Nível do rio Negro continua baixo; falta de chuva exige uso racional da água

Por Redação Click Riomafra - 22/10/2020

O nível do rio Negro, principal fonte de abastecimento de água de Mafra e de Rio Negro, continua bem abaixo do normal. Às 15h desta quinta-feira o nível registrado é de 0,410 metros, de acordo com o monitoramento hidrológico da Copel.

Não há previsão de chuva constante para os próximos dias em Rio Negro e Mafra. Portanto, a população deve economizar água.

Confira algumas dicas:

  1. Tome banhos mais curtos

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cinco minutos é o tempo ideal para conseguir se lavar adequadamente e conseguir um uso sustentável de água e energia.

  1. Feche o chuveiro sempre que possível

Além de demorar menos tempo no banho, evite deixar o chuveiro aberto enquanto se ensaboa e ligue-o apenas quando for se enxaguar.

  1. Mantenha a torneira fechada

Ao escovar os dentes, lavar o rosto ou as mãos, mantenha a torneira fechada. A economia é de 12 litros em casas a 80 litros em apartamentos. Fique atento também se a torneira não continua pingando água mesmo quando fechada. No período de um ano, ao menos 16 mil litros de água limpa são desperdiçados apenas pelo mau fechamento das torneiras.

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  1. Cuidado com os vazamentos

Por mês, 96 mil litros de água potável são desperdiçados por um buraco de dois milímetros em um cano. A quantidade de um dia é capaz de lavar todas as roupas em uma só lavagem na máquina de lavar.

  1. Use a descarga com consciência

Se pressionada por seis segundos, cada descarga do vaso sanitário consome entre 6 e 10 litros de água. Utilize-a somente quando houver necessidade e não jogue lixo no vaso sanitário.

  1. Limpe antes de lavar

Muitas pessoas exageram no consumo de água na hora de lavar louça, seja por deixar a torneira aberta ou porque a louça está muito suja. Para evitar, retire o excesso de sujeira dos pratos, copos, talheres e panelas a seco, antes de abrir a torneira e mantenha-a fechada. Com a máquina de lavar louças, tenha atenção para liga-la apenas quando estiver cheia.

  1. Lave a roupa com menos frequência e mais atenção

Ligue a máquina de lavar roupas apenas quando ela estiver completamente cheia; o consumo de uma máquina de cinco litros é de 135 litros a cada uso. Você também pode deixar a roupa acumular e lavar tudo de uma só vez.

  1. Não utilize a mangueira

Seja para lavar o carro ou regar as plantas, não utilize a mangueira: se usada por 15 minutos, ela consome 180 litros de água. Para lavar o carro, prefira um pano úmido e balde e, para regar, um regador.

  1. Use a vassoura para limpar a calçada

Não utilize a mangueira para lavar a calçada; além de desnecessário, o consumo de água é grande. Prefira uma vassoura ou água de reuso.

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  1. Cuide da água da piscina

Sempre que não utilizada, cubra a piscina – assim, a evaporação diminui em até 90%. Em uma piscina de tamanho médio, a perda chega a ser de 3.785 litros por mês, o suficiente para consumo de quatro pessoas por um ano.

  1. Atente-se à caixa d’água

Não deixe a caixa transbordar e mantenha-a sempre fechada para evitar a evaporação. Junto do consumo moderado, as chances dela durar mais tempo são maiores.

  1. Reaproveite a água

A água do banho e da máquina de lavar pode ser reutilizada para fazer as pequenas limpezas, como a da calçada ou do carro, e principalmente para dar a descarga.

  1. Aposte em sistemas de reutilização

Os sistemas de reuso profissionais são caros, mas um investimento que, em longo prazo, gera economia no consumo de água e ainda mais na conta.

LEIA TAMBÉM: Prefeituras podem penalizar atividades que geram desperdício de água

Sanepar alerta que é fundamental diminuir o consumo de água até a normalização dos níveis dos reservatórios

A meta de redução de 20% no consumo de água na Região Metropolitana de Curitiba, proposta pela Sanepar para enfrentamento da estiagem, está mais distante. A economia que estava em 16% recuou para 14%. Esse aumento no consumo teve impacto também no nível das barragens da RMC que está em 28,66% nesta quarta-feira (21).

“Infelizmente a primeira coisa que a chuva lava é a memória da seca. As pessoas se deixaram influenciar pelas chuvas do início do mês e acham que podem voltar à normalidade no consumo da água. Mas é importante lembrar que há um déficit muito grande, de 650 milímetros que deixaram de chover nos últimos 12 meses. É fundamental mantermos a META20 e que o uso racional da água seja incorporado de maneira definitiva. A normalização do abastecimento só ocorrerá em 2021. O rodízio mais severo foi postergado porque existiu a combinação da redução do consumo com as chuvas. Mas estamos com o sinal amarelo aceso: se os reservatórios chegarem a 25% será inevitável adotar o novo modelo de rodízio de 48 horas sem água e 24 horas com água”, alerta o diretor de Meio Ambiente e ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky.

Boletim Hídrico traz situação de alerta para estiagem em regiões do Estado de SC

Dados do 11º Boletim Hidrometeorológico Integrado do Estado, divulgado nesta quarta-feira (21), trazem um alerta para um novo período de estiagem em várias regiões, caso não normalize as condições de chuva, onde já ocorrem baixos volumes no Estado, principalmente nas regiões do Oeste, Meio Oeste, Planalto Sul e Vale do Itajaí.

Nestas áreas, os acumulados ficaram abaixo dos 30 mm de maneira geral. Apenas na região do Extremo Oeste, próximo ao Paraná, os volumes ultrapassaram os 30 mm. A passagem de frentes frias oceânicas e atuação de áreas de instabilidade provocaram acumulados mais significativos nas regiões do Litoral Sul, Grande Florianópolis, Litoral Norte e Planalto Norte, que ficaram entre 40 e 80 mm, com pontuais acima dos 100 mm.

Situação de atenção

Pelo segundo boletim seguido houve aumento no número de cidades registrando problemas com o abastecimento. Na comparação com o Boletim do início de setembro houve um aumento de 26 municípios em situação de atenção; aumento de mais um em situação de alerta e mais cinco cidades em situação crítica, concentrados principalmente na região Oeste e Planalto Central do Estado.

Em relação aos dados do Boletim anterior, foi possível verificar também que o número de municípios considerados dentro da normalidade reduziu de 211 para 156 municípios. Portanto, 85 (32%) estão em estado de atenção, 12 (5%) em alerta e nove (3%) em estado crítico. Dentre os 295 municípios catarinenses, 262 (89%), responderam os questionários para avaliação e monitoramento. Os dados reforçam para que o Estado continue o monitoramento constante das condições hidrológicas que já registram um longo período sem precipitação desde junho do ano passado.

O Boletim Hidrometeorológico Integrado é um estudo quinzenal, coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) juntamente com a Defesa Civil de Santa Catarina, Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC) e outras agências reguladoras do Estado. O documento tem o objetivo de monitorar e divulgar a situação hídrica no Estado e traz informações atualizadas, divulgadas nos sites das respectivas instituições, com a finalidade de compartilhar informações das condições hidrológicas dos rios catarinenses, bem como os impactos no abastecimento das cidades.

Abaixo da média

Um dos pontos que chama atenção no Boletim é que outubro é um dos meses mais chuvosos do ano em Santa Catarina. Porém, o 11º relatório alerta que até o dia 19 deste mês, a precipitação ficou abaixo da média em todas as regiões. A distribuição da chuva no mês de outubro continua irregular, com o Estado apresentando em média 70% de dias sem chuva superior a 1mm. Contudo, a previsão indica que a próxima semana pode ser um pouco mais úmida, resultando em melhoras nesse indicador.

No Oeste, são esperados entre 190 e 250 mm, porém os valores estão entre 120 e 200 mm abaixo da média. No Meio Oeste, Vale do Itajaí e Planalto Sul, os volumes estão abaixo dos 120 e 160 mm. Nas demais regiões, abaixo dos 40 a 120 mm, de maneira geral.

O diretor de Recursos Hídricos da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (SEMA), que integra a SDE, Leonardo Porto Ferreira, explica que para caracterizar a estiagem em Santa Catarina, utiliza-se o critério da SEDEC/MI, onde a estiagem é definida a partir da redução da precipitação para 60% em relação às normais climatológicas mensais.

De acordo com os dados apresentados no Boletim, nestes 19 primeiros dias de outubro, não choveu nem 20% do esperado para o mês na maior parte do Estado. “Se não chover nos próximos dias e meses que deveriam ser de recarga, liga um alerta bem importante sobre a situação que enfrentaremos nos meses mais secos – abril/maio/junho – do ano que vem. Uma das explicações para essa baixa precipitação é o evento global La Niña, que é responsável pelo esfriamento das águas do Oceano Pacífico e modifica o clima em determinado período, resultando, normalmente, em chuvas acima da média no Nordeste brasileiro e seca no Sul do país”, explica.

Ações emergenciais

De acordo com as previsões tanto trimestral quanto semestral, permanecem as perspectivas de precipitação e armazenamento de água no solo, abaixo da média. Deste modo, a constatação do agravamento da situação de estiagem novamente, pode provocar o comprometimento do abastecimento urbano em diversos municípios que, inclusive, já vem decretando situação de emergência. Assim, é possível visualizar a permanência da estiagem prolongada no Estado.

A Aresc destaca a resolução publicada (n°156), onde os prestadores de serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário devem elaborar um plano de emergência e contingência. “Considerando a tendência de uma estiagem prolongada durante a primavera, podendo permanecer até o verão, nós já solicitamos aos prestadores de serviço os planos de emergência prevendo, desde já, as medidas necessárias para garantir o abastecimento regular durante o período de maior incremento populacional, principalmente nas regiões do litorâneas de Santa Catarina”, reitera a gerente de Fiscalização da Aresc, Luiza Burgardt.

A SEMA destaca que a adoção de medidas previstas nos planos de ações emergenciais do Estado, bem como, campanhas de conscientização para o racionamento de água, tem o objetivo de normalizar o abastecimento público e se tornam imprescindíveis para auxiliar os municípios no enfrentamento da atual crise hídrica.

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