Casan diz que água distribuída pela companhia está dentro dos níveis exigidos

Por Gazeta de Riomafra - 29/03/2019

A notícia da presença de agrotóxicos nas águas das torneiras de Mafra deixou a população apreensiva. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), após um levantamento da presença de agrotóxicos na água de abastecimento público de 100 municípios de Santa Catarina, foi identificado que 22 recebem água com resquícios de pesticidas.

O órgão através do seu Programa da Qualidade da Água Tratada, do Centro de Apoio Operacional do Consumidor (CCO), em parceria com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) e a Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), coletou amostras de água no período de safra e cultivos – março e novembro – de 2018 e analisou 204 princípios ativos de agrotóxicos, contra 27 substâncias analisadas pelas operadoras do sistema de abastecimento de água, conforme o parâmetro indicado pelo Ministério da Saúde. Na análise das amostras coletadas foram encontrados 17 princípios ativos, destes sete são proibidos pela União Européia – atrazina, simazina, bromopropilato, metalacloro, permetrina, propargite, propiconazol.

Foram analisadas as águas dos municípios da Grande Florianópolis, Oeste, Sul, Vale do Itajaí, Norte e Serra, que foram escolhidos com base na relação entre população, cultivo de alimentos e venda de pesticidas.

Em Mafra, uma das cidades que teve a água analisada, onde a coleta é feita na superfície do rio Negro, o que aumenta o risco de contaminação, a análise do MPSC apontou que o municio está entre o que apresentaram o maior índice de contaminação, com cinco princípios ativos encontrados: Atrazina – um tipo de herbicida usado em milho, milheto, pinus e outras lavouras; Ciproconazol – um tipo de fungicida usado em diversas lavouras; Diurom – um tipo de herbicida usado em lavouras de soja, milho e outras e também em reflorestamentos; Metolacloro – outro tipo de herbicida usado também em culturas de milho e soja; e Simazina – classe de herbicida também usado em diferentes culturas.

Além de Mafra, os municípios de Rio Negrinho, Itaiópolis e Porto União, no Planalto Norte, estão na lista das cidades com maior presença de produtos químicos.

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Rio Negro, onde á água também é coletada na superfície, o que aumenta o risco de contaminação, também deve apresentar os mesmos índices dos princípios ativos encontrados em Mafra.

Porém a constatação da presença de agrotóxicos nas águas, conforme o parecer divulgado está abaixo dos limites estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

O estudo feito pelo Ministério Público foi abordado no “Seminário sobre Agrotóxicos nos Alimentos, na Água e na Saúde”, realizado pelo próprio MPSC nos dias 25 e 26 de março em Florianópolis.

NOTA DA CASAN

A Casan, empresa que presta serviço de tratamento e distribuição e água na maioria das cidades, e em Mafra, publicou um nota de esclarecimento na sua página na internet. Na nota a empresa diz que a água distribuída pela Companhia à população está completamente dentro dos níveis de potabilidade exigidos. Diz ainda que nenhuma análise feita por ela chega próximo do limite máximo permitido, e lamenta o tom do material distribuído à imprensa pois está gerando preocupações desnecessárias e não condizentes com o produto distribuído pela Casan, direcionando a população a consumir água industrializada, mais cara ou de fontes não confiáveis.

VEJA A NOTA DA ÍNTEGRA

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A Casan informa que os relatórios da saída de tratamento de água das suas estações, relativo a análises de agrotóxicos, apresentam parâmetros bem abaixo dos exigidos pela legislação federal. Sendo assim, a água distribuída pela Companhia à população está completamente dentro dos níveis de potabilidade exigidos.

Estranhamente, reportagens veiculadas trazem laudos com resultados muitas vezes abaixo dos limites máximos tolerados, como é o caso dos registrados no município de Rio do Sul, por exemplo, em que a substância tebuconazol aparece com índices 1.314 vezes abaixo do limite. Uma outra substância, a simazina, aparece 71 vezes abaixo do tolerado; o diurom está com índices 1.250 vezes abaixo do limite permitido. E outros.

Para esclarecimento da população e da imprensa é preciso destacar que o próprio Ministério da Saúde admite concentrações de agrotóxicos na água, tanto que estabelece que produtos e quais as suas concentrações.

 A Casan monitora permanentemente a qualidade de sua água justamente para garantir os padrões exigidos pela legislação e manter as condições de segurança hídrica e de saúde pública.

 Nenhuma análise da Companhia chega próximo do limite máximo permitido. No estado, a Companhia realiza um total de aproximadamente 180 mil análises anuais para garantir a potabilidade da água tratada nas nossas 365 unidades de tratamento.

 A empresa disponibiliza seus laboratórios para visitas e eventuais comprovações desta potabilidade, bem como coloca à disposição os relatórios para consultas junto aos bioquímicos, químicos e engenheiros responsáveis.

A Companhia lamenta o tom do material distribuído à imprensa nesta sexta-feira, pois está gerando preocupações desnecessárias e não condizentes com o produto distribuído pela Casan, direcionando a população a consumir água industrializada, mais cara ou de fontes não confiáveis.

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