Apesar das chuvas volumosas que atingiram algumas regiões de Santa Catarina nos últimos dias, a primeira quinzena de setembro foi de precipitações abaixo do esperado para o perÃodo na maior parte do estado. Historicamente, o mês que inaugura a primavera registra volumes de chuva relativamente altos.
A média esperada para o perÃodo fica entre 175 e 200 mm na metade Oeste e 125 a 175 mm no Leste. No entanto, em algumas regiões, na primeira quinzena, o volume de chuvas ficou bem abaixo do previsto e, portanto, o acumulado mensal também não deve atingir a média histórica, segundo dados do Boletim Hidrológico Integrado, divulgado nesta quinta-feira,16.
Do Oeste ao Litoral Sul, os volumes registrados na primeira quinzena de setembro variaram de 60 a 100 mm, com acumulados pontuais que superaram 125 mm. As chuvas mais intensas ocorreram em um curto intervalo de tempo, entre os dias 13 e 14. Já na região Nordeste do estado, os volumes registrados foram abaixo dos 40 mm. Nas demais áreas, a variação ficou entre 40 e 80mm.
Manutenção dos efeitos
Por esse motivo, as chuvas não foram suficientes para amenizar os efeitos da seca na situação hidrológica e no abastecimento urbano. Dentre os 295 municÃpios do estado, 266 atualizaram as informações. Desses, 157 estão em estado de normalidade, 88 em estado de atenção, 17 em estado de alerta e quatro em estado crÃtico. Isso representa uma pequena oscilação em relação aos dados da edição do Boletim Hidrometeorológico divulgado no inÃcio de setembro, quando, dos 264 que haviam atualizado a situação junto à s agências reguladoras, 150 estavam em estado de normalidade, 83 em atenção, 27 em alerta e quatro em estado crÃtico.
Em relação ao Ãndice Integrado de Seca (IIS), que é aferido a partir da combinação de fatores como a precipitação registrada, a disponibilidade de água para a vegetação e a saúde da vegetação (os dois últimos estimados por sensoriamento remoto), há o indicativo de manutenção de efeitos da seca em praticamente todo o estado. Apenas três municÃpios tiveram sua situação avaliada como normal, entre os quais Florianópolis. Nas demais áreas, o IIS variou entre seca fraca (104 municÃpios), moderada (176) e severa (12).
Previsão
Os dados apresentados nesta edição do Boletim Hidrometeorológico apontam para uma previsão de intensificação dos impactos e consequências da estiagem hidrológica até o final de 2021. Também se mantém a perspectiva de que os nÃveis dos rios não retornem à média histórica até o inÃcio de 2022. “Por esse motivo, é preciso manter a atenção tanto aos comunicados dos órgãos de monitoramento, ambientais e de regulação dos serviços de abastecimento urbano, como em relação ao consumo racional de águaâ€, destacou o secretário executivo do Meio Ambiente de Santa Catarina, Leonardo Porto Ferreira.
A opinião é compartilhada pela gerente de fiscalização da Aresc, Luiza Burgardt. “Os impactos causados pela estiagem hidrológica que se mantém ainda no estado aumentam a preocupação, em especial, com as regiões mais afetadas. Por isso, o monitoramento da situação do abastecimento público pelas agências de regulação volta a ser concentrado nas ações de mitigação dos prestadores e municÃpios, visando à continuidade desse serviço público, que é primordial para a população catarinense”, afirma.
Apoio aos municÃpios
O chefe da Defesa Civil de Santa Catarina, David Busarello, reforça que as administrações municipais devem buscar ações de médio e longo prazo. “O Boletim Integrado vem mostrando, nos últimos meses, o agravamento da situação. O Governo do Estado está apoiando os municÃpios através de várias frentes e vai continuar desenvolvendo iniciativas com o objetivo de mitigar os efeitos da estiagemâ€, complementou.
O Boletim Hidrometeorológico Integrado é uma publicação on-line periódica da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), por meio da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema), e da Defesa Civil de Santa Catarina (DC/SC), por meio do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd). Colaboram com a publicação, ainda, a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), além de agências reguladoras e consórcios municipais de diferentes regiões catarinenses.
O nÃvel do rio Negro, principal fonte de abastecimento de água de Mafra e de Rio Negro, continua bem abaixo do normal.
Confira algumas dicas para economizar água:
- Tome banhos mais curtos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cinco minutos é o tempo ideal para conseguir se lavar adequadamente e conseguir um uso sustentável de água e energia.
- Feche o chuveiro sempre que possÃvel
Além de demorar menos tempo no banho, evite deixar o chuveiro aberto enquanto se ensaboa e ligue-o apenas quando for se enxaguar.
- Mantenha a torneira fechada
Ao escovar os dentes, lavar o rosto ou as mãos, mantenha a torneira fechada. A economia é de 12 litros em casas a 80 litros em apartamentos. Fique atento também se a torneira não continua pingando água mesmo quando fechada. No perÃodo de um ano, ao menos 16 mil litros de água limpa são desperdiçados apenas pelo mau fechamento das torneiras.
- Cuidado com os vazamentos
Por mês, 96 mil litros de água potável são desperdiçados por um buraco de dois milÃmetros em um cano. A quantidade de um dia é capaz de lavar todas as roupas em uma só lavagem na máquina de lavar.
- Use a descarga com consciência
Se pressionada por seis segundos, cada descarga do vaso sanitário consome entre 6 e 10 litros de água. Utilize-a somente quando houver necessidade e não jogue lixo no vaso sanitário.
- Limpe antes de lavar
Muitas pessoas exageram no consumo de água na hora de lavar louça, seja por deixar a torneira aberta ou porque a louça está muito suja. Para evitar, retire o excesso de sujeira dos pratos, copos, talheres e panelas a seco, antes de abrir a torneira e mantenha-a fechada. Com a máquina de lavar louças, tenha atenção para liga-la apenas quando estiver cheia.
- Lave a roupa com menos frequência e mais atenção
Ligue a máquina de lavar roupas apenas quando ela estiver completamente cheia; o consumo de uma máquina de cinco litros é de 135 litros a cada uso. Você também pode deixar a roupa acumular e lavar tudo de uma só vez.
- Não utilize a mangueira
Seja para lavar o carro ou regar as plantas, não utilize a mangueira: se usada por 15 minutos, ela consome 180 litros de água. Para lavar o carro, prefira um pano úmido e balde e, para regar, um regador.
- Use a vassoura para limpar a calçada
Não utilize a mangueira para lavar a calçada; além de desnecessário, o consumo de água é grande. Prefira uma vassoura ou água de reuso.
- Cuide da água da piscina
Sempre que não utilizada, cubra a piscina – assim, a evaporação diminui em até 90%. Em uma piscina de tamanho médio, a perda chega a ser de 3.785 litros por mês, o suficiente para consumo de quatro pessoas por um ano.
- Atente-se à caixa d’água
Não deixe a caixa transbordar e mantenha-a sempre fechada para evitar a evaporação. Junto do consumo moderado, as chances dela durar mais tempo são maiores.
- Reaproveite a água
A água do banho e da máquina de lavar pode ser reutilizada para fazer as pequenas limpezas, como a da calçada ou do carro, e principalmente para dar a descarga.
- Aposte em sistemas de reutilização
Os sistemas de reuso profissionais são caros, mas um investimento que, em longo prazo, gera economia no consumo de água e ainda mais na conta.
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