TRATORAÇO: Produtores rurais de Mafra: Prefeitura tem que ser mais produtiva em suas ações

Publicado por Gazeta de Riomafra - 10/03/2015 - 05h15

Aconteceu na manhã da quinta-feira (5) a terceira reunião entre o prefeito Roberto Agenor Scholze “Eto†(PT), e os agricultores que compõem o grupo intitulado de ‘Tratoraço’, para avaliar se a Prefeitura está cumprindo a pauta de reivindicações da categoria que foi apresentada no mês de dezembro do ano passado, quando os produtores rurais realizaram um protesto guiando seus tratores pelas principais ruas da cidade até a Prefeitura Municipal, cercando o paço municipal.

Esta reunião não foi muito diferente da última quando o prefeito e o líder do movimento, Marcos Eckel, “trocaram farpasâ€. Na manhã desta quinta-feira os ânimos voltaram a se exaltar e os protagonistas foram os mesmos. Em dado momento quando Marcos questionou algumas ações do executivo, durante a fala da secretária municipal de Administração, Débora Scardanzan, que explicava as medidas de austeridades que estão sendo tomadas para que haja economia na Prefeitura, o prefeito Eto, questionou veemente as atitudes de Eckel, dizendo não aceitar a maneira como ele estava agindo, lembrando a reunião passada. A discussão não continuou porque teve a interferência da secretária de que apaziguou os ânimos.

Na reunião os secretários do prefeito tentaram demonstrar através de relatórios as ações que Prefeitura vem desenvolvendo para atender as necessidades dos produtores rurais quanto a trafegabilidade das estradas do interior.

Pedreiras

O geólogo da Prefeitura fez uma apresentação referente a situação das pedreiras e qualidade das pedras que são exploradas na cidade. Explicou que em 99% das pedreiras as pedras são sedimentares, uma pedra que não é de boa qualidade, principalmente para base de pavimentação, mas pode ser usada para empedramento das vias do interior. Disse que tem 25 pedreiras em Mafra, destas a maioria está desativada. E hoje, apenas uma pedreira fornece pedra de boa qualidade. Mostrou quais as pedreiras que podem ser exploradas e são exploradas por terceiros: Pedra Branca, Vila Ruthes, Motel, Butiá dos Taborda, Corredeira, Areia Branca, Rio Preto do Sul e Espigão do Bugre; e quais não podem devido as regras ambientais a ao alto custo de detonação, como: São Lourenço, Vila Grein, Caillet, Rio Butiá e Rio Branco.

Esclareceu aos produtores rurais as dificuldades encontradas para a liberação de exploração de uma pedreira, afirmou que infelizmente, é mais fácil uma empresa privada explorar uma pedreira do que a Prefeitura. “A Prefeitura pode explorar no máximo por cinco anos uma pedreira enquanto uma empresa privada tem o tempo que precisaâ€, explicou dizendo que um dos maiores entraves são as concessões de licenças ambientais, onde existem processos parados na Fatma. Momento em que o prefeito interferiu dizendo que exitem problemas de politicagem na direção da autarquia estadual ambiental em Mafra. “O diretor da Fatma é cunhado de um adversário políticoâ€, falou.

Prestação de Contas

A secretária municipal de Finanças e Planejamento, Beatriz Gonçalves, fez uma breve apresentação da forma como foi usado os R$ 500 mil repassados peça Câmara de Vereadores no final do ano passado para aplicação na compra de pedras e combustível.

Disse que R$ 116 mil foram usados para pagamento de dívida com a empresa fornecedora de pedras, R$ 185 mil foi utilizado para compra de pedras e R$ 27 mil na aquisição de combustível, restando R$ 175 mil para investimentos na recuperação das estradas do interior, valor este que está reservado em uma conta específica, onde afirmou que será realizada, conforme acordado, uma prestação de contas na Câmara de Vereadores. Entregou, após solicitação do agricultor Marcos Eckel, um extrato bancário comprovando a reserva do dinheiro.

Beatriz aproveitou o momento e também falou sobre as contas da Prefeitura, onde nos meses de janeiro e fevereiros foi efetuado cerca de R$ 2,3 milhões em pagamentos pendentes, estando a prefeitura com o saldo de fornecedores a pagar somente dos meses de novembro e dezembro de 2014. Contas estas que serão quitadas devido a previsão de aumento de receita com a entrada dos valores do IPTU, e do Refis, ação conjunta da Prefeitura e da 2ª Vara Cível do Fórum, onde será arrecadado R$ 300 mil.

Medidas de Austeridade

Débora Scardanzan, secretária de Administração, mostrou aos produtores rurais as ações que a Prefeitura está tomando para economizar e baixar o índice da folha de pagamento, que são: redução, demissão, de 20% dos cargos comissionados, cancelamento de todas as gratificações dadas aos servidores municipais, a suspenção da compra das licenças prêmios e das férias, a redução do valores das diárias pagas ao prefeito, secretários e funcionários quando estão em viagem, e o envio para Câmara de Vereador de um projeto de lei que reduz em 5,62% os salários do prefeito e dos secretários municipais. Fato este que desencadeou uma discussão de cerca de 40 minutos entre legislativo e executivo, quando a constitucionalidade do projeto do lei, tirando o foco da reunião.

Relatório de obras

Após a discussão política sobre a redução de salário, o secretário de Obras, Carlos Augusto de Oliveira, expôs aos agricultores as ações que estão sendo realizadas. Explicou que a Secretaria está dando toda a atenção para a recuperação das estradas do interior. Mostrou um plano de ação para os próximos três meses, mostrando as localidades onde serão executadas as obras: Interior Sul – Butiá dos Taborda, Mauricio Caillet, General Brito, Corredeira, Irara, Ribeirãzinho, Saltinho do Canivete, Campina Konkel, Estrada do São Lourenço, Campo São Lourenço, Estrada da Formiga e Rio do Cedro – e Interior Norte – Estrada do 123, Estradas do Tingui, Mato Preto, Fazenda do Potreiro, Vila Neuman, Avencal São Sebastião, Tacanissa, Avencal São Pedro e Vila Grein.

Agricultores

Para os agricultores a reunião não foi produtiva. “Resolveram só 5% do que é realmente é preciso fazerâ€, disse Maros Eckel ao falar das obras de recuperação das estradas onde até estão avançando mais muito lentamente.

Solicitaram ainda a criação de uma comissão entre Prefeitura, Câmara e outros órgãos para resolver os problemas de liberação das pedreiras. “Não podemos ficar esperando estes processos, hoje o problema não é só a escoação da safra temos também o transporte escolarâ€, citou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Camilo de Lelis Machado.

Que seja feito uma campanha de conscientização para que os produtores rurais cumpram a lei de domínio que é de 14 metros.

Ficou decidido ainda que a Prefeitura busque as empresas de reflorestamento para uma conversa para que os caminhões pesados não circulem em dias de chuva nas estradas do interior e se necessário que seja feito um estudo para a criação de uma lei que proíba o tráfego destes caminhões, como a lei da nossa cidade vizinha Rio Negro.

No próximo dia 17 (terça-feira) deste mês o grupo do Tratoraço irá realizar uma reunião para avaliação do movimento e das ações da Prefeitura, onde decidirão as medidas que tomarão daqui para frente e se irão se reunir novamente com o prefeito no mês de maio quando termina o prazo do planejamento para execução das obras proposto pelo secretário municipal de Obras. “Vamos ver, faremos uma reunião no dia 17 para avaliação e para decidir o que faremos. Se prefeito fizer o que prometeu será ótimoâ€, disse Marcos dando a impressão de não acreditar que a Prefeitura realize tudo o que disse em três meses.

Em conversa com alguns agricultores do movimento, fica a sensação de insatisfação e que sempre há um entrave e desculpas para tudo.

“Necessitamos de atenção e respeito com homem do campo, precisamos de ação e não promessas e justificativas constantes por parte do prefeito e de seus secretários pelo que não está sendo feito†– pontuou um dos líderes do “tratoraçoâ€

Desabafam que Mafra é um município essencialmente agrícola e que depende muito da agricultura para se desenvolver, desta forma, tem que ter certa prioridade e muita atenção do governo Eto, que deve ter uma relação mais respeitosa com o produtor rural. “A omissão do prefeito em atender as justas reivindicações dos agricultores poderá causar consequências graves e até o empobrecimento de muitos no campo†– queixou-se um dos integrantes do movimento.

Lembraram novamente que os agricultores pouco pedem ao poder público, pois o agronegócio não quer e nem precisa favores dos governos, somente o que lhe é direito, estradas boas para escoar a safra e logística para ir vir para cidade, escolas e postos de saúde em condições decentes de uso que são direitos de todo cidadão e dever do governo municipal.

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01 comentário publicado
  1. Olhar mafrense

    Deixando bem claro a todos, as estradas do campo novo e barracas quem está fazendo a manuntenção são os próprios agricultores, não é a prefeitura!!!

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