Fotos históricas relembram os antigos cinemas de Rio Negro

Por Everton Lisboa (Click Riomafra) - 28/01/2017

Com a reativação do Cine Emacite (atual Cineplus Emacite), a paixão do povo riomafrense pelo cinema reacendeu. O Click Riomafra reuniu algumas fotos históricas do Cine Rio Negro e do Cine Marajá. Ambos fizeram história na cidade de Rio Negro e sem dúvida geram saudade em muitas pessoas.

As fotos foram fornecidas ao Click Riomafra pelo Arquivo Público Municipal de Rio Negro e também por cidadãos que colaboram com a preservação da história das nossas cidades.

Você também pode colaborar enviando fotos históricas para o Click Riomafra através do e-mail minhanoticia@clickriomafra.com.br

Preservar a nossa história é fundamental. Riomafra sempre foi e continua sendo a “terra do cinema”. Atualmente temos o Cineplus Emacite, um cinema de última geração ativo em Mafra. Também temos ativo o Cine Seminário, em Rio Negro. Vamos sempre prestigiar para manter viva a história do cinema em nossas cidades.

Clique na foto desejada para ampliar:

Curiosidade:

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O filme A Lei Manda, lançado em 1940 e tendo no elenco o astro Johnny Mack Brown, já esteve em cartaz no Cine Rio Negro, conforme mostra uma das fotos. Foi preciso dar um belo zoom para conseguir visualizar os nomes dos filmes. Na época era comum colar em cima do pôster original (em inglês) o nome traduzido do filme. Ao mesmo tempo, também estava em cartaz o filme Anjos da Broadway, com o astro Douglas Fairbanks.

Sinopse do filme A Lei Manda:

Bill Ralston chega no planejamento da cidade para se estabelecer, mas rapidamente fica preso na luta entre os habitantes da cidade e Poe Daggett e sua gangue. Ele toma o trabalho da cidade Marshal e logo traz a lei e a ordem. Quando os homens de Daggetts o emboscam, ele mata o irmão de Poe. Poe mata o amigo Brant de Bill e isso leva ao confronto.

Sinopse do filme Anjos da Broadway:

Bill O’Brien é um jogador de pôquer e Nina Barona a fiel parceira em suas trapaças. Gene Gibbons, um dramaturgo alcoólatra, usa Charles Engle, a quem salvara de uma tentativa de suicídio, para enfrentar os truques de Bill. Charles finge ser rico e Bill quer que Nina o seduza para depois depená-lo. Gene traça um plano para que Charles consiga dinheiro e pague suas dívidas. Mas para isso, ele precisa que Bill o ajude. Será que Bill vai aceitar o papel de bonzinho?

História do Cine Rio Negro:

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Edificado no início do século XX, o Cine Rio Negro foi motivo de orgulho para a cidade por muitas décadas. Suas atividades incluíram além de exibição cinematográfica, espetáculos teatrais e variedades.

Em 1929, Djalma Forjaz, no livro do Centenário da Colonização Alemã, descreveu o orgulho dos rionegrenses, por esse empreendimento da seguinte maneira:

Dotado de todos os requisitos de hygiene, conforto e segurança o “Theatro-Cinema Rio Negro” é dessa forma um estabelecimento modelar e de consumada esthética. (FORJAZ, 1919, p.137)

O aparecimento das salas de cinema são testemunhas de uma era veloz de profundas transformações tecnológicas ocorrida no século XX. As descobertas dos Irmãos Lumiére rapidamente chegaram aos centros urbanos propiciados pela implantação dos sistemas de distribuição elétrica, que aqui em Rio Negro se deu em 1912, e dos projetos urbanísticos e sanitárias, implantados nos grandes centros principalmente após o advento do sistema republicano.

Como testemunha dessas transformações, o Cine Rio Negro iniciou suas atividades quando as apresentações cinematográficas ainda eram mudas, sendo acompanhadas por músicos que tinham a missão de transmitir a emotividade aos espectadores e em consequência precisavam ser extremamente hábeis e dotados de grande capacidade de improviso, visto que na maioria das vezes chegavam para a sessão sem ter visto o filme.

Como prova de intensa vida cultural na cidade de Rio Negro da década de 1920, o historiador Raul de Almeida demonstra que não precisava trazer músicos de fora. Segundo Raul:

Fazer história é lembrar, as figuras de Martha Schaller e Leonardo Tyreck, que nos deitavam nas sessões de cinema mudo daqueles tempos de 1920, executando números de acordo com o desenrolar da “fita”, isto é, suaves quando as cenas eram românticas, ou forte, quando ela era movimentada, ou jocosa se o assunto era cômico (ALMEIDA, 1976, p. 128)

Depois da Segunda Guerra Mundial, o avanço tecnológico se intensifica e acaba afetando todas as estruturas da vida humana em coletividade. O cinema torna-se uma grande indústria dirigida por corporações que se tornam grandes monopólios, e com o passar dos anos acabam centralizando as salas de cinema em grandes estabelecimentos e muitas vezes reprodutores do mesmo filme.

Aliado à essa transformação, o advento da televisão e do vídeo cassete possibilitou a apreciação do cinema de maneira mais introspectiva, literalmente mais caseira. Dessa forma os cinemas tradicionais perderam espaço, massacrado pelas novas tecnologias e pela massificação dos filmes hollywoodianos em grandes centros.

Fonte: Arquivo Público Municipal de Rio Negro

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