenses estão se unindo no intuito de conseguir que o mesmo seja mantido como espaço cultural do Município, considerando que o local é o único existente atualmente para tal.

Nesta reunião após explanação do advogado Antonio Mário Koschinski, a quase unanimidade de presentes chegou à conclusão de que a única saída para que o Cine-Teatro mantenha suas atividades e continue sendo o grande espaço cultural e até mesmo de turismo em Mafra, é de que o prefeito Municipal assine um Decreto tornando o espaço como de Utilidade Pública e na sequência desaproprie o mesmo, pagando o valor venal que é utilizado para cálculo do IPTU. Koschinski salientou que Mafra está prestes a perder o único espaço com estrutura e conforto para promoções culturais e outros eventos, para uma comunidade evangélica. “Nada temos contra a comunidade, mas não temos outro local histórico e de tão grande importância para dar continuidade à projeção de cultura, que não o Cine-Teatroâ€, ressaltou.

Todos os presentes, inclusive os secretários Municipais que representavam o prefeito Roberto Scholze, concordam que o Cine-Teatro deve continuar prestando as atividades de cinema e eventos diversos, valorizando a cultura do povo mafrense.

Frases como “é a única maneira de preservarmos esse espaço cultural e históricoâ€, “precisamos salvar o Cine Emacite pelo bem de toda nossa comunidade†e “é a única maneira de ficarmos com o Cinema, com o Decreto da Prefeituraâ€, entre outras, foram várias vezes proferidas durante a reunião.

Os representantes do Executivo frisaram que o Executivo está preocupado com a situação e lembraram que inclusive já propôs ao Banco Fibra que o cedesse em Regime de Comodato para a Municipalidade, até que o Cine-Teatro seja vendido, o que foi rejeitado pela diretoria da Instituição Financeira. “Muitas situações já foram resolvidas pela atual Administração. Essa é mais uma e o prefeito está empenhado e com a convicção de que será encontrada uma saída para o problema do Emaciteâ€, disse o secretário de Administração.

O presidente da Câmara, Vicente Saliba, disse que além de buscar soluções e alternativas para a continuidade das atividades do Cine-Teatro, agora teriam mais um problema a resolver, já que com a divulgação na Imprensa, sobre a movimentação da sociedade em torno de manter as atividades culturais no Cine-Teatro Emacite, “o Banco irá se apressar em vendê-loâ€.

Se o prefeito – que quer participação da Câmara nesse contexto, assinar o Decreto de Utilidade Pública do Cine-Teatro Emacite, imediatamente poderá fazer uso do prédio, independentemente da vontade dos proprietários.

O único contrário a essa medida para salvar o Cine-Teatro foi o vereador Abel Bicheski (Belo). “Não sou contra a cultura mafrense, mas contra o valor de R$ 2 milhõesâ€, declarou, ao tempo que afirmou existir um ou dois empresários que possuem condições de comprar aquele espaço e, olhando para o proprietário do Hotel, salientou que “só não o compram porque ele não dá lucroâ€.

Valdir Della Giustina Junior chamou a atenção do edil, pedindo que o mesmo tivesse mais respeito com sua pessoa, sua família e sua empresa. “Sou de fora, não sou de Mafra, mas investi meu dinheiro aqui e pago meus impostos, além de oportunizar empregos e o senhor precisa ter respeito e pensar antes de se pronunciarâ€, desabafou.

Uma nova reunião, onde se espera uma resposta do prefeito com relação ao Decreto ou não de Utilidade Pública do Cine-Teatro Emacite, ficou agendada para esta quarta-feira (27), às 19h na sala F1 da Universidade do Contestado. Para tanto as entidades indicarão seus representantes.

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15 comentários publicados
  1. Miguel

    Dinheiro público em manifestações culturais públicas e não em projetos particulares. Fato que também pesa é a pouca rentabilidade e participação da população no cinema, além do gosto duvidoso da maioria das atrações apresentadas, basta ver a bilheteria que não chega á 200 ingressos…

  2. @~~~~

    …ta que o emacite é um ótimo ponto cultural. mas abrir uma igreja la nao vai dar certo. sinceramente é um dos melhores lugares para se ir e agora vai fechar.. se fechar precisamos que seja aberto um novo.

  3. amarildo

    Esse empresarios e municipes que estao lutando agora pelo cine emacite,queria saber se eles alguma vez entraram para assitir agum filme depois da reforma.Investir dinheiro publico num elefante branco nao vale a pena.O pessoal que nao quer que venda para outras pessoas ,que comprem,dinheiro publico se deve investir em saude e educaçao.

  4. croatoam

    Fico triste de ver uma noticia como essa pois é o único ponto em que se pode aliar lazer e cultura em mafra o pior é ler pessoas ignorantes dizendo que deve-se demolir, as pessoas tem um tipo de atraso mental no que se refere a cultura, pois muitos pensam que cultura é o passa na tv globo. Não se tem nada contra a Igreja, seja qual for, mas elas não lutam pelos jovens. Então porque não compram outro local, ou preferem ver jovens perambulando nas ruas de Rio Negro aos fins de semana, por não terem acesso a o minimo de cultura que seria um filme no cinema.
    Enquanto elegermos certos políticos, a situação vai ser sempre essa. eles sempre vão querer acabar tanto com a cultura cultura como com a educação.

    Pois um povo ignorante é uma massa de manobra. Que não contesta, que esquece de políticos corruptos que roubaram milhões.

    Quem diz que deve-se deixar uma cidade sem um cinema que traz cultura, é o mesmo ignorante que assiste BBB e acha um programa inteligente.

  5. ..

    É que quase não tem igreja nessa cidade;x

  6. ;D

    Que beleza, se fecharem o cinema, a cidade vai ficar mais PODRE do que ja é, QUANTO LAZER.
    QUE VERGONHA!!

  7. Fabio

    Engraçado, o vereador em questão, antes de se pronunciar, “sem saber o que fala”, tente conversar com a prefeitura para intervir junto à secretaria de obras para que juntos, primeiro CONSERTEM AS RUAS, e não são só as ruas do centro de Mafra não, passem pelos bairros.
    Segundo “cultura”? Mas religião não faz parte da cultura dos povos? cada povo com seu Deus ou deuses é assim desde os primórdios da humanidade, não vejo nada de errado em uma comunidade evangélica comprar o cine emacite, pois quem tem dinheiro compra é simples. A única coisa que vejo é descriminação contra uma religião que não seja “CATÃ’LICA”, por que se fosse a “Religião Católica” estaria tudo bem como disse uma pessoa na reunião. “Pena que não é a igreja católica que quer comprar, pois não veria nada de errado”, pessoal para quem não sabe isso é descriminação, isso é crime e ainda querem falar de CULTURA? O que acham de irem estudar um pouco?

  8. Leda

    Vao torrar 2 milhoes da Prefeitura do nosso IPTU para um lixo de predio daqueles. Botem a baixo aquele prédio podre, mas nao usem nosso dinheiro. Mafra é uma cidade pobre e de ignorantes, pra que um Teatro e um Cinema? Essa gente nem sabe ler direito, Ainda acredita em padre e pastor?

  9. Diego Marcell

    Quem assina estas matérias? Dizer que a “Igreja Evangélica” quer comprar, com letras maiúsculas, como se fosse o nome próprio da instituição, dar nome a instituição daria um sentido maior nessa negociação capitalista e política, como ocorreu por exemplo em Curitiba, onde a igreja do Edir Macedo comprou um prédio histórico e demoliu ele para fazer o seu templo. Patrimônios históricos vem sendo alterados facilmente sob o pretexto monetário.

  10. CezarZ

    Quanta hipocrisia! De repente tão valorizando a Cultura. O |Prefeito vive se queixando que não tem verba, agora querem desapropriar o CINE, Acho que o povo deve estar preocupado porque o Paulinho Micharia não terá mais lugar para se apresentar. Com certeza tem coisa bem mais importante para se resolver em Mafra. Ja que tem empresário interessado que comprem. Caso contrário deixem que a Igreja interessada compre. Se ela tem dinheiro que mal tem. A prefeitura que faça um novo projeto, com certeza com esse valor dá para fazer um centro cultural melhor.

  11. leitor diario

    eu nao compraria um negocio que nao da lucro!
    deveria sim investir em um ponto novo, sala nova, com cinema 4D ou algo semelhante e menor, agora se a prefeitura nao tem um local para fazer eventos, isto nao é problema dos empresarios e sim do poder publico.
    em vez de fazer uma espiga gigante na entrada da cidade, deveriam ter feito uma casa da cultura maior.
    sou contra comprar esse espaço. ta caro, nao tem estacionamento…
    mafra merece coisa melhor.

    • FABIO

      Credo, aquilo la na entrada da cidade é uma espiga de milho? huashuhashuashuashuas. esta certo é um dinheiro MUITO BEM INVESTIDO como tudo em Mafra, mas que eu me lembre, Mafra era conhecida pelo MEL ou estou errado? pois é “que saudades do Sarney”… espiga de milho….huashuashuashuas

  12. Antônio B

    bla bla bla .. não vai dar em nada. vivemos no capitalismo, se tiver que ser vendido será vendido. e não tem que colocar dinheiro público nisso aí.

  13. Antonio Luiz da Luz

    “O único contrário a essa medida para salvar o Cine-Teatro foi o vereador Abel Bicheski (Belo). “Não sou contra a cultura mafrense, mas contra o valor de R$ 2 milhõesâ€, declarou, ao tempo que afirmou existir um ou dois empresários que possuem condições de comprar aquele espaço e, olhando para o proprietário do Hotel, salientou que “só não o compram porque ele não dá lucroâ€.”
    ELE FALA POR SI PROPRIO…
    o QUE ESSE VEREADOR ENTENDE DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS? PENSA QUE É SIMPLES ASSIM, O EMPRESÃRIO TEM QUE COMPRAR E PRONTO!!! OLHA SÓ QUE NIVEL DE VEREADOR MAFRA TEM.

    • Any

      Realmente, é uma pena que um vereador tenha esta atitude, que no meu ponto de vista, chega a ser ousada.

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