Estiagem se agrava em Santa Catarina

Por Assessoria - 24/04/2020

A falta de chuva continua preocupando o setor produtivo em Santa Catarina e agravando os prejuízos no meio rural. O Estado já considera a estiagem prolongada, que iniciou em junho do ano passado, como a mais severa dos últimos anos, especialmente para as regiões extremo oeste, oeste, meio oeste, planalto sul, planalto norte e alto vale do Itajaí.

Os dados compõem um novo levantamento da Epagri/Ciram/Cepa e da Secretaria de Estado da Agricultura do Estado, apresentados via videoconferência nesta semana à lideranças do setor produtivo. De acordo com o relatório técnico, de junho de 2019 a abril de 2020, a chuva acumulada em Santa Catarina ficou em torno de 500mm inferior ao registrado na média história. No meio oeste, as chuvas foram 635mm menores durante esse período. Situações semelhantes aconteceram apenas em 1978 e 2006.

O período de seca somado a falta de perspectiva de chuvas intensas para os próximos dois meses impactará diretamente na produção agrícola, especialmente nas lavouras de milho grão, silagem, feijão e soja. As previsões são de redução de 10% na produção de milho, com expectativa de colheita de 2,59 milhões de toneladas.

Segundo relatório da Epagri, o feijão foi uma das culturas mais afetadas pela falta de chuvas, provocando perdas de 60% em alguns municípios do meio oeste. No total, Santa Catarina deve ter uma quebra de 7% na produção em relação à safra passada. Para a soja, até o momento a perda alcança 1% da produção se comparado à safra passada, com expectativa de 2,3 milhões de toneladas. Os produtores de tomate, cebola e batata também sentiram os impactos da estiagem e manifestam perdas na qualidade da produção. O levantamento aponta, ainda, dificuldade de abastecimento nas produções de aves, suínos e bovinos no extremo oeste, oeste, vale do Itajaí e serra, além da redução de 6% na produção de leite em março.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, a estiagem agrava o momento econômico vivido pelo Estado. “Temos mais regiões atingidas pela seca em relação ao mês passado, quando foi divulgado o primeiro relatório da estiagem pela Epagri. É o caso dos produtores de maçã de São Joaquim, na serra catarinense, que estão solicitando a perfuração de poços artesianos para suplementar o abastecimento de água. É uma situação muito preocupante, principalmente pela falta de previsão de chuva significativa para os meses de maio e junhoâ€, avalia Pedrozo ao destacar também os impactos da queda no consumo como fator agravante.

“O momento econômico provocado pela pandemia do Coronavírus causou queda no consumo de carne suína e de derivados de leite, o que consequentemente está refletindo na redução da comercialização pelos produtores. Muitos estão deixando as atividades. São duas situações que preocupam e que estão dificultando a produção agropecuária no Estadoâ€, sublinha o presidente da Faesc.

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