Na próxima terça-feira (22) às 19h30, a cidade de Rio Negro recebe o show “Coyoh” de Bernardo Bravo. A apresentação será realizada através do Edital Prêmio Arte Paraná do Governo do Estado, com apoio da prefeitura de Rio Negro, através da Secretaria de Cultura e Turismo. O evento acontece na Praça João Pessoa e é gratuito.
Bernardo Bravo é um desses artistas pensantes: é impossível adivinhar o que vai sair de sua cabeça a cada novo projeto. Bravo trabalha com música popular brasileira, mas dentro desse mundo passeia desde o pop ao erudito. Sua carreira é um dos raros casos em que conhecer e apreciar seus diferentes processos criativos é tão gratificante quanto curtir os produtos finais.
Em 2007, compôs o Felixbravo com o parceiro musical João Felix. O álbum “Camafeu” (2010) foi eleito como um dos 100 melhores do ano pela revista Manuscrita. O disco deu origem a um show registrado em DVD (no teatro Paiol, em Curitiba) e a apresentações no Rio (Projeto Oi Futuro), São Paulo (Tom Jazz), Recife e Buenos Aires (Festival Sumar).
Depois veio o projeto solo “Arlequim”, de 2013, exclusivamente de voz e piano. No disco, Bravo atua quase como que um curador.
COYOH
Em 2016 Bravo desenvolveu o “Coyoh”, um novo disco com sonoridade de post-rock e noise. Segundo o artista, “coyoh” (ou coió) significa tanto um esporro quanto uma pessoa idiota. Foi a maneira que ele encontrou para falar da contemporaneidade, da política aos relacionamentos amorosos. Como este é um projeto de Bernardo Bravo, ele faz isso remetendo também à arte erótica japonesa do shunga.
Ainda por vir estão dois projetos coletivos: IANAI (2016), um trabalho que mescla música eletroorgânica com sons étnicobrasileiros e o Trio Onírico, uma parceria com Estrela Leminksi e Teo Ruiz que passeia pela música dos balkans, sonoridade carimbó e pop.
Como bom músico e cantor que é, Bernardo Bravo é melhor visto ao vivo. Sua presença amplifica sentido das palavras e dos símbolos que cria.
Bernardo é carioca por nascimento e criação, curitibano por opção, sempre brasileiro. Há dez anos atua na cena musical curitibana não apenas como músico e compositor, mas produtor e agitador – no verdadeiro senso de inquietude, de alguém que não sossega enquanto não estiver criando um novo som ou um novo espaço para que novos sons possam surgir.
E se a princípio o trabalho de Bernardo Bravo pode parecer desconexo musicalmente – com seus únicos pontos comuns sendo o nome e a inconfundível voz – basta lembrar que seu trabalho sempre teve foco: sua música não deve apenas ser ouvida, mas pensada e sentida, como toda obra de arte.
