Morre um grande ícone das rádios de Riomafra

Publicado por Gazeta de Riomafra - 30/08/2010 - 12h11

Além de atuar como locutor, cantor e compositor, Zé Mineiro atuou, também, em vários circos

Aos 76 anos de idade, foi sepultado na tarde de sexta-feira Manoel de Almeida, o popular “Zé Mineiro”, famoso por suas músicas e seus programas de rádio nas emissoras Difusora de Rio Negro e São José em Mafra

Em 1972, oriundo do município de Curvelo, Minas Gerais, chegava em Riomafra aquele que, pouco depois, ficaria conhecido como “Zé Mineiro”.

Nascido em 10 de outubro de 1936, Zé Mineiro criou-se em um sítio e, aos 21 anos, formou sua primeira dupla, com Waldomiro de Aquino, com quem cantou por cerca de um ano, músicas do repertório de Zé Carreiro e Carreirinho. Depois disso, atuou com vários outros parceiros, sem caráter profissional, e continuou se dedicando à lavoura.

No ano em que se mudou para Mafra, formou dupla com Beiramar (David Soares de Oliveira), que foi seu parceiro musical por muitos anos; e começou a atuar como locutor na Rádio Difusora Rio Negro, onde permaneceu pelo período de seis meses, indo atuar, então, como locutor na Rádio São José, em Mafra, onde permaneceu até se aposentar, no ano 2000. Um ano depois, Zé Mineiro retornou à Rádio Difusora de Rio Negro, onde até o último dia 03 de agosto, quando teve um mal súbito que agora o levou à morte, manteve o programa “Canto da Terra” que, de acordo com o diretor da rádio, Gari Vinício Kiatkoski, “é o único programa que até hoje valorizou os músicos regionais”.

E assim foi “Zé Mineiro”, locutor e cantor sertanejo, neste ínterim tendo até mesmo participado do Festival Arizona em 1980, quando junto com seu parceiro, mais tarde com o nome alterado para Edelmar, sagrou-se campeão. Além disso, Zé registrou-se também como compositor profissional, pois nas músicas do seu 2º LP todas as letras foram de sua autoria, já com o codinome “Zé Medeiro”, e outros cantores gravaram músicas compostas pelo mesmo, como Mery e Marli, Zezinho e Célia Mara; Renê e Renato; Cleomar e Clair; Nilson e Nelso; Nhô do Rodo e Zé da Enxada.

LP “Esteio da Nação”, gravado na década de 1980

Em sua trajetória musical; Zé Mineiro também foi o dono do Grupo Musical Tropeiros do Sul, levando a música sertaneja e a gauchesca a várias regiões e, para completar, atuou em diversos circos como cantor, também apresentando-se como o personagem “Nho Gabrié”.

Na sua trajetória pelas rádios de Riomafra, sempre teve audiência máxima, e ficou marcado por algumas “pérolas” que soltava em seus programas, como “vende-se um Corcel ii”; “grande promoção de galinhas ‘viúvas’”; “vende-se cão que dorme esticado (seria domesticado); nota de falecimento dizendo divulgar “com prazer”, ao invés de “com pesar” e muitas outras, que até hoje não se sabe se eram simples erros de leitura ou então propositais para atrair ainda mais audiência para seus programas.

Perdemos então um grande cantor, compositor, artista e músico.

Para o diretor da Rádio Difusora de Rio Negro, Gari Vinício Kiatkoski, Zé Mineiro foi um excelente profissional e um ótimo amigo. “Ele era companheiro, batalhador, e empenhava-se muito em seus programas de rádio, e sentimos muito a sua falta”, salientou, lembrando que até o dia 03 de agosto último, teve o prazer de trabalhar junto com esse profissional.

Nos tempos da Rádio São José AM: Zézinho, Servino Hack e Zé Mineiro (in memorian), Meri e Mari

O diretor da Rádio Nova Era FM/São José AM, Tito L. Schultz, que ingressou nas emissoras na década de 1980, também enalteceu o empenho e o profissionalismo de Zé Mineiro. Segundo ele, Manoel de Almeida foi um grande homem e honrou muito seus compromissos junto à Rádio São José. “Sentimos pela perda desse grande trabalhador, dono de qualidades invejáveis inclusive para outros locutores, cantores e compositores”, discorreu.

Homenagem

“Fica com Deus Zé Mineiro. Aqui todos ficaremos com sua voz e suas canções em nossos corações, torcendo para que, aí encima, você continue cantando e encantando os anjos que certamente já o cercam”.

Deixamos aqui registradas, em nome da Família Gazeta de Riomafra, as condolências aos familiares, com a convicção de que o empenho de Zé Mineiro em sua vida profissional, certamente serve não apenas como lição, mas como conforto para que não se sintam entristecidos com sua partida, e inspirados para continuar a vida, com a mesma alegria que ele viveu e transmitiu a todos que o conheceram”.

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3 comentários publicados
  1. VALDEMIR SALVIANO

    É mesmo uma grande perda. Pois infelizmente o talento dos municipes não é reconhecido. Que bom seria se houvesse um festival local de musicas para enaltecermos os nossos artistas, que não são poucos e de grande valor. Vai com Deus, Zé Mineiro. Tua fase voce cumpriu com dedicação.

  2. De fato perdemos um grande ícone da comunicação, sou radialista e tive o prazer de trabalhar com o Zé, tínhamos uma amizade muito especial… Fiquei muito triste com sua partida, mas tenho certeza que o “Pai Zé” (Como eu o chamava) Estará sempre na memória das milhares de pessoas que ele animou através do fantástico mundo do Rádio.
    Fica aqui a minha homenagem aproveitando esta matéria deste conceituado jornal.

  3. Carlos Daniel Buchweitz

    Fico triste em saber do falecimento de uma pessoa tão carismática em Riomafra. Lembro-me da minha infância em Mafra, ouvindo em casa os programas da rádio São José e conhecer pessoalmente o “Zé Mineiro”. Grande figura… Fica com Deus!!!
    Carlos Daniel Buchweitz
    Blumenau – SC

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