Entrando de sola no Thrash Metal.

Publicado por Cris Fagundes - 14/08/2012 - 17h36

Boa tarde galera, ultimamente por conta de alguns problemas pessoais, estou meio ausente com meus posts,  bem vamos ao que interessa, voltando a dar seguimento falando nos sub-gêneros do Metal hoje falaremos de um dos mais conhecidos e populares, o  Thrash Metal, sem mais delongas vamos aos trabalhos.

Começo, pois, por salientar que o termo correto é Thrash Metal, e não “Lixo(Trash) Metal”, uma vez que, por incrível que possa parecer, muita gente acredita ser essa a designação. O thrash metal foi uma das primeiras vertentes do metal a se estabelecer, surgindo ainda no fim da década de 70, numa mescla do NWOBHM ( New Wave of British Heavy Metal) com a velocidade e agressividade dos estilos Punk, Hardcore  e o speed metal, sendo mais agressivo que este. Esse gênero ficou marcado pelo aparecimento do “Big Four” (as quatro grandes bandas do thrash): Slayer, Anthrax, Metallica Megadeth no início da década de 80.

Características.

Entre suas características encontram-se o uso do pedal duplo na bateria, para causar um efeito ainda mais devastador de velocidade, o som pesado e extremamente rápido que lhe é conferido pela utilização do tremolo nos riffs de guitarra, com que a palheta ataca geralmente as guitarras, devendo ainda destacar-se que o som que estas adquirem é geralmente estridente, há também uma grande variedade no quesito do uso dos vocais (limpos, guturais, “rasgados”, roucos, etc), o baixo é realçado, e as letras tem teor de protesto.

História.

Black Sabbath, Judas Priest, Motorhead e principalmente Iron Maiden aparecem como principais percursores do estilo, muito embora nenhum tenha editado alguma vez uma música oficialmente considerada como “Thrash”. É, de resto, atribuída ao Iron Maiden a criação do primeiro riff do movimento, com a faixa “Iron Maiden”, do álbum homónimo.

Ao tentarmos encontrar um fundador verdadeiro do Thrash, deparamo-nos com várias dificuldades. Enquanto Kirk Hammett, guitarrista do Metallica afirma acreditar piamente que foram eles os criadores do estilo, muitos autores há que defendem ter sido o Overkill os pioneiros originais, com a música “Unleash the Beast Within”, editado no ano de 1981. Pouco tempo depois surgia na colectânea “Metal Massacre” a música “Hit the Lights”, da banda de James Hetfield e Lars Ulrich.

Metallica – Hit the Lights.

No final desse mesmo ano sai no mercado norte-americano a primeira demo Thrash, do Metal Church, intitulada “Red Skies”. Entretanto, embalados pelo sucesso da coletânea em que participam, o Metallica tornam-se na primeira banda a gravar um álbum Thrash Metal. Sai em 1983 e é intitulado “Kill’em All”, após uma disputa com a editora, que não permitiu que fosse utilizado o seu nome original, “Metal Up your Ass”.
O estilo se popularizaria dali 2 anos, com releases importantes como oHell Awaits” do Slayer e Killing is My Business… and Business is Good! ” do Megadeth. No mesmo ano, bandas de outras partes do mundo também lançam seus primeiros trabalhos, que é o caso do Kreator (Endless Pain), e também do Destruction (Sentence of Death), e Sodom (In The Sign of Evil).

Alias, importante salientar que o Megadeth, formado por um certo Dave Mustaine, que havia, anos antes, sido expulso dos Metallica. Quando o Megadeth lançou seu primeiro álbum surgiu a polemica que para sempre marcaria estas duas bandas: uma das músicas incluidas em “Kill’em All”, sob o nome de “The Four Horsemen”, aparecia também na estreia dos Megadeth, com o nome de “Mechanix”.

Metallica The – Four Horsemen.

Megadeth – The Mechanix.

http://www.youtube.com/watch?v=rAuYaeQjBXc

Ainda na década de 80 o thrash metal serviria de influência para a criação de outros dois gêneros, que são o death metal e o black metal. No Brasil, a primeira banda a lançar um álbum de thrash é a Dorsal Atlântica. Teríamos ainda três lugares distintos com uma cena relativamente forte seguindo este gênero: São Paulo (Korzus, Executer, Acid Storm), Rio de Janeiro (Dorsal Atlântica, Azul Limão, Taurus, Antítese) e Belo Horizonte (Chakal, Overdose, Sepultura – esta ultima com uma pegada mais próxima ao death metal).

Por entre as novas bandas a aparecer na cena e os novos álbuns de bandas já relativamente firmadas, chega-se ao ano de 1986, por muitos considerados como o da explosão do Thrash Metal. Reign in Blood, Peace Sells But Who’s buying It, e o mítico Master of Puppets são todos lançados nesse ano, e a partir daí a indústria musical não mais seria a mesma. Nasceram com esses álbuns faixas que se vieram a afirmar verdadeiros hinos, como Raining Blood, Master of Puppets e Peace Sells.Muitos consideram, como forma de confirmar a grandeza do ano, que muitas das bandas da cena metaleira não conseguiram, ao longo de toda a sua carreira, igualar a excelente produção que haviam feito ao longo desses doze gloriosos meses.

O tempo deve, porém, continuar a passar. E, à medida que nos aproximamos do final da década, surge em 1987 o álbum “Among the Living”, do Anthrax, que é o único disco de destaque no gênero naquele ano. Com a constante chegada de novas bandas perante o crescente sucesso do gênero, chegou-se a um ponto de saturação e decadência. Gravam-se ainda, no entanto, durante os últimos dois anos da década, “And justice for All”, do Metallica, “Rust in peace” Megadeth, e “Seasons in the Abyss”, pelo Slayer. Estes foram considerados os últimos grandes clássicos do Thrash, que conheceria na década seguinte o seu período mais negro e menos produtivo desde os seus primórdios.

Os anos noventa trouxeram um período de calmaria e mesmo decadência naquele que foi uma vez um fenómeno sem igual. Imediatamente a partir do ano de 1991, quando foi lançado o álbum “Metallica” ou “Black Album”, se percebeu que o Thrash iria rapidamente tomar uma dimensão mais acessível a rádios e à própria comercialização. Outras duas bandas altamente conceituadas na cena Thrash, o Megadeth e o Testament, optaram ao longo da década por seguir caminhos mais facilmente assimiláveis, com os álbuns “Countdown To Extinction” e “The Ritual”, respectivamente. Os pontos mais altos da comercialização e, simultaneamente, mais baixos da história do Thrash surgiram, porém, em 1996 e 1997. O Metallica, outrora conhecidos como um dos grandes do estilo lançavam na primeira data o álbum Load, que representava de vez o abandono total da banda ao gênero que os havia popularizado dezesseis anos antes. De uma forma surpreendente, os “Quatro Cavaleiros” apareciam de cabelo cortado, com eyeliner e com uma abordagem à música que faziam completamente diferente de algo que tivessem alguma vez feito. Tanto em Load como em ReLoad a banda mostra até umas influências de blues e rock sulista.

Nem tudo foi, no entanto, “mau” para o Thrash, ao longo da década. Megadeth, Anthrax, Kreator, Slayer, Testament e Suicidal Tendencies são apenas exemplos de algumas bandas que, apesar dos claros desenvolvimentos a nível da produção, acabaram por conseguir manter-se fiéis aos riffs Thrash Metal. Vale salientar que os primeiros fizeram-no com o álbum “Rust in Peace”, muito embora tenham também enveredado pelo tal caminho já anteriormente referido.

Resta dizer que não raras vezes se atribuiu a culpa da semi-morte do Thrash (sim, semi, pois o Thrash nunca morre) ao Metallica, com o seu Black Album, que segundo muitas opiniões influenciou a grande maioria restante a colocar em primeiro lugar as receitas e em segundo o sentimento genuíno da sua música. Por essa razão muitos fãs de Thrash acusam o Metallica, e muitos outros que lhes seguiram as passadas, de vendidos. Numa opinião minha pessoal, assumo não considerar que tenha sido totalmente uma venda, por parte de nenhuma das bandas, mas apenas uma mudança e um abandono de um estilo que se encontrava em fase de saturação. Não digo, nem posso dizer, pois estaria a mentir, que me agradou ou fiquei feliz, mas considero apenas ter sido o seu direito e compreendo.

Nos anos 90, algumas bandas decidiram inovar dentro do thrash metal: é o caso do Iced Earth, que reuniu elementos do thrash com os do power metal. Há ainda o aparecimento do chamado “groove metal”, que é em tese o thrash “mais lento”. Bandas como Machine Head Pantera representam este movimento.

Com a popularização do thrash, houve o desenvolvimento de alguns subgêneros, como o “groove metal” (citado acima), e o “crossover thrash metal”, que é a fusão com o punk rock e hardcore. Representado por bandas como Adrenicide, S.O.D., Suicidal Tendencies, Ratos de Porão e Lobotomia.

Assim meus amigos terminamos esse texto sobre o Thrash Metal, abaixo segue alguns vídeos:

Destruction – Thrash ‘Till Death.

Kreator – Impossible Brutality.

Metallica – Master of Puppets.

http://www.youtube.com/watch?v=_z-hEyVQDRA

Dorsal Atlântica – Guerrilha (Live At Monsters Of Rock Brazil 1998).

Megadeth – Symphony of Destruction.

http://www.youtube.com/watch?v=hyWJCd1GYhw

Tenham todos uma ótima tarde e até a próxima galera.

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