GREVE EM SANTA CATARINA: Segundo o SINTE 60% dos professores já aderiram à paralização em Mafra

Publicado por Gazeta de Riomafra - 28/03/2015 - 11h11

Após os professores do estado de Santa Catarina confirmarem da tarde de terça-feira (24), o início da greve da categoria na rede pública estadual de ensino, a mobilização para adesão dos demais profissionais começou.

Segundo o coordenador regional do SINTE em Mafra, professor Sidnei Miranda, em Mafra a adesão era de 30% nesta quinta-feira (25), e ontem já ultrapassava 60% e a expectativa é que até segunda-feira chegue a 90%. Os professores estão formando grupos e estão indo até as unidade escolares em busca de novas adesões e conversando com outros colegas da importância e os motivos da paralização, que são contra a medida provisória 198, do governador Raimundo Colombo (PSD), que fixa a remuneração básica do professor em caráter temporário (ACTs) e o enquadramento salarial na nova carreira.

Sidnei informou que não está tendo resistência por parte dos diretores quando o comando de greve local chega nos colégios para mobilizar os professores, que a greve do magistério estadual está tendo um grande apoio dos alunos e pais e que a partir de segunda-feira os professores estarão concentrados no salão da Igreja São José, das 8h às 17h. Explicou também que os pais que estão preocupados com seus filhos que estão inda para aula, devem entrar em contato com a direção da escola ou com a própria GEREI para maiores esclarecimentos quanto as atividades aplicadas.

No planalto norte, na região da SDR de Mafra (Mafra, Papanduva, Major Vieira, Itaiópolis, São Bento, Rio Negrinho e Campo Alegre) o coordenador do SINTE não quis especificar o percentual de adesão. “Ainda não posso falar como estão outras cidades da região, mas a partir de segunda-feira, estaremos visitando cidade por cidade em busca de adesão”, falou.

Em Mafra são 11 escolas estaduais: EEB Barão de Antonina, EEB Professora Maria Paula Feres, EEB Jovino Lima, EEB Doutor Francisco Izabel, EEB Santo Antônio, EEB Professor Mário de Oliveira Goeldner, EEB Monteiro Lobato, EEB Professor Gustavo Friedrich, EEB Tenente Ary Rauen, EEB Hercílio Buch e EEB Cristo Rei.

Caso isolado

Na quinta-feira, aconteceu apenas um caso isolado de resistência por parte da direção no Colégio Santo Antônio, quando os professores grevistas foram impedidos de entrarem no colégio. Mas, o fato foi rapidamente resolvido e com apoio dos alunos os professores daquela unidade escolar deixaram as salas de aula para conversarem com o comando de greve.

Porque o magistério de SC está em greve

Segundo o SINTE/SC os professores não vão abrir mão de um Plano de Carreira que valorize o magistério catarinense, dando-lhe condições de vida e trabalho decentes de acordo com sua importância para a sociedade. Motivo pelo qual em 2011 foi realizada uma das maiores greves da história da categoria, pelo reconhecimento do reajuste anual do piso na carreira fato que segundo o sindicato é ignorado até hoje pelo governo.

O SINTE diz que: “A principal atitude tomada pelo governo em relação a nossa carreira foi o seu achatamento, colocando os profissionais de nível médio e superior praticamente no mesmo nível salarial. Esta medida demonstra que sua preocupação é poupar dinheiro tratando a qualidade da educação, como algo secundário. Por isso é necessário que seja feita a descompactação da tabela salarial.”

Apesar do compromisso assumido em 2011 de que negociaria com o SINTE/SC e encaminharia a entidade uma proposta global de carreira, para que a mesma pudesse discutir com sua base, o governo ignorou o sindicato e colocou em campo o secretário Deschamps para que este fizesse a discussão de sua proposta com os gerentes regionais de educação e diretores.

Colocou um simulador online para que os trabalhadores verificassem seus “ganhos” o que confundiu e criou problemas no enquadramento entre ativos e aposentados também disponibilizou um canal virtual para falar com os professores.

Na primeira reunião realizada com o SINTE/SC em 2015, no início de fevereiro, o governo do estado apresentou um estudo de carreira afirmando que até o final de março estaria aberto às propostas.

Para o SINTE ele ignorou a entidade, ao publicar uma medida provisória que altera a remuneração dos ACTS, retirando a regência de classe e criando o prêmio batizado de “Incentivo a sala de aula”. Segundo o sindicato esta medida oficializa a terceirização dos trabalhadores temporários, que passam a ser contratados como horistas precarizando ainda mais a relação de trabalho do setor, que passam a atuar como prestadores de serviço com o objetivo de fragmentar a carreira e a categoria.

Disposto a negociar e cumprindo o acordo feito na mesa de negociação, o SINTE encaminhou sua proposta de carreira reafirmando que: não aceita a incorporação da regência, diz não a desvinculação dos ACTs da tabela de vencimentos da carreira dos efetivos e diz não a desvinculação do nível médio e licenciatura curta da tabela de vencimentos e da carreira.

Estas são conquistas históricas do magistério e o SINTE/SC não abre mão.

Contraponto do Governo Estadual

Para o governo que informou o SINTE através de ofício que sua contraproposta não está concluída, as medidas precisam ser implementadas para que a descompactação da carreira possa ser viabilizada por isto é necessário que sejam feitos cortes e o enxugamento da máquina administrativa para não ultrapassar o percentual do limite prudencial estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Após a deflagração da greve, o governo rompeu as negociações com o sindicato e em entrevista o Secretário Deschamps afirma que se a greve continuar ele vai ignorar o sindicato e negociar virtualmente direto com a categoria.

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