“Há quase 29 anos que moro nessa rua e a única benfeitoria que vemos, isso quando há, é o patrolamento desta e só”. Com esse desabafo uma das moradoras da rua, Néli Kuss, que reside às margens da rua João Cleto Mourão já há 28 anos.

Nossa reportagem recebeu reclamações não só da ‘dona Neli’, mas também de outros residentes ao longo da rua, especialmente nas duas primeiras quadras próximas à Cohab Restinga, que se sofrem em dias secos pelo excesso de poeira sofrem ainda mais quando das chuvas, pois “a água vem da Cohab em forma de enxurrada e acaba por invadir as casas ou terrenos”, aponta a munícipe.

Alguns vizinhos, mesmo sabendo que iriam ser citados em nossa reportagem pediram para não ser identificados, mas afirmam que aquela via pública se encontra em estado de abandono e que não suportam mais as valetas, águas de enxurradas ou a poeira constante, haja vista a grande movimentação de veículo leves e pesados, especialmente no período vespertino. “Todos precisamos ficar com portas e janelas fechadas e mesmo assim não suportamos a poeira”, diz Néli.

Destaque-se, ainda, que as pessoas que residem naquela rua reclamam da falta de alinhamento da mesma e também de meio fio, o que certamente contribuiria para amenizar os problemas de água das chuvas e possibilitaria, também, que calçadas/passeios em frente suas residências. Alguns já apelidaram a rua de “raspadinha”, referindo-se que apenas a patrola é passada mesmo que por poucas vezes no ano. “Não temos empedramento, nem calçamento e muito menos asfalto, somos um povo esquecido aqui”, desabafa Néli Kuss, mostrando à nossa reportagem de onde vem a água que passa pela casa de um vizinho, adentra no seu quintal, passa pelo terreno de outro e vai parar na rua paralela. “É uma verdadeira enxurrada e a vontade quando chove é de ir buscar o prefeito para que ele veja e sinta o nosso sofrimento”, diz.

Segundo ela, há 28 anos os políticos, especialmente em épocas de campanha eleitoral, prometem calçamento ou asfaltamento da rua João Cleto Mourão, assim como toda a infraestrutura necessária, mas até hoje nenhum cumpriu com o prometido. “Isso nos deixa desanimados porque não vemos solução para os problemas dessa rua, será que não estamos no mapa do município”? – indaga a moradora, mostrando também a quantidade de mato ao longo da via pública e em terrenos fechados, outra causa de preocupação inclusive com doenças.

Não muito longe dali, ainda na Restinga, moradores da rua José Schultz também manifestam o inconformismo com a situação da mesma que, visivelmente, vem sendo rebaixada ao longo dos anos com o serviço de patrolamento, sem que nenhuma medida seja realizada.

Em Vila Nova são os moradores e empresários da rua Benemérito Antonio Hable e adjacências que continuam indignados com a situação caótica para o trânsito e para os próprios moradores, que sofrem igualmente com o excesso de buracos e de pó em virtude da falta de manutenção das vias públicas.

Procuramos pela secretária Municipal de Obras, Wilmara Herzer, mas a mesma não foi localizada para se pronunciar sobre as citadas ruas. Alguns dizem que a mesma encontra-se em viagem ao nordeste com o marido e outros que está em Porto Alegre em curso e, nas duas situações, a informação é de que a mesma somente retorna às atividades na próxima segunda-feira.