Colheita da safra de melancia em Itaiópolis deve iniciar na próxima semana

Publicado por Gazeta de Itaiópolis - 29/01/2012 - 09h43

Além da fruticultura, o município se destaca na produção de melancia, cebola e legumes.

Agricultor exibe com orgulho a lavoura de melancia, que deve ser colhida na próxima semana.

Embora Itaiópolis seja destaque na produção de frutíferas como a pêra produzida na comunidade de São Pedro, a maçã de Iracema, a tangerina de Baía do Itajaí, mas não são somente essas culturas que imperam. Hoje o município desponta também na produção de grãos como a soja, o milho e o feijão, sem contar o crescimento da produção de hortaliças e legumes. Toda a produção tem comércio garantido, e acaba sendo absorvida pelas grandes capitais.

O carro chefe e o principal responsável pela engrenagem econômica continua sendo o tabaco, mas agricultores recorrem a culturas diferenciadas como alternativa de renda. Para saber mais, a “Gazeta de Itaiópolis” visitou a propriedade do agricultor Afonso Chicora, 35 anos, na localidade de São João.

O sítio é pequeno, mas mesmo assim o agricultor se vira e produz melancia e cebola arrendando outras terras. Em visita a uma de suas lavouras de melancia, na localidade de Pedra Fina, município de Mafra, Afonso explicou um pouco sobre o cultivo da planta, tão desejada principalmente no verão.

Segundo o agricultor, em média cada planta produz uma melancia e meia. Os pesos variam de 8 quilos e podem chegar a 18. O ideal, para o produtor, é fazer três colheitas por lavoura. As lavoras de melancia, para produzirem a contento requerem muito calor e pouca umidade.

O preço da melancia, conforme Chicora varia por peso e quanto maior mais cara ela se torna. Na safra de 2011 o agricultor vendeu a produção em média a R$ 0,22 por quilo. “Começaremos a vender a safra de 2012 a R$ 0,25 por quilo, mas ainda não é um preço bom. O ideal seria vender a R$ 0,35 o quilo”, comentou.

De acordo com o produtor, comparado a safra passada houve acréscimo de 15% no custo de produção. Afonso plantou uma área de 12 hectares em melancia e estima colher cerca de 40 toneladas por hectare. Segundo o colono, as sementes híbridas, apesar de mais caras são as melhores, mais produtivas e resistentes a pragas. Em alguns “eitos” plantados Afonso utilizou a variedade “Explorer”.

No entanto, a variedade mais produtiva e de interesse do mercado consumidor é a “Top Gun”, que é a “best-seller” das melancias. Afonso teve gasto de R$ 650,00 por hectare em semente e o custo total, incluindo arrendamento, adubos, mão-de-obra e implementos chega a R$ 5.500,00, o que representa R$ 0,14 de custo por hectare.

A safra 2012 vai quase ao total para o mercado Paulista, mas a safra passada o Rio de Janeiro foi o principal absorvedor das melancias produzidas por Afonso. O agricultor cultiva melancia há seis anos. A safra foi plantada dia 04 de outubro e leva em média 110 dias para as melancias começarem a serem colhidas. “Se o tempo não registrar muita umidade, com 90 dias já dá pra colher”, disse o agricultor.

Quanto à assistência técnica para a produção, Afonso disse que tem apoio da Cooper Alfa, local onde compra as sementes. “Aprendi na prática, no decorrer das safras, mas viajei para Goiás, para aprimorar as técnicas de adubação”, comentou.

O agricultor já colheu 35 toneladas por hectare, mas espera chegar a 40 nessa safra. “Precisava ter estabilidade no preço, pois é necessário acompanhar de perto para preservar a lavoura. Produzir melancia dá mão-de-obra, se comparado a outras lavouras como a soja e o milho que são mecanizadas”, disse.

Segundo Afonso, uma parte de trabalhadores para a colheita vem de Goiás, local onde pretende em seus planos para o futuro, cultivar melancia quando chegar o inverno em Itaiópolis. “Lá se produz melancia o ano todo. O clima é especial. Melancia precisa de calor e umidade na raiz, mesmo que a cultura em Goiás seja mais cara, devido à necessidade de sistemas de irrigação”, suscitou o produtor.

Produção de cebola

Afonso e família também cultivam cebola. A área de 2 hectares foi plantada em São João. Na safra passada, segundo o agricultor, foi um desastre, pois a cultura é sensível e de alto risco. A técnica utilizada foi semeadura direta. De acordo com o produtor, a lavoura de cebola exige muita atenção. As herbicidas e fungicidas devem ser utilizadas corretamente e no momento exato.

Depois de plantada o ciclo produtivo da variedade precoce chega há 150 dias. Já a variedade crioula leva 180 dias para ficar pronta para a colheita. Quando iniciou a plantação de cebola Afonso precisou estreitar os contatos com o município de Ituporanga, que é especializado e referência na produção.

Em 2011 Afonso produziu 32 toneladas por hectare. A cebola está sendo comercializada a R$ 0,50 o quilo. “O preço não está ruim, mas o ideal é R$ 0,70 por quilo”, disse Chicora. O custo geral de produção por hectare chega a R$ 8 mil.

Afonso está iniciando na produção de cebola, mas garante que houve redução do plantio na região. Alguns dos principais fatores são o preço baixo e a umidade do clima. O agricultor pretende cultivar cebola para a próxima safra e aposta numa variedade híbrida, que chega a produzir 60 toneladas por hectare. Boa parte da última safra de cebola está estocada em barracões da família em São João. A “Gazeta de Itaiópolis” vai trazer nas próximas edições, em especial, a produção de Uvas no município. As variedades e a comercialização serão destacadas.

 

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01 comentário publicado
  1. Carlos Roberto

    Lavoura linda,. Que variedade é?

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