Efeitos da estiagem persistem mesmo com as chuvas dos últimos dias

Por Assessoria - 17/09/2021

Apesar das chuvas volumosas que atingiram algumas regiões de Santa Catarina nos últimos dias, a primeira quinzena de setembro foi de precipitações abaixo do esperado para o período na maior parte do estado. Historicamente, o mês que inaugura a primavera registra volumes de chuva relativamente altos.

A média esperada para o período fica entre 175 e 200 mm na metade Oeste e 125 a 175 mm no Leste. No entanto, em algumas regiões, na primeira quinzena, o volume de chuvas ficou bem abaixo do previsto e, portanto, o acumulado mensal também não deve atingir a média histórica, segundo dados do Boletim Hidrológico Integrado, divulgado nesta quinta-feira,16.

Do Oeste ao Litoral Sul, os volumes registrados na primeira quinzena de setembro variaram de 60 a 100 mm, com acumulados pontuais que superaram 125 mm. As chuvas mais intensas ocorreram em um curto intervalo de tempo, entre os dias 13 e 14. Já na região Nordeste do estado, os volumes registrados foram abaixo dos 40 mm. Nas demais áreas, a variação ficou entre 40 e 80mm.

Manutenção dos efeitos

Por esse motivo, as chuvas não foram suficientes para amenizar os efeitos da seca na situação hidrológica e no abastecimento urbano. Dentre os 295 municípios do estado, 266 atualizaram as informações. Desses, 157 estão em estado de normalidade, 88 em estado de atenção, 17 em estado de alerta e quatro em estado crítico. Isso representa uma pequena oscilação em relação aos dados da edição do Boletim Hidrometeorológico divulgado no início de setembro, quando, dos 264 que haviam atualizado a situação junto às agências reguladoras, 150 estavam em estado de normalidade, 83 em atenção, 27 em alerta e quatro em estado crítico.

Em relação ao Ãndice Integrado de Seca (IIS), que é aferido a partir da combinação de fatores como a precipitação registrada, a disponibilidade de água para a vegetação e a saúde da vegetação (os dois últimos estimados por sensoriamento remoto), há o indicativo de manutenção de efeitos da seca em praticamente todo o estado. Apenas três municípios tiveram sua situação avaliada como normal, entre os quais Florianópolis. Nas demais áreas, o IIS variou entre seca fraca (104 municípios), moderada (176) e severa (12).

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Previsão

Os dados apresentados nesta edição do Boletim Hidrometeorológico apontam para uma previsão de intensificação dos impactos e consequências da estiagem hidrológica até o final de 2021. Também se mantém a perspectiva de que os níveis dos rios não retornem à média histórica até o início de 2022. “Por esse motivo, é preciso manter a atenção tanto aos comunicados dos órgãos de monitoramento, ambientais e de regulação dos serviços de abastecimento urbano, como em relação ao consumo racional de águaâ€, destacou o secretário executivo do Meio Ambiente de Santa Catarina, Leonardo Porto Ferreira.

A opinião é compartilhada pela gerente de fiscalização da Aresc, Luiza Burgardt. “Os impactos causados pela estiagem hidrológica que se mantém ainda no estado aumentam a preocupação, em especial, com as regiões mais afetadas. Por isso, o monitoramento da situação do abastecimento público pelas agências de regulação volta a ser concentrado nas ações de mitigação dos prestadores e municípios, visando à continuidade desse serviço público, que é primordial para a população catarinense”, afirma.

Apoio aos municípios

O chefe da Defesa Civil de Santa Catarina, David Busarello, reforça que as administrações municipais devem buscar ações de médio e longo prazo. “O Boletim Integrado vem mostrando, nos últimos meses, o agravamento da situação. O Governo do Estado está apoiando os municípios através de várias frentes e vai continuar desenvolvendo iniciativas com o objetivo de mitigar os efeitos da estiagemâ€, complementou.

O Boletim Hidrometeorológico Integrado é uma publicação on-line periódica da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), por meio da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema), e da Defesa Civil de Santa Catarina (DC/SC), por meio do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cigerd). Colaboram com a publicação, ainda, a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), além de agências reguladoras e consórcios municipais de diferentes regiões catarinenses.

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O nível do rio Negro, principal fonte de abastecimento de água de Mafra e de Rio Negro, continua bem abaixo do normal.

 

Confira algumas dicas para economizar água:

  1. Tome banhos mais curtos

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cinco minutos é o tempo ideal para conseguir se lavar adequadamente e conseguir um uso sustentável de água e energia.

  1. Feche o chuveiro sempre que possível

Além de demorar menos tempo no banho, evite deixar o chuveiro aberto enquanto se ensaboa e ligue-o apenas quando for se enxaguar.

  1. Mantenha a torneira fechada

Ao escovar os dentes, lavar o rosto ou as mãos, mantenha a torneira fechada. A economia é de 12 litros em casas a 80 litros em apartamentos. Fique atento também se a torneira não continua pingando água mesmo quando fechada. No período de um ano, ao menos 16 mil litros de água limpa são desperdiçados apenas pelo mau fechamento das torneiras.

  1. Cuidado com os vazamentos

Por mês, 96 mil litros de água potável são desperdiçados por um buraco de dois milímetros em um cano. A quantidade de um dia é capaz de lavar todas as roupas em uma só lavagem na máquina de lavar.

  1. Use a descarga com consciência

Se pressionada por seis segundos, cada descarga do vaso sanitário consome entre 6 e 10 litros de água. Utilize-a somente quando houver necessidade e não jogue lixo no vaso sanitário.

  1. Limpe antes de lavar

Muitas pessoas exageram no consumo de água na hora de lavar louça, seja por deixar a torneira aberta ou porque a louça está muito suja. Para evitar, retire o excesso de sujeira dos pratos, copos, talheres e panelas a seco, antes de abrir a torneira e mantenha-a fechada. Com a máquina de lavar louças, tenha atenção para liga-la apenas quando estiver cheia.

  1. Lave a roupa com menos frequência e mais atenção

Ligue a máquina de lavar roupas apenas quando ela estiver completamente cheia; o consumo de uma máquina de cinco litros é de 135 litros a cada uso. Você também pode deixar a roupa acumular e lavar tudo de uma só vez.

  1. Não utilize a mangueira

Seja para lavar o carro ou regar as plantas, não utilize a mangueira: se usada por 15 minutos, ela consome 180 litros de água. Para lavar o carro, prefira um pano úmido e balde e, para regar, um regador.

  1. Use a vassoura para limpar a calçada

Não utilize a mangueira para lavar a calçada; além de desnecessário, o consumo de água é grande. Prefira uma vassoura ou água de reuso.

  1. Cuide da água da piscina

Sempre que não utilizada, cubra a piscina – assim, a evaporação diminui em até 90%. Em uma piscina de tamanho médio, a perda chega a ser de 3.785 litros por mês, o suficiente para consumo de quatro pessoas por um ano.

  1. Atente-se à caixa d’água

Não deixe a caixa transbordar e mantenha-a sempre fechada para evitar a evaporação. Junto do consumo moderado, as chances dela durar mais tempo são maiores.

  1. Reaproveite a água

A água do banho e da máquina de lavar pode ser reutilizada para fazer as pequenas limpezas, como a da calçada ou do carro, e principalmente para dar a descarga.

  1. Aposte em sistemas de reutilização

Os sistemas de reuso profissionais são caros, mas um investimento que, em longo prazo, gera economia no consumo de água e ainda mais na conta.

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