O Rock e sua participação nos movimentos sociais – (Músicas feitas e usadas com cunho social)

Publicado por Cris Fagundes - 08/05/2012 - 18h23

Como já havíamos falado no primeiro texto desse blog, sobre a origem do Rock, sabemos que mais que o surgimento de um estilo musical, o Rock, serviu como um “grito”, dos excluídos da sociedade americana, o rhythm & blues,  a vertente negra do rock, que representa, os negros excluídos, da sociedade americana, onde eram marginalizados e descriminalizados por uma sociedade que na década de 1950, era dominada por brancos,anglo-saxões e protestantes, e o chamado country & western, a vertente branca do rock, que representa o sofrimento, o lamento, o descontentamento dos pequenos camponeses, portanto como relembrado, aqui vemos a importância social que se dá ao surgimento do Rock.

Mas não para por aí, com o passar do anos, décadas, surgiram novas vertentes dentro do Rock, novos estilos de fusão, mas muitas vezes, mantendo esse cunho social, em suas letras, sua postura, ideologias, onde muitas vezes, a própria sociedade, “adotou”, certas músicas, para protestar,  expressar seus pensamentos, descontentamento, diante do panorama social em que viviam, e esse é o nosso assunto de hoje, irei postar algumas músicas, que representam ao longo dos anos, esse paralelo entre o rock e a sociedade, seus movimentos, obvio não postarei todas, pois esse que vos fala ficaria ate amanhã aqui escrevendo e postando videos, mas segue uma seleção, com algumas músicas, com sua história, origem, e ideal, objetivo, que são muito interessantes.

  • Run To The Hills – Iron Maiden = A canção fala sobre a expulsão forçada dos nativos americanos para o Oeste dos Estados Unidos presumivelmente durante a presidência de Andrew Jackson, quando as expulsões foram conduzidas pelo Exército dos Estados Unidos. Também é possível que a canção seja sobre as Guerras Sioux, quando a terra de Lakota, nas Dakotas, foram tomadas à força pelo Exército dos EUA. A canção foi escrita por Steve Harris, baixista e fundador da banda.

  • Sunday Bloody Sunday – U2 = a letra descreve o horror sentido por um observador “The Troubles” na Irlanda do Norte, com destaque no incidente do Domingo Sangrento em Derry, onde as tropas britânicas atiraram e mataram manifestantes de direitos civis.

  • Blue Sky Mine – Midnight Oil = A canção refere-se à mina de amianto Wittenoom na Austrália Ocidental, onde o amianto azul foi extraído entre 1947 e 1966. A cidade outrora próspera é agora uma cidade fantasma. As lojas estão fechadas com tábuas, a 2 escolas estão fechadas, o cinema local está abandonado. Em sua ignorância, os colonos originais utilizavam amianto em jardins, pátios de escolas e estradas. Wittenoom é sem dúvida o maior desastre industrial da Austrália, e estima-se que 25% dos 20.000 homens que extraíam o amianto não morrerão de doenças relacionadas.

  • Holiday in Cambodia – Dead Kennedys = um hino antibelicista repleto de ironia e humor negro, refere-se à Guerra Civil do Camboja em 1973.

  • War Pigs – Black Sabbath =  Uma música com clara critica as guerras, aos políticos, pessoas com poder na sociedade, que começam guerras, e mandam os inocentes ao fronte de batalha – (War Pigs foi lançada durante o calor da Guerra do Vietnã).

http://www.youtube.com/watch?v=xtqy4DTHGqg

  • Another Brick In The Wall – Pink Floyd = Foi banida das rádios e televisões na África do Sul. A música vinha sendo usada por estudantes negros em protestos contra o sistema de educação.

  • Zé Ninguém – Biquini Cavadão – A música “Zé Ninguém” entrou nas rádios em momento delicado do país. Seu refrão acabou sendo usado nas ruas pelos estudantes que pediam a saída do presidente Collor. O eu-lírico da canção encarna um típico brasileiro da classe baixa que encontra-se desacreditado com o futuro, não apenas com o seu próprio futuro, mas com o futuro da nação como um todo. Descredito com a atuação do Congresso Nacional e com a morosidade e conformismo da justiça brasileira e até mesmo sua crença em Deus encontra-se abalada diante do contexto social em que vive.

  • Wind Of Change – Scorpions – A balada foi escrita por Klaus Meine, inspirando-se nos “ventos de mudança” que atingiam a Europa, com a Guerra Fria terminando, o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim. A letra celebra as mudanças políticas ocorridas no Leste Europeu naquela época – como as discussões políticas que levaram a queda do Muro de Berlim, e o retorno da democracia nos países que faziam parte do bloco socialista sob a liderança da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, e o iminente abrandamento e colapso final da Guerra Fria. (Moskva é o nome do rio que atravessa Moscou, e o Gorky Park é um parque da cidade – é um parque monumental em homenagem aos escritor Máximo Gorky). A banda Scorpions inspirou-se para escrever esta canção em uma visita que fez a Moscou em 1989 e assim incluiram referência a paisagens naturais e urbanisticas da cidade na letra da canção).

  • God Save the Queen – Sex Pistols =   Johnny Rotten explicou a letra da canção da seguinte maneira: “Você não escreve uma canção como ‘God Save The Queen’ porque você odeia a raça inglesa. Você escreve uma canção como essa porque você os ama, e você está cansado de vê-los sendo maltratados.” Suas intenções eram, aparentemente, evocar a simpatia da classe trabalhadora inglesa e gerar um sentimento geral de ressentimento contra a monarquia.

  • É Assim Que Me Querem – Irá! = Tal música traz uma visão crítica sobre as drogas e relata como são intencionalmente utilizadas para anestesiar as massas, sobretudo a juventude, e incapacita-las de lutar contra o sistema que as oprime e brutaliza.

  • Perfeição – Legião Urbana – Bem está canção da Legião, em precisaria comentar nada, pois basta você ouvi-lá, ou ler sua letra, para ver que se trata de um dura critica a sociedade e todos os seus problemas e hipocrisias.
    Quando Renato Russo escreveu a letra da música Perfeição, deixou de lado a hipocrisia e cantou, sem papas na língua, todos os problemas que ele estava enxergando a sua volta (problemas estes que, infelizmente, mais de dez anos depois, ainda parecem ser bem atuais). A ironia do título da música é uma certa forma de criticar a nós mesmos por estarmos cientes de todas aquelas coisas que estavam acontecendo (e permanecem) e, ainda assim, não tomarmos uma atitude concreta.

  • Ouro de Tolo – Raul Seixas = A canção era uma bofetada no conformismo nacional diante das vantagens ilusórias oferecidas pela ditadura. “Ouro de tolo” é o nome que se dava na Idade Média às promessas de falsos alquimistas. Transpondo a idéia para a década de 1970, Raul Seixas reduz a nada as aspirações da classe média que apoiou o milagre econômico da ditadura: a euforia regada pela estabilidade social do cidadão respeitável e por uma visão religiosa conformista era simplesmente um “ouro de tolo”.

Bem galera é isso, sei que teria inúmeras canções que poderia postar aqui, mas deixo essas, para mostrar como o Rock e todas as suas vertentes, estão em constante “alinhamento” com a sociedade, seus problemas, mudanças, desde o seu surgimento.
Espero que gostem, tenham todos uma ótima noite, e até a próxima.
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