Deficientes físicos querem acessibilidade em Rio Negro

Por Gazeta de Riomafra - 26/02/2018

Na sessão da última terça-feira 20, da Câmara de Rio Negro, as reclamações de acessibilidade no município voltaram a pauta, após o governo municipal, vereadores e comerciantes não darem a devida atenção ao problema.

A cidadã rionegrense, Daiane Cristina de Lima, que possui uma deficiência física no plexo braquial do membro superior direito, usou a tribuna da Câmara para abordar e chamar a atenção dos vereadores e do executivo, para o problema, nesta sessão, estava presente na mesa diretora o vice-prefeito James Valério que representava o executivo na ocasião.

Daine lembrou que já houve várias cobranças e pedidos para que o problema da acessibilidade fosse levada mais sério no município, o que até hoje não aconteceu, talvez até, devido aos governantes, vereadores e comerciantes locais não sofrerem de nenhuma deficiência física, desta maneira, como “somos minoria, talvez o nosso caso não chama tanto a atenção da sociedade e do poder público†questiona Daiane.

Segundo ela, somente as pessoas que têm uma deficiência, sabem a dificuldade de subir e descer e andar numa calçada, entrar num estabelecimento comercial, ou até mesmo subir um pavimento num prédio comercial e até mesmo num órgão público em Rio Negro, sem as condições de acessibilidade,

Diane relata que devido ao sua deficiência, o membro superior esquerdo está comprometido, “…por esse motivo comecei a fazer uso dos meus direitos, mais grande foi minha surpresa quando descobri que na prática a coisa é bem diferente†– lembra.

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Segundo ela, mesmo dotados de muita capacidade de adaptação e superação em todas as circunstâncias não é possível superar certas limitações, por isto existe uma lei federal que ampara os deficientes e mediante tudo isto a maioria da sociedade ainda não se atentou para tudo isto, principalmente as autoridades. “Nós PCD’s geralmente tentamos ao máximo fazer tudo de uma maneira normal, nos adaptamos a tudo, seja em casa seja no trabalho ou até mesmo em nosso momento de lazer. Mais somos limitados e para isso somos amparados pela lei 13.146/2015, mais infelizmente a população ainda não se atentou que se temos o direito a uma rampa de acesso, a uma vaga de emprego, a prioridade em uma fila, a uma vaga exclusiva de estacionamento não é simplesmente por um mero capricho mais sim por uma necessidade†–  Pontuou Daiane.

Diante todos os problemas enfrentados, como a falta de acessibilidade em Rio Negro, nossos deficientes se deparam com calçadas irregulares, falta de elevação em muitos passeios, onde alguns deles, terminam até em bueiros (bocas de lobo), até pontos de ônibus em cima das calçadas e de comerciantes que colocam suas mercadorias sobre elas, impedindo a passagem de cadeirantes. Porém o maior absurdo é os motoristas que colocam seus veículos nas vagas dos deficientes. “O que você faria se de uma hora para outra precisasse utilizar uma cadeira de rodas? Se você precisasse utilizar uma calçada com uma cadeira de rodas? E se você precisasse utilizar uma vaga destinada para PCD’S? Isso é possível? Sim, na teoria é possível sim, mais na pratica a situação é bem diferente. Em nosso município quantos comércios tem acesso para PCD’s de membro inferior? E as nossas calçadas comportam bem um cadeirante? As rampas das mesmas facilitam o seu acesso? E as vagas exclusivas reservadas para PCD’s São respeitadas? E os atendentes tanto de órgãos públicos ou privados estão aptos a atender um PCD?†– Questiona Daiane.

Segundo ela, Infelizmente a resposta para estas indagações é NÃO.

A maior parte do nosso comércio não tem acesso para cadeirantes. Muito foi falado, muito foi discutido e nada foi colocado em pratica. Um PCD também tem o direito de entrar em um estabelecimento fazer suas compras sem depender de alguém que faça isso por ele. Nossos atendentes a maior parte deles não estão apto a atender um PCD.

Segundo ela, “nossas calçadas estão sem manutenção ou com suas rampas incompatíveis para nossos cadeirantes forçando-os a transitar em meio ao transito no meio das vias. Algumas rampas parecem mais a um degrau, outras íngremes de mais, tem até acessos a calçadas na direção de bueiros, outra com acesso apenas de um lado da via ou sem faixa de pedestre para auxiliar na travessia, isso com certeza dificultada o dia a dia de um deficienteâ€.

Também reclamam e pedem mais vagas de estacionamento; “Infelizmente não possuímos muitas vagas de estacionamento exclusivas disponíveis em nosso município, e da existentes, algumas infelizmente desproporcionais exemplificamos a da praça Joao pessoa que é estreita e fica praticamente em cima da rampa de acesso a calçada. E as de mais vagas parece não ser exclusivas pois toda a população utiliza não respeitam nem as vagas nem a rampa de acesso as calçadas. E essas infrações não são monitoradas nem os infratores punidosâ€.

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Finalizando ela pediu apoio aos vereadores e deixou algumas sugestões, como por exemplo, os comerciantes implantarem as rampas moveis – “elas funcionam muito bem e só para exemplificar a cidade da Lapa está implantando essa ideiaâ€.

Também sugeriu um investimento em informações sobre PCD’s aos atendentes, isto faria uma grande diferença.

Manutenção das calçadas. – “Se é de responsabilidade da Prefeitura começar a colocar em pratica ou se for de responsabilidade do morador fazer com que as mantenham em bom estado e também própria para um PCD visualâ€

Finalizando Daine disse que “não precisamos de um espaço para lazer especifico único, não queremos muita coisa apenas gostaríamos de ter acesso facilitado em nosso município e que nossos direitos fossem respeitados…â€

Ao final os vereadores se sensibilizaram com a causa e prometeram se engajar para solução do problema. Porém Daiane alertou, que se não tiver apoio do legislativo, na próxima eleição um representante dos deficientes físicos ocupará uma cadeira no legislativo.

O jornal Gazeta de Riomafra já realizou várias reportagens sobre o tema, inclusive na edição da última quarta-feira 21.

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