Rico e exuberante no bioma natural, com rios e mata nativa, o interior do municÃpio de Itaiópolis é um cartão postal e deixa qualquer visitante com a “menina dos olhos†a cintilar. Mas, por outro lado, conhecer as comunidades interioranas de carro é um verdadeiro desafio devido à precariedade das estradas, que apresentam falta de saibro e estão completamente esburacadas. A Gazeta de Itaiópolis visitou durante a semana a localidade de Rio do Bispo, situada a cerca de 40 quilômetros da zona urbana. A estrada geral do Rio do Bispo, que faz a ligação da estrada da Moema as localidades da BaÃa do Itajaà e Barra da Prata vivem um caos.
Descer a serra do Rio do Bispo de carro, para visitar a comunidade de Nova esperança e Barra da Prata, que são grandes produtoras de Citrus é uma manobra arriscada. A serra, com mais de 10 quilômetros está abandonada. A estrada é estreita e em vários momentos o veÃculo se depara de um lado com taipa de pedra e de outro com desfiladeiro de mais de 80 metros de profundidade. No caminho, nossa reportagem encontrou a famÃlia de Antônio José Grossel, 77 anos, tentando sair da comunidade do Rio do Bispo para a região da Moema. Seu Antônio, pela idade avançada, faz oxigênioterapia domiciliar e necessita frequentemente sair para consultas médicas no Centro de Itaiópolis. São três quilômetros de estrada quase intransitável. Num trecho, o Fiat/Uno da famÃlia tem de ser rebocado por um trator agrÃcola, mesmo com tempo seco em dias de estiagem.
Cerca de 15 famÃlias que vivem na comunidade dependem da estrada. Segundo o agricultor Valdemar dos Santos, 45 anos, a estrada precisa ser recuperada, pois é o caminho para levar insumos agrÃcolas e retirar a produção. “Tivemos que tirar a produção agrÃcola com trator, pois mesmo com o tempo bom o caminhão não consegue descer, sem contar em dias de chuvaâ€, explica o colono. A estrada do Rio do Bispo tem mais de 70 anos. “Abrimos essa estrada com auxÃlio de marretas para romper cascalho e machado para traçar a rotaâ€, disse seu Antônio, que é descendente de alemães e faz parte da colonização do municÃpio.
A famÃlia Grossel convidou a vereadora Marlete Arbigaus (PP) para acompanhar a situação que vive. A parlamentar vem fazendo um roteiro de visitação as comunidades e sempre coloca seus préstimos a serviço dos Itaiopolenses. As famÃlias alegaram que procuraram o encarregado da Prefeitura na região da Moema, vereador Orlando Zwarzeski, que falou que precisa tempo estável para poder consertar a estrada, mas, quando o clima é favorável alega maquinário insuficiente. Até agora, nada foi feito e as famÃlias continuam sofrendo.
Ponte ameaça cair
Seguindo serra abaixo na estrada do Rio do Bispo, existe uma ponte construÃda há vários anos sobre o Rio Caiva. Segundo moradores, a ponte oferece grande risco, pois está quebrada e forma um arco. As famÃlias disseram que a Prefeitura era para fazer o conserto da ponte no mês de março de 2010, mas até agora nada foi feito e ainda, segundo moradores, que se prontificaram em arrumar a ponte por conta própria a Prefeitura embargou a iniciativa. Para conseguir trafegar sobre o rio, os moradores fizeram uma operação improviso, com calços e pranchões.
A ponte do Rio Caiva tem cerca de 15 metros de vão, não oferece nenhum tipo de segurança, está quebrada e “escorada†com madeiras velhas. Os moradores reivindicam junto a Prefeitura o cascalhamento de um trecho de dois quilômetros. Segundo Fernando Campigotto, nos últimos seis anos que está morando no Rio do Bispo até hoje não avistou uma patrola na estrada. As famÃlias temem a precariedade da estrada em casos de doença repentina. A comunidade está estagnada e o transporte de materiais e insumos é feito no lombo de cargueiros.